quinta-feira, 31 de outubro de 2013

"Não há nenhum problema em se construir castelos no ar.  Todos nós, volta e meia, acabamos refugiados nessas frágeis construções que vamos erguendo pela vida afora. Portanto, meu amigo, quando você construir um castelo no ar, deixe-o lá.  Nunca tente colocar uma fundação naquilo que se desfaz com o vento."
 - Miguel Falabella

quarta-feira, 30 de outubro de 2013

POEMA DE SETE FACES




Quando nasci, um anjo torto
desses que vivem na sombra
disse: Vai, Carlos! ser gauche na vida.

As casas espiam os homens
que correm atrás de mulheres.
A tarde talvez fosse azul,
não houvesse tantos desejos.

O bonde passa cheio de pernas:
pernas brancas pretas amarelas.
Para que tanta perna, meu Deus, pergunta meu coração.
Porém meus olhos
não perguntam nada.

O homem atrás do bigode
é sério, simples e forte.
Quase não conversa.
Tem poucos, raros amigos
o homem atrás dos óculos e do -bigode,

Meu Deus, por que me abandonaste
se sabias que eu não era Deus
se sabias que eu era fraco.

Mundo mundo vasto mundo,
se eu me chamasse Raimundo
seria uma rima, não seria uma solução.
Mundo mundo vasto mundo,
mais vasto é meu coração.

Eu não devia te dizer
mas essa lua
mas esse conhaque
botam a gente comovido como o diabo.

 - Carlos Drummond de Andrade

terça-feira, 29 de outubro de 2013

E eles viveram felizes para sempre.

E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for. Assim acaba essa história. Porque tudo o que começa acaba. Murilo teve sua primeira visão quando nasceu: vislumbrou sua morte, de infarto, debruçado numa janela. Abriu o berreiro. E nunca se esqueceu dessa visão, estranhamente.
Mais tarde, na infância, os filmes o entediavam: nos créditos iniciais já sabia que o casal viveria feliz para sempre. Os filmes de comédia não tinham mais graça e os de suspense não davam susto. Desistiu de assistir "Lost" no primeiro capítulo.

Tornou-se um sujeito tímido, introvertido. Bastava que fizesse um novo amigo para que antevisse o momento em que eles romperiam ou a morte de um dos dois. Beber era difícil. No primeiro gole, visualizava a ressaca.

Um dia, apaixonou-se à primeira vista. Foi travar uma conversa. Imediatamente a viu horrenda, assinando os papéis do divórcio. E isso aconteceu repetidas vezes: viu uma dando um tiro no peito, outra comprando passagens de ônibus só de ida para Friburgo. Murilo foi, pouco a pouco, se afastando da companhia das pessoas, para não ter que começar nada que tivesse que acabar. E viveu um tempo longo em que nada começou.

Até que a visão de sua morte, tão jovem, começou a assombrá-lo. Podia acontecer a qualquer momento. Murilo se olhou no espelho e viu que ele estava se transformando no homem da sua visão: tinha engordado um pouco. Perdeu cabelo.

Não demorou muito para que ele percebesse que era melhor viver as coisas sabendo do final delas do que não viver nada. E redescobriu o prazer de viver o miolo das coisas. Passou a tentar adivinhar como é que as coisas chegariam a ser o que ele já sabia que elas se tornariam. Percebeu o quão pouco importam o começo e o final: o barato está, pensou ele, em como é que uma coisa vai dar na outra. Fez novos amigos, conheceu mulheres, se apaixonou algumas vezes. E a história poderia acabar aqui, com nosso protagonista aprendendo a viver um dia de cada vez, encarando com tranquilidade a finitude das coisas. Mas não foi bem assim, como sabemos.

Certo dia, numa praça, viu uma mulher linda e resolveu puxar conversa. E disse "Opa", como quem diz "Oi". E parou por aí, espantado. Porque não viu final nenhum. Ficou aflito. "Que é que houve?", disse ela. "Não tem final", disse ele. "O quê?", disse ela. "Nossa história", disse ele. "Não tem final." "Mas precisa ter?", disse ela. "Não, não precisa", disse ele. "Não precisa."

E eles viveram felizes para sempre. Seja lá quando isso for.

