segunda-feira, 30 de novembro de 2015

NÃO ENXERGUE PROBLEMAS EM TUDO

por Marcel Camargo

"Se estamos viajando, pensamos em nossa casa à mercê de bandidos; se estamos amando, nutrimos inseguranças quanto aos sentimentos do parceiro; se estamos em férias, preocupamo-nos com o trabalho que se acumula no escritório. Não estamos nem aqui, nem lá, em lugar nenhum, e assim nunca conseguimos ser felizes."

Temos uma forte e nociva tendência a desmerecer nossas conquistas, nossos momentos, o que somos e temos. Não raro, quando nos encontramos em situações felizes, permanecemos em alerta, como se não fôssemos merecedores das alegrias que a vida nos traz, tentando mesmo estragar aquilo tudo. E isso acaba por tornar esses momentos menos especiais do que na verdade são. Da mesma forma, somos por isso impedidos de desanuviar a intranquilidade em nossos corações.

Diariamente, a vida nos disponibiliza oportunidades para que possamos aumentar nossa autoestima, gozar prazeres junto de quem amamos e nos ama de verdade, conquistar e satisfazer nossos desejos. Entretanto, nosso olhar negativista muitas vezes nos distancia do desfrute pleno das benesses que abençoam nossas vidas, embaralhando nossos sentidos, tolhendo nossa visão de alcançar a magnitude que se encontra presente bem ali ao nosso redor, dia sim e outro também.

Se estamos viajando, pensamos em nossa casa à mercê de bandidos; se estamos amando, nutrimos inseguranças quanto aos sentimentos do parceiro; se estamos em férias, preocupamo-nos com o trabalho que se acumula no escritório. Não estamos nem aqui, nem lá, em lugar nenhum, e assim nunca conseguimos ser felizes, tampouco obter satisfação com o que já temos. Carregamos nossos passos com incertezas e angústias que desequilibram a harmonia necessária ao recarregar de nossas energias. Completamos, consequentemente, esse vazio interior com insegurança, falta de confiança em nós mesmos, numa total ausência de fé na vida ou no que quer que seja.

É preciso, portanto, que adotemos uma postura mais positiva perante os fatos, para podermos caminhar com mais tranquilidade, encarando os problemas a partir de sua real dimensão, ao mesmo tempo nos fortalecendo com gratidão em relação às muitas alegrias que também nos cercam. Nenhum presente será completo, se não conseguirmos filtrá-lo e sorver tudo o que realmente vale a pena, tudo aquilo que energiza, reconforta, contenta e abre sorrisos. Tem muita coisa boa acontecendo ao nosso redor, em casa, na rua, no trabalho, e precisamos valorizar isso tudo.

Precaver-se pode ser útil, desde que não implique ignorarmos o real, o hoje que já está na nossa frente e que pode - e deve - ser trabalhado em favor da manutenção dos ganhos e da potencialização do que pode vir a se tornar ainda melhor. Enxergar o pior, pelo contrário, em nada nos servirá, a não ser para nos manter estagnados e impotentes frente ao que tem solução, frente a um amanhã melhor e mais feliz. É necessário mantermos uma postura otimista e a disposição para visualizarmos caminhos mais suaves e prazerosos, para o nosso próprio bem e de todos que vivem conosco.

Inegavelmente, o futuro nos aguarda com problemas e perdas de toda sorte e a isso ninguém fugirá. Porém, se nos concentrarmos na valorização das alegrias que da mesma forma tingem de magia a nossa jornada, preparando-nos para o melhor que a vida sempre terá a nos oferecer, seremos poupados de angústias desnecessárias. Se estamos felizes, é porque fizemos por merecer, é porque pautamos nossas vidas por amor verdadeiro. Essa felicidade então será, sim, nossa, sem medo, sem dúvidas, sem perigo. Porque o otimismo e a esperança de nossos olhares é que determinarão a real valorização do que nos torna felizes e completos.


