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sábado, 12 de julho de 2014

Viagens e fotografias




Imagem: Reprodução

Toda escolha traz luz e escuridão. E assim prosseguimos, muitas vezes perdidos. Creio que o melhor da viagem não é apenas o destino. Tem que se valorizar o caminho. Aproveitá-lo! Dessa forma, mesmo que o caminho seja longo demais o verá como um passeio turístico harmonioso e proveitoso. As marcas impressas do passado tem que ser sempre as melhores possíveis, mesmo que não sejam tão agradáveis assim. Como fotografias de diário de bordo, as imagens que escolhemos são sempre as que estamos no melhor ângulo. Muitos dirão que é uma forma de enganar a si mesmo. Discordo! Ao observar todas as fotografias guardadas na caixinha de memória as que te chamarão mais atenção serão justamente as mais belas, as que valem a pena mostrar. Aliás, os que são considerados maus momentos viram piadas nas rodas de conversa entre amigos, e as fotos que antes escondia são o pivô das chacotas. E quanto mais o tempo passar mais graça verá. Pois é sempre assim, rimos hoje do que muito nos fez sofrer ontem. Seguindo essa receita a cidade destino será consequência de uma viagem linda. Engana-se profundamente quem acredita que a diversão está apenas no destino. E mesmo se perdendo no caminho – o que ocorre vez por outra -, as coisas se resolvem. Uma vez fiz uma longa viagem de carro pelo país, por não conhecer o caminho nos perdemos várias vezes. E acreditem! Estar perdido foi interessante. Conhecemos pessoas e lugares que não estavam no nosso roteiro. Vivemos histórias que não estavam no nosso cronograma. E foi parte dos melhores momentos. Estar perdido talvez seja um teste para demonstrar autocontrole, humildade, paciência, bom humor. Talvez! Iniciei falando de escolhas e ‘viajei’ literalmente. Mas elas estão intimamente interligadas. Escolhemos se desejamos ter uma viagem empolgante ou insossa pela maneira que nos portamos. Quando a viagem termina quem se privou de ser feliz notará que perdeu um valioso tempo pela estrada afora. Terá histórias breves, pobres em detalhes. Por outro lado, quem aproveitou cada detalhe tem história para contar sempre. Assim é perceptível perceber aqueles que têm uma visão positiva a respeito da grande viagem que é nossa existência. Como tem sido sua viagem?

quinta-feira, 3 de julho de 2014

Não podemos esperar até amanhã



A violência doméstica tem sido um assunto recorrente nos meios de comunicação. Mais que claro que palavras são as imagens. O vídeo abaixo faz parte de uma campanha do governo da Croácia que alerta para o flagelo da violência doméstica, mostrando imagens chocantes que ilustram o pior que acontece em algumas casas, no mundo inteiro, todos os dias. Esse vídeo tem uma mensagem surpreendente. Um dos virais mais vistos na última semana. Apesar de o curta-metragem ter como personagem real uma mulher, não podemos esquecer que a violência doméstica tem como vítimas homens, mulheres, crianças e, até mesmo, idosos. Passou da hora de dizer ‘Basta!’. Por isso, é sugestiva a mensagem final. ‘Ajude-me! Não sei se posso esperar até amanhã.’


segunda-feira, 30 de junho de 2014

Colocar o mundo no mudo



Imagem: Reprodução

Recebemos diariamente frases que tem como objetivo nos fazer refletir sobre nossas ações, decisões, pensamentos. É uma enxorrada de expressões que nos trazem à realidade, ou fazem refletir nos seres que realmente devemos, ou queremos, ser. Mas uma, especialmente, me chamou a atenção. ‘Coloca o mundo no mudo e escuta o seu coração!’ Curioso! Levando em consideração que o coração muitas vezes é traiçoeiro, verteria o final da frase para ‘ouça sua consciência’. Acredito que seria mais sensato. O coração costuma ser muito implusivo, para não dizer indisciplinado. Mas a questão não é essa. O que me chamou a atenção foi ‘colocar o mundo no mudo’. Este é deveras um exercício difícil. Há alguns dias coloquei o mundo no mudo, antes de conhecer essa frase. Mas meu planeta interno estava muito mais barulhento que o mundo externo. Era uma porção de vozes incompreensíveis, barulhentas, questionadoras, agitadas, exigentes, eloquentes. Colocar o mundo no mudo! Como calar todas aquelas vozes aparentemente incontroláveis? Muitas vezes estamos tão acostumados com a zoeira diária que o silêncio torna-se perturbador. Mas o silêncio é necessário, nele conseguimos nos concentrar,definir melhor nossas ações, esclarecer algumas nossas muitas dúvidas. Não estamos habituados à tranquilidade, acho que já falei sobre isso. Esse assunto me parece tão recorrente que se não escrevi, expressei verbalmente várias vezes nas rodas de conversas entre amigos. Colocar o mundo no mudo! Um desafio que temos de enfrentar para encarar tudo racionalmente, com mais serenidade. Acho que jamais esquecerei essa frase. Quando colocamos o mundo no mudo a nossa consciência grita. E como grita! Isso faz parte de um exercício diário, quanto mais nos silenciarmos tanto mais nossa consciência se acalmará. Até chegar o ponto dela se tranquilizar quando o som do mundo estiver desligado. Aí alcançaremos o equilíbrio. Nosso equilíbrio é controlar, e poder viver, o silêncio. É bom silenciar o mundo que dita tantas regras, cada uma de acordo com seus interesses. Um mundo que berra descontroladamente. O mundo é um dos principais culpados pelo nosso descontrole, nossos maiores confrontos internos. Mundo, vasto mundo, como disse bem Drummond. Colocar o mundo no mudo! Desejo que se torne rotina.