  - Gregorio Duvivier

domingo, 27 de outubro de 2013

Há de se cuidar da amizade e do amor


A amizade e o amor constituem as relações maiores e mais realizadores que o ser humano, homem e mulher, pode  experimentar e desfrutar. Mesmo o místico mais ardente só consegue uma fusão com a divindade através do caminho do amor. No dizer de (...) João (...), trata-se da experiência da “a amada (a alma) no Amado transformada”.
Há vasta literatura sobre estas duas experiências de base. Aqui restringimo-nos ao mínimo. A amizade é aquela relação que nasce de uma ignota afinidade, de uma simpatia de todo inexplicável, de uma proximidade afetuosa para com a outra pessoa. Entre os amigos e amigas se cria uma como que comunidade de destino. A amizade vive do desinteresse, da confiança e da lealdade. A amizade possui raízes tão profundas que, mesmo passados muitos anos, ao reencontrarem-se os amigos e amigas, os tempos se anulam e se reatam os laços e até  se recordam da última conversa havida há muito tempo.
Cuidar da amizade é preocupar-se com a vida, as penas e as alegrias do amigo e da amiga. É oferecer-lhe um ombro quando a vulnerabilidade o visita e o desconsolo lhe oculta as estrelas-guias. É no sofrimento e no fracasso existencial, profissional ou amoroso que se comprovam os verdadeiros amigos e amigas. Eles são como uma torre fortíssima que defende  o frágil castelo de nossas vidas peregrinas.
A relação mais profunda é a experiência do amor. Ela  traz as mais felizes realizações ou as mais dolorosas frustrações. Nada é mais misterioso do que o amor. Ele vive do encontro entre duas pessoas que um dia cruzarem seus caminhos, se descobriram no olhar e na presença e viram nascer um sentimento de enamoramento, de atração, de vontade de estar junto até resolverem fundir as vidas, unir os destinos, compartir as fragilidades e as benquerenças da vida. Nada é comparável à felicidade de amar e de ser amado.  E nada  há de mais desolador, nas palavras do poeta Ferreira Gullar, do que não poder dar amor a quem se ama.
Todos esses  valores, por serem os mais preciosos, são também os mais frágeis  porque  mais expostos às contradições da humana existência.
Cada qual é portador de luz e de sombras, de histórias familiares e pessoais diferentes, cujas raízes alcançam arquétipos ancestrais, marcados por experiências bem sucedidas ou trágicas que deixaram marcas na memória genética de cada um.
O amor é uma arte combinatória de todos estes fatores, feita com sutileza que demanda capacidade de compreensão, de renúncia, de paciência e de perdão e, ao mesmo tempo, comporta o desfrute  comum do encontro amoroso, da intimidade sexual, da entrega confiante de um ao outro. A experiência do amor serviu de base para entendermos a natureza de Deus: Ele é amor essencial e incondicional.
Mas o amor sozinho não  basta. Por isso São Paulo em seu famoso hino ao amor, elenca os acólitos do amor sem os quais ele não consegue subsistir e irradiar. O amor tem que ser paciente, benigno, não ser ciumento, nem gabar-se, nem ensoberbecer-se, não procurar seus interesses, não se ressentir do mal…o amor tudo sofre, tudo crê, tudo espera e tudo suporta…o amor nunca se acaba(1Cor 13, 4-7). Cuidar destes acompanhantes do amor é fornecer o húmus necessário para que o amor seja sempre vivo e não morra pela indiferença. O que se opõe ao amor não é o ódio mas a indiferença.
Quanto mais alguém é capaz de uma entrega total, maior e mais forte é o amor. Tal entrega supõe extrema coragem, uma experiência de morte pois não retém nada para si e mergulha totalmente no outro. O homem possui especial dificuldade para esta atitude extrema, talvez pela herança de machismo, patriarcalismo e racionalismo de séculos que carrega dentro de si e que lhe  limita a capacidade desta  confiança extrema.
A mulher é mais radical: vai até o extremo da entrega no amor, sem resto e sem retenção. Por isso seu amor é mais pleno e realizador e, quando se frustra, a vida revela contornos de tragédia e de um vazio abissal.
O segredo maior para cuidar do amor reside no singelo cuidado da ternura.  A ternura vive de gentileza, de pequenos gestos que revelam o carinho, de sacramentos tangíveis, como recolher uma concha na praia e levá-la à pessoa amada e dizer-lhe que, naquele momento, pensou carinhosamente nela.
Tais “banalidades” tem um peso maior que a mais preciosa jóia. Assim como uma estrela não brilha sem uma atmosfera ao seu redor, da mesma forma, o amor não vive  sem um aura de enternecimento, de afeto e de cuidado.
Amor e cuidado formam um casal inseparável. Se houver um divórcio entre eles, ou um ou outro morre de solidão. O amor e o  cuidado constituem uma arte. Tudo o que cuidamos também amamos. E tudo o que amamos também cuidamos.
Tudo o que vive tem que ser alimentado e sustentado. O mesmo  vale para o amor e para o cuidado. O amor e  o cuidado se alimentam da afetuosa preocupação de um para com o outro. A dor e a alegria de um é a alegria e a dor do outro.
Para fortalecer a fragilidade natural do amor precisamos de Alguém maior, suave e amoroso, a quem sempre podemos invocar. Daí a importância dos que se amam, de reservarem algum tempo de abertura e de comunhão com esse Maior, cuja natureza é de amor, aquele amor, que segundo Dante Alignieri da Divina Comédia “move o céu e as outras estrelas”  e nós acrescentamos: que comove os nossos corações.


 - Leonardo Boff é autor de  O Cuidado necessário, Vozes 2012.

sábado, 26 de outubro de 2013

"De tanto ver triunfar as nulidades; de tanto ver prosperar a desonra, de tanto ver crescer a injustiça. De tanto ver agigantarem-se os poderes nas mãos dos maus, o homem chega a desanimar-se da virtude, a rir-se da honra e a ter vergonha de ser honesto."
 - Rui Barbosa

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

"Era uma vez um menino que tinha um péssimo temperamento. O pai deu a ele um saco de prego e disse a ele que para cada vez que o menino perdesse a calma, ele deveria pregar um prego na cerca. No primeiro dia, ele pregou dezessete. Nas semanas seguintes, como ele foi aprendendo a controlar o seu temperamento, o número de pregos pregados na cerca foi diminuindo gradativamente. Ele descobriu que era mais fácil se segurar do que pregar aqueles pregos na cerca. Finalmente chegou o dia que o menino não perdeu a calma em nenhum momento. Ele então falou ao seu pai sobre isso e o pai sugeriu que agora ele tirasse da cerca um prego por cada dia que ele não perdesse mais a calma. Os dias se passaram e o menino então, finalmente, estava pronto para dizer ao seu pai que tinha retirado todos os pregos da cerca. O pai disse: " Você fez muito bem filho, mas veja só os buracos que restaram na cerca. A cerca nunca mais será a mesma. Quando você fala algo com raiva, elas deixam cicatrizes como estas aqui. Não importa quantas vezes você peça desculpas se a ferida ainda está lá..."

>> Um ferimento verbal é a mesma coisa, ou pior que um ferimento físico.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

'Há 2 espécies de chatos: os chatos propriamente ditos e ... os amigos, que são os nossos chatos prediletos.'
  - Mario Quintana

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

O furo no barco



Um homem foi chamado para pintar um barco.
Trouxe com ele tinta e pincéis e começou a pintar o barco de um vermelho brilhante, como o dono lhe pediu. Enquanto pintava, percebeu que havia um furo no casco e decidiu consertá-lo. Quando terminou a pintura, recebeu seu dinheiro e se foi.

No dia seguinte, o proprietário do barco procurou o pintor e presenteou-o com um belo cheque, muito maior do que o pagamento pela pintura. O pintor ficou surpreso:

– O senhor já me pagou pela pintura do barco! - disse ele.

– Mas isto não é pelo trabalho de pintura. É por ter consertado o furo do barco.

– Ah! Mas foi um serviço tão pequeno... Certamente, não está me pagando uma quantia tão alta por algo tão insignificante!