MARCEL CAMARGO

"Escrever é como compartilhar olhares, tão vital quanto respirar".
Saiba como escrever na obvious.

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quinta-feira, 26 de novembro de 2015

Por que Milhões de Homens Estão Perdendo os Amigos aos 20 e Poucos Anos



por Kevin EG Perry

Ilustração por Dan Evans.

Homens geralmente pensam em si mesmos como lobos solitários. Um lobo solitário sendo ambicioso no trabalho. Um lobo solitário no Tinder. Um lobo solitário jogandoFallout 4 sozinho e comendo lasanha de micro-ondas. Conforme ficamos mais velhos e a vida vai jogando mais merda na nossa cara, você começa a se perguntar se há uma razão para a maioria dos lobos caçarem em bando.

Geralmente, somos animais extremamente sociáveis na escola e na universidade, mas, quando as pressões do trabalho começam a bater, rostos que antes eram familiares começam a desaparecer, o que nos faz perceber como estamos sozinhos neste mundo.

Neste mês, uma pesquisa realizada pela Movember Foundation descobriu que 12% dos homens acima dos 18 anos no Reino Unido não têm um amigo próximo com quem discutir problemas sérios da vida. Isso dá 2,5 milhões de homens só na Inglaterra. Mais de um quarto dos pesquisados disseram que falam com seus amigos menos de uma vez por mês, enquanto 9% contaram que não lembravam a última vez que tinham feito contato com os amigos.

Isso pode virar um problema sério mais tarde na vida. Pesquisas da Organização Mundial de Saúde mostraram que a falta de amigos próximos tem um impacto significativo na saúde dos homens a longo prazo, nos deixando sob risco de depressão, ansiedade e suicídio.

Sarah Coghlan, chefe do Movember UK, me disse: "Muitos homens com quem falamos não percebiam quão superficiais seus relacionamentos tinham se tornado até enfrentarem um desafio significativo na vida, como um falecimento, fim de uma relação, paternidade ou desemprego – e é exatamente aí que melhores amigos são mais necessários".

Entretanto, o que acontece com nossas amizades quando ficamos mais velhos? Aqui, seis homens em diferentes estágios da vida discutem seus relacionamentos com os amigos.

Matt, 19 anos

"Fiz o primeiro ano da faculdade, mas foi um ano difícil em termos de relacionamento; então, acabei desistindo. Tenho feito trabalhos temporários desde então. Porém, enquanto essa coisa do relacionamento estava acontecendo, falei sobre isso com meus amigos, com quem frequentei a escola, em vez dos meus novos amigos de faculdade, só porque os conhecia melhor. Tenho sorte de estar num grupo social de umas sete ou oito pessoas – principalmente caras, mas também algumas garotas. Fizemos o segundo grau juntos, embora conheça alguns deles desde o primário. Sou bastante aberto com todos eles; logo, conversávamos sobre tudo. Eles também já comentaram coisas bem pessoais comigo. Eu preferia falar com amigos do que com minha família, porque estávamos passando por coisas parecidas na época; assim, nos identificávamos mais. Tenho amigos e conhecidos do trabalho e de esportes, mas meus amigos da escola passaram no teste do tempo. Passamos por muitas coisas juntos."

Tom, 21 anos

"Comecei a trabalhar direto depois da escola. Talvez eu tivesse feito mais amigos se tivesse entrado numa faculdade, mas o estilo de vida dos universitários tem muito a ver com encher a cara e experimentar drogas, o que eu não faço. Eu ia acabar ficando de fora, pois essas coisas nunca me atraíram. Fiz uns seis ou sete amigos próximos; além disso, também moro com alguns novos amigos, o que é muito divertido. Trabalho quatro ou cinco dias por semana; então, tento ver meus amigos quando eles estão livres. Noventa por cento dos meus amigos frequentam shows de hardcore; assim, sempre os encontro no mosh pit. Fiz a maioria dos meus amigos nos últimos três anos. Quando tinha 16, eu não tinha nenhum amigo. Isso mudou porque ganhei mais confiança para falar com as pessoas. Eu não conseguia conversar direito quando era adolescente; eu tinha medo. Hoje, tenho amigos que sinto que posso procurar para tudo. Fiquei na casa de alguns deles quando estava procurando um lugar para morar, e compartilhamos coisas profundas. Eles são mais minha família que minha família de verdade."

