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Imagem: Reprodução |
E seguimos rodeados de pessoas e, ainda assim, sós. A solidão é um
mistério que ainda não consegui compreender. É uma espécie de vazio que não
consigo definir, mesmo que tudo pareça externamente preenchido. Acredito que
ninguém compreenda. Como pode? Nos momentos de desespero, os mais sombrios,
sentimos o que é solidão. Ninguém parece se importar com nossas provações,
dificuldades. Apesar de muitos dizerem que há um amanhã nada parece ser o
suficiente. Este é o momento que travamos nossas mais relevantes lutas. A
batalha interna é o que nos faz fortes. Precisamos nos vencer todos os dias,
principalmente quando solitários. E fica a pergunta: nos momentos turbulentos,
mais difíceis, quem estará contigo? Você mesmo. Assumindo total
responsabilidade por seus atos. Talvez o instante mais transparente conosco
mesmo. Temos o péssimo hábito de nos esconder, não dos outros, mas de nossa própria
essência. Ai! A solidão... É-nos muito útil. Muitos não creem, mas é. Há
determinadas cenas em que precisamos nos retirar, permitir que as lágrimas
caiam descontroladamente, ou que o sorriso nasça naturalmente. Estar no estado
de solidão é como sair de si e diagnosticar se tem percorrido o caminho certo.
Se o que está fazendo é o que realmente esperava. Hora de acertar os passos.
Pedir desculpas para si mesmo. Agradecer a si mesmo. Ter aquele monólogo
necessário. Por que será que as pessoas tem tanto medo dessa autoanálise?
Podemos crescer tanto. Se ocupar e desejar sempre alguém à sua volta é ter medo
de si mesmo. E isso é muito perigoso, nada saudável. Por isso, me retiro
sempre, mesmo diante de muitos seres. Não é questão de desrespeito com quem está na minha presença, mas parte fundamental
para que continue a existir na essência. Sempre serei verdade se continuar a me
consultar com minha solidão. Tudo faz mais sentido quando me aproprio dela por
um tempo determinado. E depois serei mais um nessa grande multidão de seres
elevados, multidão de solitários.
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