– Meu caro amigo, você não compreende. Deixe-me contar-lhe o que aconteceu. Quando pedi a você que pintasse o barco, esqueci de mencionar sobre o furo. Quando o barco secou, meus filhos o pegaram e saíram para uma pescaria. Eles não sabiam que havia um furo. Eu não estava em casa naquele momento.
Quando voltei e notei que haviam saído com o barco, fiquei desesperado, pois lembrei-me de que o barco tinha um furo. Imagine meu alívio e alegria quando os vi retornando da pescaria. Então, examinei o barco e constatei que você o havia consertado! Percebe, agora, o que fez? Salvou a vida de meus filhos! Não tenho dinheiro suficiente para pagar a sua "pequena" boa ação.

Moral da história: Não importa quem, quando ou de que maneira. Apenas ajude, ampare, enxugue as lágrimas, escute com atenção e carinho, e conserte todos os "vazamentos" que perceber, pois nunca sabemos quando estão precisando de nós ou quando Deus nos reserva a agradável surpresa de ser útil e importante para alguém.

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Sempre pertinente, Mariana Coutinho:
 
 "Em um mundo virtual em que o que eu mais leio é a frase "vergonha alheia" em posts sempre cheios de julgamentos, começo a refletir o quanto é importante e o quanto ainda nos falta: a ação de voltar para nós mesmos com o desejo de progredir e expandir nossa consciência. É uma pena ver palavras sempre cheias de moral e julgamento, num mundo carente de auteridade, entendimento e compaixão."

domingo, 20 de outubro de 2013

Romance na terceira idade





Na semana passada estava entrando num banco para ver se tinha restado algum trocado, até o dia da "viúva" (INSS) fazer o depósito. Foi quando uma linda garota de uns quarenta anos, minissaia, entrou na fila dos caixas, imediatamente saí da fila dos idosos e também entrei na mesma fila.

Em pouco tempo, ela olhou para trás e, sorrindo, disse:

- Por que o senhor não utiliza a fila dos idosos?

Você sabe para que lugar eu tive vontade de mandá-la, não é?

Porém, mantive a calma e usei toda minha experiência. Puxei papo e resolvi inventar, para impressionar. Falei das minhas "experiências como comandante de navio de cruzeiro". Semana passada havia lido um livro sobre um comandante de navio de turismo. Sabia tudo a respeito.

- Uau! O senhor foi comandante de transatlântico?

- Só por vinte e dois anos.

Respondi expressando uma certa indiferença pelos anos de trabalho, mas sentindo que tinha capturado a presa, era só abater e comer.

- Nossa!!!! E com essa sua pinta o senhor deveria, certamente, agradar muito o público feminino, nas noites de jantar com o comandante.

Boquiaberto só pude responder:

- Hã? - distraído que estava, de olho fixo no decote da jovem, que exibia, exuberantemente, seus lindos seios.

Ela me pegou no flagra. Eu, sem graça, e ela não fez por menos!

- O senhor ficou vermelho! Ficou até mais bonito. Aliás, o senhor deveria fazer um teste na televisão.

Eu estava perplexo e apavorado, depois dos sessenta, isto acontece uma só vez antes da morte. Aquele "avião pronto para decolar" e eu sem condições nem mesmo de efetuar o "check in". Sim, não sabia ao certo quanto teria na conta-corrente...

Quanto estaria custando um Viagra?

... Onde poderia arrumar duzentão, até o dia do depósito da "viúva"?

... Quanto estariam cobrando um apê no motel?

Será que se chamar um táxi pega bem? Comecei a suar frio.

- Eu, artista de televisão?

- Sim! O senhor lembra aquele famoso galã dos anos cinqüenta, que minha avó me mostrou na revista "Rainha do Rádio". Ela tem verdadeira paixão por essas revistas. Adorava Marlene, Emilinha Borba... Deus nos livre de alguém mexer nas suas revistas. Ela guarda a sete chaves, com o maior carinho. O senhor é saudosista também?

- Sim! Mas, você ta me gozando. Galã dos anos cinqüenta?

- Verdade... Não me lembro bem o nome, só sei que ele fazia filmes para o cinema, era muito famoso. Ma.. Mário, não era. Era alguma coisa como... Ah sim, tinha dois ?Z? no nome.

- Mário Gomezz (apelei)?

- Não, não era este o nome.  Ahhh lembrei... Mazzaropi? Isto Mazzaropi! Mazzaropi era um galã, não era?

Nesta hora minha autoestima fez um buraco no chão e foi parar na terra do sol nascente.

Pô, quando ela disse que eu parecia galã dos anos cinqüenta, pensei num Paulo Gracindo, Paulo Autran, ou algum Antonio Fagundes da vida. Mas, Mazzaropi? ...PQP! Mas, até aí tudo bem, para pegar aquele avião, eu ia de Mazzaropi mesmo.

O meu fabuloso programa da tarde só veio a acabar quando ela, incautamente, derrubou um livro que tinha na mão. Eu, como um verdadeiro cavalheiro, inventei de abaixar para apanhá-lo. Só que esqueci as recomendações do meu ortopedista sobre minhas artroses e artrites, que, quando eu me abaixasse, o fizesse de uma forma bem vagarosa.

Enquanto o livro descia, eu, mais que depressa, inventei de pegá-lo na altura dos joelhos desnudos da jovem. Só escutei a frase dela:

- Uau! Que reflexo - você parece um garotão!"

Ouvi esta frase e mais dois sons. Um som abafado da região da minha coluna que travou no ato, e o som estridente de um prolongado peido, que, além de sinalizar a frouxidão do rabo, lembrou-me da intensa dor na coluna. E quem disse que eu conseguia endireitar o corpo, nem chamando o Carvalhão.

Arcado, tentava me endireitar e peidava. Tentava, e novamente peidava. Pô, o pior, que há pouco tinha almoçado num restaurante alemão. Imagina o odor?

A jovem, vendo que a situação não reverteria, tirou os dois dedos que apertavam suas narinas, apanhou o celular e discou para o SAMU.
 
Fim de um provável romance...
 