"A maioria das pessoas com quem saio são do trabalho, o que é meio deprimente."

Stefan, 24 anos

"Me formei em junho passado depois de fazer mestrado. Para ser honesto, sinto que só me dava realmente bem com as pessoas na faculdade. Os outros eram parte do grupo com o qual eu saía com frequência para beber, porém não eram pessoas com quem eu discutiria decisões da minha vida. Desde que comecei a trabalhar neste ano, a maioria das pessoas com quem saio são do trabalho, o que é meio deprimente. Eles são gente boa, mas a única coisa que temos em comum é que trabalhamos no mesmo lugar. Tenho três amigos que vejo regularmente e alguns outros com quem converso no WhatsApp, embora nunca os veja pessoalmente. Conforme o tempo foi passando, acho que parei de ser legal e amigável com pessoas com quem não me dou tão bem assim. Na escola, eu tentava fazer parte de vários grupos, mas agora só saio com esses três caras que conheço da minha cidade ou saio para reuniões sociais obrigatórias com pessoas que têm filhos. No entanto, acho que isso é bom – encontrei as pessoas com as quais vou continuar me dando bem por um longo tempo, em vez de tentar manter relacionamentos com pessoas de quem não gosto realmente. Se eu tivesse um problema sério, eu provavelmente falaria sobre isso com a minha namorada – a menos que a questão fosse sobre ela. Tenho um amigo que conheço desde os três anos, e ainda saímos sempre que ele está em Londres. Ele é o amigo que eu procuraria para coisas como essas."

Ben, 26 anos

"Ainda tenho três ou quatro amigos da universidade, mas eu era uma pessoa diferente naquela época. Eu era mais autodestrutivo. Não sou mais amigo da maioria das pessoas daquela época, porque não fiz o tipo de amigo que eu gostaria de ter agora. Não quero mais fazer as coisas idiotas que eu costumava fazer. Meus amigos da escola são os mais próximos, porém não os vejo mais tanto – o que é meio paradoxal, acho. Eu os vejo umas cinco semanas por ano, geralmente em despedidas de solteiro ou casamentos. Sei que eles vão me apoiar. Alguns deles passaram por maus bocados, e, depois que falamos sobre essas coisas, acho que não temos mais nada a dizer uns para os outros. Só que é difícil ter tempo para ver os amigos. Sinto que as semanas seguem muito uma rotina. Se encontro minha namorada uma ou duas noites por semana e tento me exercitar dois dias por semana, então sexta é meio que uma loteria... quando vou ter tempo de fazer outras coisas? Não dá tempo. Tenho uma videoconferência do trabalho hoje à noite, e isso não é incomum. Ou seja, é difícil ter tempo e energia para planejar coisas com os amigos. É triste. É meio deprimente pensar nisso."

"Meu melhor amigo é provavelmente a pessoa mais emocionalmente atrofiada que conheço."