domingo, 29 de junho de 2014

Consulta com a solidão


Imagem: Reprodução


E seguimos rodeados de pessoas e, ainda assim, sós. A solidão é um mistério que ainda não consegui compreender. É uma espécie de vazio que não consigo definir, mesmo que tudo pareça externamente preenchido. Acredito que ninguém compreenda. Como pode? Nos momentos de desespero, os mais sombrios, sentimos o que é solidão. Ninguém parece se importar com nossas provações, dificuldades. Apesar de muitos dizerem que há um amanhã nada parece ser o suficiente. Este é o momento que travamos nossas mais relevantes lutas. A batalha interna é o que nos faz fortes. Precisamos nos vencer todos os dias, principalmente quando solitários. E fica a pergunta: nos momentos turbulentos, mais difíceis, quem estará contigo? Você mesmo. Assumindo total responsabilidade por seus atos. Talvez o instante mais transparente conosco mesmo. Temos o péssimo hábito de nos esconder, não dos outros, mas de nossa própria essência. Ai! A solidão... É-nos muito útil. Muitos não creem, mas é. Há determinadas cenas em que precisamos nos retirar, permitir que as lágrimas caiam descontroladamente, ou que o sorriso nasça naturalmente. Estar no estado de solidão é como sair de si e diagnosticar se tem percorrido o caminho certo. Se o que está fazendo é o que realmente esperava. Hora de acertar os passos. Pedir desculpas para si mesmo. Agradecer a si mesmo. Ter aquele monólogo necessário. Por que será que as pessoas tem tanto medo dessa autoanálise? Podemos crescer tanto. Se ocupar e desejar sempre alguém à sua volta é ter medo de si mesmo. E isso é muito perigoso, nada saudável. Por isso, me retiro sempre, mesmo diante de muitos seres. Não é questão de desrespeito com quem  está na minha presença, mas parte fundamental para que continue a existir na essência. Sempre serei verdade se continuar a me consultar com minha solidão. Tudo faz mais sentido quando me aproprio dela por um tempo determinado. E depois serei mais um nessa grande multidão de seres elevados, multidão de solitários.

sábado, 28 de junho de 2014

Manobra de recomeço


Imagem: Reprodução


Começar de novo. Todos nós temos essa oportunidade, pelo menos uma vez na vida. Queremos que nossas relações sejam duradouras. Vez por outra essas relações terminam, ou ocorre uma pausa. Ou nos prendemos dentro de um planeta particular para fugir da realidade. Muitos quando percebem que a estrada está difícil, e sem retorno, resolvem correr para o acostamento. Miguel me ensinou isso através de uma de suas curiosas personagens. Mas é preciso recomeçar. Aliás, recomeçamos todos os dias, assim como também morremos todos os dias. Já falei sobre isso anteriormente. Recomeçar é sinônimo de ressuscitar. Ter a oportunidade de fazer novo de novo, realizar diferente, seguir o caminho que não quisemos seguir da primeira vez. Mas isso não quer necessariamente dizer que estivemos de tudo errado. Tudo é uma questão de ponto de vista. A mesma estrela cadente não cai, morre, duas vezes. Não diferente disso, não desejamos fazer as mesmas escolhas que nos conduziram para o recomeço. Pois queremos sempre acertar. Mas, vez por outra é preciso retornar, digo, recomeçar. Às vezes tenho a impressão que o mundo está louco demais para tal manobra. Por isso as pessoas seguem desenfreadas suas trilhas pessoais. Esses têm medo de não chegar ao objetivo se não correrem. Grande bobagem! Todos nós iremos chegar ao fim dessa grande estrada. Uns menos exaustos que outros por terem a paciência de parar, ver que aquele não era o caminho e redefinirem a rota. A arte do viver necessita de algumas vírgulas – já escrevi sobre isso também -, redefinições, coragem, humildade. Eis o ponto fundamental! Só recomeça sem medo quem tem humildade. Reiniciar exige o reconhecimento de escolhas mal sucedidas. É um grande aprendizado! Sem dizer que recomeçar é mais fácil. Já carregamos conosco toda a experiência do que foi vivido. Estamos capacitados para romper barreiras que antes não parecia possível. E se for preciso recomeçar novamente o faremos, pois sabemos que de alguma forma chegaremos ao nosso destino.