 - L. F. Veríssimo

sábado, 19 de outubro de 2013

Canto Triste

Porque sempre foste a primavera em minha vida
Volta pra mim,
Desponta novamente no meu canto,
Eu te amo tanto...mais, te quero tanto mais
Há quanto tempo faz, partiste.
Como a primavera que também te viu partir
Sem um adeus sequer
E nada existe mais em minha vida
Como um carinho teu...como um silêncio teu
Lembro um sorriso teu...tão triste
Ah, Lua sem compaixão, sempre a vagar no céu
Onde se esconde a minha bem-amada?
Onde a minha namorada...
Vai e diz a ela as minhas penas e que eu peço
Peço apenas

Que ela lembre as nossas horas de poesia,
Das noites de paixão,
E diz-lhe da saudade em que me viste
Que estou sozinho...
Que só existe meu canto triste...
Na solidão


 - Composição: Edu Lobo / Viní­cius de Moraes

sexta-feira, 18 de outubro de 2013

"Uma coisa é certa, nós somos todos muito sozinhos. O que inventamos a todo instante são pequenas ou grandes distrações para a nossa solidão. Talvez seja por isso que nos apaixonamos. Quando nosso olhar distraído pousa em outros olhos e se fixa, se identifica, e se entrega à desconstrução de si mesmo. Talvez seja por tudo isso que amamos outros seres. Para compartilhar nossa solidão, ou existência, ou o que quer que seja que chamamos de vida, ou passagem. É neste reflexo de nós mesmos que nos reconstruímos dia após dia, e nos tornamos melhores. A partir do outro. Do nosso olhar para o outro.

E ainda assim, repito, nós somos todos muito sozinhos."


- Mariana Coutinho

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Teste de Personalidade II

Escolha o desenho com o qual mais se identifica e depois leia o número correspondente para sua personalidade.


 






1. INTROSPECTIVO SENSÍVEL - PENSATIVO: Você se desentende consigo mesmo e como com o seu meio mais frequente do que a maioria das pessoas. Você detesta superficialidade, e prefere permanecer isolado do que sofrer com um diálogo banal . Mas o relacionamento com amigos é intenso e profundo, o que lhe proporciona tranquilidade e harmonia espirituais indispensáveis para que se sinta bem. Todavia, não se preocupe com o isolamento, mesmo que seja por longos períodos de tempo, é uma circunstância que não o aborrece.

2. INDEPENDENTE NÃO CONVENCIONAL – DESEMBARAÇADO: Você exige liberdade e vida descompromissada para escolher o seu destino. Tem talento artístico no trabalho e no lazer e, algumas vezes, seu desejo de liberdade o leva a proceder de maneira oposta ao que se espera de você. Seu estilo de vida é altamente individualístico. Você jamais imita cegamente o que está na moda, ao contrário, procura viver de acordo com suas próprias ideias e convicções, mesmo que isto signifique nadar contra a corrente.

3. DINÂMICO VIGOROSO – EXTROVERTIDO: Você está muito inclinado a aceitar certos riscos e assumir importantes compromissos em troca de tarefas variadas e interessantes. A rotina, ao contrário, tende a exercer efeito paralisante sobre você. O que você mais aprecia é desempenhar um papel ativo nos acontecimentos. Assim procedendo, sua capacidade de iniciativa torna-se bastante acentuada.

4. OBJETIVO EQUILIBRADO – HARMONIOSO: Você valoriza um amor e um estilo de vida simples e descomplicados. As pessoas o admiram porque tem os dois pés firmemente plantados no chão e assim podem se tornar dependentes de você. Você oferece espaço e segurança aos amigos íntimos. Seus dotes são considerados humanos e calorosos. Rejeita o trivial e extravagante. Tende a ser cético em relação a fantasias e modismos. Sua roupa tem de ser prática e discretamente elegante.

5. PROFISSIONAL PRAGMÁTICO – AUTO CONFIANTE: Tem pleno domínio da vida e deposita menos fé na sorte do que em seus feitos. Soluciona problemas de modo simples e prático. Tem visão realística dos acontecimentos quotidianos e os manipula sem hesitação. Grande parcela de responsabilidade no trabalho lhe é conferida porque todos sabem que podem depender de você. Sua grande força de vontade transmite autoconfiança aos outros. Jamais se sentirá totalmente satisfeito enquanto não tiver realizado suas ideias.

6. TRANQUILO PRUDENTE – PACÍFICO: Você despreza formalidades sem causar embaraços a outros. Suas amizades são feitas facilmente, mas aprecia a privacidade e a independência. Gosta de se afastar de tudo e de todos de tempos em tempos para contemplar o significado da vida e alegrar-se consigo mesmo. Requer espaço, e por isso se refugia em lugares ermos e bonitos. Entretanto, não é uma pessoa solitária. Está em paz consigo mesmo e com o mundo, e gosta da vida e do que ela tem para oferecer.

7. DESPREOCUPADO BRINCALHÃO – ALEGRE: E procura desfrutá-la em toda a sua plenitude, de acordo com o refrão: " Somente se vive uma vez", Se mostra interessado e aberto a tudo o que é novo; as mudanças alimentam seu espírito. Nada é pior do que quando se sente tolhido em sua liberdade. Vive seu ambiente como algo versátil e sempre em condições de lhe brindar com uma surpresa.

8. ROMÂNTICO SONHADOR – EMOTIVO: Muito sensível, Recusa-se a analisar os fatos somente sob o ponto de vista frio e racional. Só se importa com o que os sentimentos dizem e acha importante Ter sonhos na vida. Rejeita quem despreza o romantismo e se deixa guiar somente pela racionalidade e recusa qualquer limitação à rica variedade de seus impulsos e emoções.

9. ANALÍTICO CONFIÁVEL – DETERMINADO: Sua sensibilidade representa o que é durável e de alta qualidade. Em consequência, gosta de cercar-se de pequenas preciosidades, que descobre onde outros ignoram. Assim sendo, a cultura desempenha papel especial em sua vida. Você encontrou seu estilo pessoal, elegante e exclusivo, sem fantasias ou modismos. O ideal, sobre o qual você baseia a vida, é o prazer associado à cultura. Valorizas um certo nível de cultura nas pessoas com quem se associa.