Colin, 28 anos

"Tenho um grupo principal de amigos do meu primeiro ano de faculdade com quem ainda mantenho contato, apesar de alguns terem mudado para o exterior. Meu melhor amigo da faculdade foi à Nova Zelândia atrás de uma garota, embora eu ainda consiga falar com ele todo dia. A parte estranha do meu grupo de amigos é que um deles é minha ex-namorada. Se tento introduzir uma garota nova nesse ambiente, finjo que está tudo normal até receber um monte de mensagens escrotas. Fora esse pequeno problema, tento sair com eles o máximo possível. Na faculdade, nosso tempo juntos era resultado de ressacas pesadas causadas por bebidas vagabundas. Os dois anos depois da universidade foram cheios de sintomas de síndrome de abstinência por não haver mais momentos assim, apesar de agora eu estar bem com isso. Se tenho um problema sério, tenho algumas pessoas com as quais posso falar sobre assuntos diferentes. Um dos meus melhores amigos é provavelmente a pessoa mais emocionalmente atrofiada que conheço; logo, tento não discutir nada profundo com ele. Por outro lado, ele é uma das pessoas mais engraçadas que conheço; então, fujo alegremente dos meus problemas na companhia dele."

Michael, 30 anos

"Não fiz faculdade, mas comecei a trabalhar num ambiente no qual conheci um grupo de pessoas com a mesma idade que eu – e ainda estou em contato com alguns deles. Lá pelos 25 anos, eu estava sempre saindo com meus amigos nos finais de semana – nos encontrávamos o tempo todo. Naquele ponto, parecia que a festa nunca terminaria. Entretanto, no final da faixa dos 20 anos, as coisas começaram a mudar. As pessoas vivem suas vidas mais individualmente agora e se concentram em construir uma carreira e um futuro. Ninguém mais tem tempo para se divertir. Acho que foi a idade que mudou isso – e entendo. Ainda vejo um punhado de amigos próximos, mas, se quisesse falar sobre um problema sério ou uma questão profunda, acho que eu procuraria minha namorada. Eu gostaria de passar mais tempo com meus antigos amigos de novo, porém hoje tendo a achar que, se eu não estou ocupado, eles vão estar. É difícil achar tempo."

Tradução: Marina Schnoor.

sexta-feira, 20 de novembro de 2015

O cenário preconceituoso no Brasil


 