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

"Olha a natureza
Tem nos aturado
Tá tudo inundando
Tá tudo mudado
Olhe para a frente
Olhe para o lado
Olhe para o mato"

Earth Mother Water (Carlinhos Brown / Alain Tavares)

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O pôster - Luis Fernando Verissimo



issuu.com
Até onde ir para agradar seu chefe e conseguir uma promoção no trabalho?
Divirta-se com "O pôster", primeiro conto de "Os últimos quartetos de Beethoven e outros contos", livro inédito de Luis Fernando Verissimo.

Assista ao booktrailer: http://ow.ly/pO06w
Acesse o primeiro conto deste livro: ssuu.com

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

”Acho que o quintal onde a gente brincou é maior do que a cidade. A gente só descobre isso depois de grande. A gente descobre que o tamanho das coisas há que ser medido pela intimidade que temos com as coisas. Há de ser como acontece com o amor. Assim, as pedrinhas do nosso quintal são sempre maiores do que as outras pedras do mundo. Justo pelo motivo da intimidade. (…)"
  - Manoel de Barros

domingo, 13 de outubro de 2013

"Hibernar" no fim de semana não compensa sono acumulado da semana, diz pesquisa

  
 
 
Aquela longa dormida dos finais de semana pode ser uma boa tentativa, mas não compensa as horas de sono perdidas durante a semana.
Uma nova pesquisa mostrou que, apesar de revigorantes, as noites esticadas dos finais de semana não ajudam a restabelecer a capacidade de concentração.
O pesquisador Alexandros Vgontzas, da Faculdade de Medicina da Pensilvânia, nos EUA, acompanhou o sono de 30 voluntários que mimetizaram uma semana com poucas horas de sono, seguidas por um fim de semana de "recuperação" do sono perdido.
Os resultados mostraram que a sonolência, os níveis de açúcar no sangue e o stress melhoraram após o sono prolongado, mas a capacidade de atenção dos voluntários caiu e não foi recuperada.
O estudo foi publicado no boletim da Associação Americana de Psicologia.

sábado, 12 de outubro de 2013

“Se você quer mesmo se mover em direção ao Real, comece dedicando pelo menos uma hora do seu dia para ficar consigo mesmo. Nessa uma hora, feche os olhos, desligue-se do mundo exterior e, somente observe os pensamentos, as emoções, as sensações - deixe passar. Você é o céu que observa as nuvens. As nuvens sempre são passageiras. As nuvens de pensamentos, de emoções, de sensações... Não importa de onde elas vêm, para onde elas vão. Apenas observe. Quando puder observar aquilo que é transitório sem se identificar, você terá encontrado uma saída desse labirinto.”  - Sri Prem Baba

sexta-feira, 11 de outubro de 2013

O medo de amar é geralmente o medo de "não dar conta". É verdade que não podemos ter a certeza de que seremos correspondidos "na mesma medida", que não podemos ter a garantia de que "vai dar certo". Mas o que é "na mesma medida", o que é "dar certo"? O amor tem inúmeros caminhos, inúmeras medidas, inúmeros "certos" e inúmeros "errados". Aí está seu poder de atração: o fato do amor ser sempre uma aventura. Nesse caminho, não são as garantias que contam; elas realmente não existem. É a vontade de permanecer junto o que cria e sustenta as condições para "dar certo", seja lá o que isso significa para cada um, para cada dois. No amor existem sempre três: eu, o outro e o vínculo. Este, só pode ser sustentado por dois. Dois que querem, podem muito. É suficiente. Como tudo na vida, o amor não é gratuito. Mas pode render... desde que nos rendamos a ele.
(Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

"Como toda mudança deve, forçosamente começar em alguma parte, será o indivíduo isoladamente que terá de tentar e experimentar levá-la adiante. Essa mudança só poderá principiar realmente, em um só indivíduo; poderá ser qualquer um de nós. Ninguém tem o direito de ficar olhando à sua volta, à espera de que alguma outra pessoa faça aquilo que ele mesmo não está disposto a fazer"
. ["O Homem e seus Símbolos" - concepção e organização de Carl G. Jung]

quarta-feira, 9 de outubro de 2013


"O que significa ser escritor num país situado na periferia do mundo, um lugar onde o termo capitalismo selvagem definitivamente não é uma metáfora? Para mim, escrever é compromisso. Não há como renunciar ao fato de habitar os limiares do século XXI, de escrever em português, de viver em um território chamado Brasil. Fala-se em globalização, mas as fronteiras caíram para as mercadorias, não para o trânsito das pessoas. Proclamar nossa singularidade é uma forma de resistir à tentativa autoritária de aplainar as diferenças.
O maior dilema do ser humano em todos os tempos tem sido exatamente esse, o de lidar com a dicotomia eu-outro. Porque, embora a afirmação de nossa subjetividade se verifique através do reconhecimento do outro – é a alteridade que nos confere o sentido de existir –, o outro é também aquele que pode nos aniquilar... E se a Humanidade se edifica neste movimento pendular entre agregação e dispersão, a história do Brasil vem sendo alicerçada quase que exclusivamente na negação explícita do outro, por meio da violência e da indiferença.
Nascemos sob a égide do genocídio. Dos quatro milhões de índios que existiam em 1500, restam hoje cerca de 900 mil, parte deles vivendo em condições miseráveis em assentamentos de beira de estrada ou até mesmo em favelas nas grandes cidades. Avoca-se sempre, como signo da tolerância nacional, a chamada democracia racial brasileira, mito corrente de que não teria havido dizimação, mas assimilação dos autóctones. Esse eufemismo, no entanto, serve apenas para acobertar um fato indiscutível: se nossa população é mestiça, deve-se ao cruzamento de homens europeus com mulheres indígenas ou africanas – ou seja, a assimilação se deu através do estupro das nativas e negras pelos colonizadores brancos.
Até meados do século XIX, cinco milhões de africanos negros foram aprisionados e levados à força para o Brasil. Quando, em 1888, foi abolida a escravatura, não houve qualquer esforço no sentido de possibilitar condições dignas aos ex-cativos. Assim, até hoje, 125 anos depois, a grande maioria dos afrodescendentes continua confinada à base da pirâmide social: raramente são vistos entre médicos, dentistas, advogados, engenheiros, executivos, jornalistas, artistas plásticos, cineastas, escritores.
Invisível, acuada por baixos salários e destituída das prerrogativas primárias da cidadania – moradia, transporte, lazer, educação e saúde de qualidade –, a maior parte dos brasileiros sempre foi peça descartável na engrenagem que movimenta a economia: 75% de toda a riqueza encontra-se nas mãos de 10% da população branca e apenas 46 mil pessoas possuem metade das terras do país. Historicamente habituados a termos apenas deveres, nunca direitos, sucumbimos numa estranha sensação de não-pertencimento: no Brasil, o que é de todos não é de ninguém...

Convivendo com uma terrível sensação de impunidade, já que a cadeia só funciona para quem não tem dinheiro para pagar bons advogados, a intolerância emerge. Aquele que, no desamparo de uma vida à margem, não tem o estatuto de ser humano reconhecido pela sociedade, reage com relação ao outro recusando-lhe também esse estatuto. Como não enxergamos o outro, o outro não nos vê. E assim acumulamos nossos ódios – o semelhante torna-se o inimigo.

A taxa de homicídios no Brasil chega a 20 assassinatos por grupo de 100 mil habitantes, o que equivale a 37 mil pessoas mortas por ano, número três vezes maior que a média mundial. E quem mais está exposto à violência não são os ricos que se enclausuram atrás dos muros altos de condomínios fechados, protegidos por cercas elétricas, segurança privada e vigilância eletrônica, mas os pobres confinados em favelas e bairros de periferia, à mercê de narcotraficantes e policiais corruptos.

Machistas, ocupamos o vergonhoso sétimo lugar entre os países com maior número de vítimas de violência doméstica, com um saldo, na última década, de 45 mil mulheres assassinadas. Covardes, em 2012 acumulamos mais de 120 mil denúncias de maus-tratos contra crianças e adolescentes. E é sabido que, tanto em relação às mulheres quanto às crianças e adolescentes, esses números são sempre subestimados.

Hipócritas, os casos de intolerância em relação à orientação sexual revelam, exemplarmente, a nossa natureza. O local onde se realiza a mais importante parada gay do mundo, que chega a reunir mais de três milhões de participantes, a Avenida Paulista, em São Paulo, é o mesmo que concentra o maior número de ataques homofóbicos da cidade.

E aqui tocamos num ponto nevrálgico: não é coincidência que a população carcerária brasileira, cerca de 550 mil pessoas, seja formada primordialmente por jovens entre 18 e 34 anos, pobres, negros e com baixa instrução.

O sistema de ensino vem sendo ao longo da história um dos mecanismos mais eficazes de manutenção do abismo entre ricos e pobres. Ocupamos os últimos lugares no ranking que avalia o desempenho escolar no mundo: cerca de 9% da população permanece analfabeta e 20% são classificados como analfabetos funcionais – ou seja, um em cada três brasileiros adultos não tem capacidade de ler e interpretar os textos mais simples.

A perpetuação da ignorância como instrumento de dominação, marca registrada da elite que permaneceu no poder até muito recentemente, pode ser mensurada. O mercado editorial brasileiro movimenta anualmente em torno de 2,2 bilhões de dólares, sendo que 35% deste total representam compras pelo governo federal, destinadas a alimentar bibliotecas públicas e escolares. No entanto, continuamos lendo pouco, em média menos de quatro títulos por ano, e no país inteiro há somente uma livraria para cada 63 mil habitantes, ainda assim concentradas nas capitais e grandes cidades do interior.

Mas, temos avançado.

A maior vitória da minha geração foi o restabelecimento da democracia – são 28 anos ininterruptos, pouco, é verdade, mas trata-se do período mais extenso de vigência do estado de direito em toda a história do Brasil. Com a estabilidade política e econômica, vimos acumulando conquistas sociais desde o fim da ditadura militar, sendo a mais significativa, sem dúvida alguma, a expressiva diminuição da miséria: um número impressionante de 42 milhões de pessoas ascenderam socialmente na última década. Inegável, ainda, a importância da implementação de mecanismos de transferência de renda, como as bolsas-família, ou de inclusão, como as cotas raciais para ingresso nas universidades públicas.

Infelizmente, no entanto, apesar de todos os esforços, é imenso o peso do nosso legado de 500 anos de desmandos. Continuamos a ser um país onde moradia, educação, saúde, cultura e lazer não são direitos de todos, mas privilégios de alguns. Em que a faculdade de ir e vir, a qualquer tempo e a qualquer hora, não pode ser exercida, porque faltam condições de segurança pública. Em que mesmo a necessidade de trabalhar, em troca de um salário mínimo equivalente a cerca de 300 dólares mensais, esbarra em
dificuldades elementares como a falta de transporte adequado. Em que o respeito ao meio-ambiente inexiste. Em que nos acostumamos todos a burlar as leis.

Nós somos um país paradoxal.

Ora o Brasil surge como uma região exótica, de praias paradisíacas, florestas edênicas, carnaval, capoeira e futebol; ora como um lugar execrável, de violência urbana, exploração da prostituição infantil, desrespeito aos direitos humanos e desdém pela natureza. Ora festejado como um dos países mais bem preparados para ocupar o lugar de protagonista no mundo – amplos recursos naturais, agricultura, pecuária e indústria diversificadas, enorme potencial de crescimento de produção e consumo; ora destinado a um eterno papel acessório, de fornecedor de matéria-prima e produtos fabricados com mão-de-obra barata, por falta de competência para gerir a própria riqueza.

Agora, somos a sétima economia do planeta. E permanecemos em terceiro lugar entre os mais desiguais entre todos...

Volto, então, à pergunta inicial: o que significa habitar essa região situada na periferia do mundo, escrever em português para leitores quase inexistentes, lutar, enfim, todos os dias, para construir, em meio a adversidades, um sentido para a vida?

Eu acredito, talvez até ingenuamente, no papel transformador da literatura. Filho de uma lavadeira analfabeta e um pipoqueiro semianalfabeto, eu mesmo pipoqueiro, caixeiro de botequim, balconista de armarinho, operário têxtil, torneiro-mecânico, gerente de lanchonete, tive meu destino modificado pelo contato, embora fortuito, com os livros. E se a leitura de um livro pode alterar o rumo da vida de uma pessoa, e sendo a sociedade feita de pessoas, então a literatura pode mudar a sociedade. Em nossos tempos, de exacerbado apego ao narcisismo e extremado culto ao individualismo, aquele que nos é estranho, e que por isso deveria nos despertar o fascínio pelo reconhecimento mútuo, mais que nunca tem sido visto como o que nos ameaça. Voltamos as costas ao outro – seja ele o imigrante, o pobre, o negro, o indígena, a mulher, o homossexual – como tentativa de nos preservar, esquecendo que assim implodimos a nossa própria condição de existir. Sucumbimos à solidão e ao egoísmo e nos negamos a nós mesmos. Para me contrapor a isso escrevo: quero afetar o leitor, modificá-lo, para transformar o mundo. Trata-se de uma utopia, eu sei, mas me alimento de utopias. Porque penso que o destino último de todo ser humano deveria ser unicamente esse, o de alcançar a felicidade na Terra. Aqui e agora."


 - Luiz Ruffato

terça-feira, 8 de outubro de 2013

"Um Leão dormia sossegado, quando foi despertado por um Rato, que passou correndo sobre seu rosto. Com um bote ágil ele o pegou, e estava pronto para matá-lo, ao que o Rato suplicou:
  - Ora, se o senhor me poupasse, tenho certeza que um dia poderia retribuir sua bondade. Rindo por achar ridícula a ideia, assim mesmo, ele resolveu libertá-lo.
Aconteceu que, pouco tempo depois, o Leão caiu numa armadilha colocada por caçadores. Preso ao chão, amarrado por fortes cordas, sequer podia mexer-se.
O Rato, reconhecendo seu rugido, se aproximou e roeu as cordas até deixá-lo livre. Então disse:
  - O senhor riu da ideia de que eu jamais seria capaz de ajudá-lo. Nunca esperava receber de mim qualquer favor em troca do seu! Mas agora sabe, que mesmo um pequeno Rato é capaz de retribuir um favor a um poderoso Leão."

MORAL DA HISTÓRIA > Os pequenos amigos podem se revelar os melhores e mais leais aliados!

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

'E sempre vamos procurando caminhos para desvendar esta imensidão que é a vida , viver a cada dia e se superar diante dos problemas, é ter alguma coisa para se agarrar é lutar para que os sonhos se realizem. Viver se divide sonhar e realizar o sonho, pois quando não não há mais sonhos não há mais vida.' 
 - Pablo Radific

domingo, 6 de outubro de 2013

'Sabe! Quando eu encontrar com você tenho algumas coisas a fazer: Primeiro passaria invernos com você, me esquentando com o calor do teu corpo, bebendo aquele chocolate quente, te fazendo um cafuné; na primavera veria as flores crescendo enquanto conversaríamos no parque, e colherias as mais bonitas pra você; no verão iríamos aproveitar o calor pra nadar juntos, pra correr pela grama verde sob o sol radiante que brilharia nos seus olhos, e no outono deitaria no seu colo e ficaria olhando pra você enquanto as folhas caem e te diria o como tu é especial pra mim.'
 - Pablo Radific

sábado, 5 de outubro de 2013

'Tomara que eu te encontre um dia, que eu te conheça, que conversemos longas horas sentados no banco da praça, que a sua presença seja necessária , que os seus olhares me roubem sorrisos, e que os seus sorrisos me roubem beijos e que os seus beijos roubem uma coisa que poucos terão: meu coração.'
 - Pablo Radific

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

 A prova de que o ser humano é um ser psicossomático está no fato de que todas as emoções que vivemos, tanto as prazerosas quanto as desprazerosas, não só ficam registradas em nosso corpo físico como, sobretudo, em nosso corpo psíquico: é assim que nos defrontamos com nossas "cabeças avoadas", com nossas "pernas pra que te quero" quando estamos aceleradíssimos, com nossos "estômagos embrulhados", quando não digerimos as experiências pelas quais passamos, com nosso "corpo-máquina", quando precisamos nos proteger do que nos chega desde nosso próprio interior... O ambiente em que nos encontramos é tanto reflexo do que nos tornamos quanto meio através do qual podemos nos tornar nós mesmos. A psicossomática fala da necessária articulação entre o somático (corpo emocional, carregado de afetos diversos, veículo sensório-motor de experiências com o outro) e o psíquico (espaço de representação, onde a palavra vira nome). Se Freud nos lembra que o eu é, desde sua origem, eminentemente corporal, é para que não esqueçamos que o corpo é onde o psíquico começa. O caminho do somático ao psíquico é o caminho de construção do Eu. Nesse sentido, podemos ter todas as idades possíveis ao mesmo tempo, ou, quando o sofrimento é maior, (ainda) nenhuma idade. Entre o psíquico e o somático, o Eu está sempre à espera de se realizar. 
 (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

quinta-feira, 3 de outubro de 2013

Escolha sua árvore!



 
 
 
Olhe para a árvore e escolha imediatamente a que mais é atraente para você . Não pense sobre isso por muito tempo, é só escolher e descobrir o que sua escolha diz sobre sua personalidade. Não esqueça de comentar.
 
 
 OS RESULTADOS!
 
 
 1 . Você é uma ( não confundir com moralização ) pessoa generosa e moral. Você sempre trabalhar em auto aperfeiçoamento. Você é muito ambicioso e tem padrões muito elevados . As pessoas podem pensar que a comunicação com você é difícil, mas para você , não é fácil de ser quem você é . Você trabalha muito duro, mas você não é egoísta. Você trabalha porque quer melhorar o mundo. Você tem uma grande capacidade de amar as pessoas até eles te machucarem. Mas, mesmo assim você continuar amando . Poucas pessoas apreciam tudo no mundo como você.
 
 2 . Você é uma pessoa honesta e divertida. Você é muito responsável e gosta cuidar dos outros, por que se preocupa com eles e aceita muitas responsabilidades relacionadas ao trabalho. Você tem uma personalidade muito boa e as pessoas confiam em você facilmente. Você é brilhante , inteligente e de pensamento rápido. Você sempre tem uma história interessante para contar.
 
 3.Você é uma pessoa inteligente e atenciosa. Você é um grande pensador . Seus pensamentos e suas ideias são muito importante para você. Você gosta de pensar sobre suas teorias e pontos de vista só. Você é um introvertido . Você se dá bem com quem gosta de pensar e aprender. Você gasta muito tempo , pensando sobre a moralidade . Você está tentando fazer o que é certo, mesmo que a maioria da sociedade não concorda com você.
 
 4 . Você é uma pessoa perspicaz e filosófica. Você é intuitivo e um pouco peculiar . É muitas vezes incompreendido , e isso te machuca . Você precisa de espaço pessoal. Sua criatividade precisa ser desenvolvida , você busca o respeito dos outros. Você é uma pessoa que vê claramente os lados claro e escuro da vida. Você é muito emocional.
 
 5. Você é auto -confiante e responsável . Você é muito independente. Seu princípio orientador na vida é ' eu vou fazer do meu jeito " . Você é muito auto confiante e sabe como ficar forte para si e para as pessoas que você ama . Você sabe exatamente o que quer e não tem medo de perseguir seus sonhos . A única coisa que demanda de pessoas é a honestidade. Você é forte o suficiente para aceitar a verdade.
 
 6. Você é gentil e sensível. As pessoas se relacionam muito bem com você. Você tem muitos amigos e adora ajudá-los. Você tem essa aura quente e brilhante que faz as pessoas se sentir bem quando estão ao seu redor. Todos os dias, você pensa sobre o que você pode fazer para melhorar a si mesmo . Você quer ser interessante , perspicaz e único. Mais do que qualquer outra pessoa no mundo , você precisa amar. Você está pronto para amar sem esperar que te ame de volta .
 
  7. Você é feliz e sereno . Você é uma pessoa muito sensível e compreensivo. Você é um grande ouvinte e não faz julgamentos . Você acredita que todo mundo tem seu próprio caminho na vida. Você está aberto a novas pessoas e eventos. Você é altamente resistente ao estresse e raramente se preocupe. Normalmente , você é muito relaxada. Você sempre conseguem dirigir seu tempo e nunca perder o seu caminho .
 
 8. Você é charmoso e energético. Você é uma pessoa divertida , sabe fazer as pessoas rirem. Você vive em um estado de harmonia com o universo. Você é espontâneo e entusiasta. Você nunca diz não para uma aventura. Muitas vezes , você surpreendentes e até mesmo choca as pessoas com sua espontaneidade . Mas isso é apenas como você é... Você sempre permanecer fiel a si mesmo . Você sempre busca aprender mais sobre alguma coisa que te interesse e você não descansa até que você adquira o conhecimento profundo e necessário de determinada área ou assunto.
 
 9. Você é otimista .Você acredita que a vida é um presente e tentar aproveitar o máximo possível dela. Você é muito orgulhoso de suas realizações. Você gosta de conviver com as pessoas que se preocupam com o todo . Você tem uma abordagem muito saudável para a vida. Você é transparente com o vidro. Você pode usar qualquer oportunidade para perdoar, aprender e crescer, porque você acredita que a vida é muito curta para fazer o contrário

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

'Querendo ou não, iremos todos envelhecer. As pernas irão pesar, a coluna doer, o colesterol aumentar. A imagem no espelho irá se alterar gradativamente e perderemos estatura, lábios e cabelos. A boa notícia é que a alma pode permanecer com o humor dos dez, o viço dos vinte e o erotismo dos trinta anos. Erótica é a alma que se diverte, que se perdoa, que ri de si mesma e faz as pazes com sua história. Que usa a espontaneidade pra ser sensual, que se despe de preconceitos, intolerâncias, desafetos. Erótica é a alma que aceita a passagem do tempo com leveza e conserva o bom humor apesar dos vincos em torno dos olhos e o código de barras acima dos lábios; erótica é a alma que não esconde seus defeitos, que não se culpa pela passagem do tempo. Erótica é a alma que aceita suas dores, atravessa seu deserto e ama sem pudores.'

 - Extraído da página Reflexões da Psicanálise (FaceBook)

terça-feira, 1 de outubro de 2013

O meu silêncio ninguém entende

Belas palavras, achei na página HorsePower Pro.


Sempre fui uma pessoa tímida, daquelas que a melhor companhia é o próprio pensamento, as próprias reflexões e eu sempre me senti completo com essa solidão.
Era como a minha auto defesa, uma capa protetora que me impedia de ter contato próximo com o mal desse mundo.
Ser antissocial não me faz ser uma pessoa rude, ignorante, com ódio da vida, ninguém tem culpa de ter nascido assim, cada um tem a sua maneira de olhar a vida e seus pontos de vistas.
É verdade que esse estigma de timidez está ligada a algum problema psicológico e social vem ainda se concentrando na cabeça dos que não entendem a diversidade de personalidade.
Não julgo o cara popular, não tento mudar o cara depressivo, não falo mal do cara fútil, cada um faz o que quer, eu só queria que me aceitassem do que jeito que sou e já que isso nunca vai ser possível, eu vou vivendo do meu modo,
Comendo frequentemente sim, na rua, na faculdade, no supermercado...
Treinando duro sim, nesse frio de rachar, naquele calor insuportável...
Colocando o meu descanso como prioridade sim, nos sábados de balada, nos feriados de carnaval...
Deus me fez assim e o mundo não vai conseguir me MUDAR, porque eu procuro de todas as forças não ser carimbado como apenas mais um, nada mais fará diferença se você não se tornar o diferencial, viver na sombra dos outros pode até parecer confortável e cômodo mais só te fará fazer parte dela, nunca além disso, nunca a mais que isso. Faça suas próprias escolhas, possua suas próprias características, nãos seja um ponto nulo no meio da multidão.
Resista a toda metamorfose, toda dificuldade, todos os percalços da vida. O verdadeiro vencedor sai de uma batalha com a cabeça erguida, com a certeza de dever cumprido latejando dentro do peito, passe o que passar, custe o que custar, a tua estrela vai brilhar, basta acreditar que a recompensa virá.
Para cada ação haverá uma reação, não esteja disperso preste bem atenção, o produto da determinação é a dedicação, o poder está em sua mão, mesmo que haja pedras no teu caminho o importante é manter a visão, no futuro, a longo prazo e sempre confiar no teu coração.

#Derek