Aqui estava nessa proletária existência a garimpar boas entrevistas, textos, vídeos e charges para elaborar uma aula dinâmica, diferente e relevante sobre o tema que mais gosto de debater com os alunos: o preconceito racial no Brasil. Recordei que há aproximadamente uma semana li uma reportagem sobre uma tal consulesa francesa que deu uma aula sobre o tema num talk show brasileiro. Eis que conheci a Sra. Alexandra Loras, figura elegante, inteligente, comedida, sensata, sóbria em suas falas, além de uma beleza irretocável. Convidada a contar sua história, relatou pontos importantes de sua vida que me chamaram muita atenção. Tornara-se consulesa por seu enlace matrimonial com o cônsul francês Damien Loras. Ao buscar outras entrevistas com tal personalidade encontro uma participação triste e debochada num programa com três apresentadores preconceituosos que não conseguiram esconder sua prenoção sobre o assunto em suas falas decoradas, e quando perguntada suas opiniões sobre temas polêmicos mudavam abruptamente o assunto. É interessante perceber que os formadores de opinião deste país são parcela considerável dos responsáveis pela manutenção do preconceito, segregação, marginalização da população negra. Loras relata que é comum, no Brasil, onde a população em sua maioria é negra - e apenas 7,6% se autodeclaram negras por falta de referência, ou auto preconceito mesmo -, seja costumeiramente apontada na rua por desconhecidos como babá de seu filho, que tem a pele clara. Em ocasiões formais, que por educação fica à porta recebendo seus convidados é ‘confundida’ com a recepcionista. Mas que novidade há nessas histórias vividas pela consulesa?! Nenhuma. Negros brasileiros passam por isso todos os dias. Uma sociedade que usa o uniforme para separar os proletários da elite, além do uniforme genético – se é que me entendem. Não trabalhamos efetivamente para a igualdade racial, social. Quando se evita o debate sobre um assunto é porque não queremos mudar o quadro atual – que o digam os casais que evitam a conhecida DR. Alexandra traz-nos uma reflexão pertinente: Como seria o mundo ao inverso? Como seria se nossa referência fosse a cultura negra, o contrario do que vivemos? Se apenas o que foi realizado pelos negros fosse considerado inteligente, bom, agradável e importante? Se todas as nossas referências históricas, revolucionárias, científicas fossem negra? E se todas as programações de TV fossem realizadas por negros – desenhos animados, telenovelas, jornalismo, programas de auditórios e outros? E a única coisa que soubéssemos a respeito dos brancos estivesse apenas em duas, ou quatro, páginas dos livros didáticos? Imagine se a representação caucasiana na TV fosse com personagens marginalizados, as mulheres brancas amantes dos negros ricos, a mulher branca sendo sempre a faxineira e os homens brancos traficantes, criminosos. Imagine 156 pessoas brancas mortas por violência diariamente, cerca de 154.000 por ano. Não seria cruel? Essa é uma pequena mostra da realidade brasileira negra hoje – que diga-se de passagem, teve uma pequena melhora. Não conhecemos as grandes figuras negras da nossa história, além dos músicos, atores e outros da classe artística. Criolo, o músico, disse certa vez (aliás, minha pesquisa se iniciou de uma entrevista dele que assisti pela enésima vez): ‘O negro é muito oprimido. O povo é trabalhador e abusam da tragédia social que vivemos. O que nos salvou foi a completa ignorância, o que nos salvou foi ser um ‘ninguém’ durante um longo trajeto da nossa historia. O que nos restou foi a beleza das artes, que para muitos é a fraqueza da alma’. Sim! Fomos e somos chicoteados literal e figurativamente todos os dias, mas resistimos.  Retomo a indagação de Loras: como seria essa sociedade ao inverso? Uma grande tristeza, mas faz-se necessário conquistar nosso espaço através de cotas. Afinal, a segregação racial não permite a inserção do negro na sociedade de maneira justa e nossa história comprova isso, não há como negar. Encerro o muito que tenho a dizer com as palavras de Criolo, que de forma poética retrata a realidade do negro no contexto social que estamos instalados: “Quem se apaixona pela paixão Então, pára, de se crescer, meu bem, Pois de todo esse amor Nenhum pedaço é teu”.

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O ar gélido da amizade social

 



Às vezes, quase sempre, me pego pensando como é ruim, na era da tecnologia, das redes sociais, de quem tem mais seguidor, ver as pessoas felizes e não poder compartilhar. Não esse compartilhar que se transformou num botão gélido que nem se quer você o toca, até nisso há uma distância. Gostaria tanto de comentar que o seu sorriso é tão doce e sua companhia agradável, mas não nessa parede chamada popup e curtir, ah! esse se transformou num joinha. Valores inversos fazem a nossa sociedade. Mudaram as chamadas no portão por um bip que avisa que chegou mensagem, trocaram as cartas por um bom dia, boa tarde e boa noite de grupos no whatsapp, assim eu falo com todos e não esqueço de ninguém, como nos tornamos tão frios! 

As vezes, pensando pelo lado capitalista e insensível da humanidade, creio que ter dinheiro é bom. Por que só assim você vai ter o que quiser. Isso mesmo! Ter o que quiser, posso pagar uma pessoa pra me dar atenção, outra pra me fazer companhia e por aí vai. Por que aquela parte de se doar, amar, valorizar, se tornou clichê. Até pra crianças ganharem presentes se compartilha uma foto e faz a campanha de quantos likes se precisa pra ela (pobre coitada) ganhar uma bicicleta, um carrinho, uma boneca.

Até quando seremos dominados por essa rede, que de social não vejo nada tá mais pra rede de arrasto, que exclui as pessoas de aproveitarem um sorriso, um abraço, um aperto de mão, até perdem a oportunidade de enxugar a lágrima que cai daquele que ama, se perde e por ali ficamos.

Troque o bom dia virtual por um abraço surpresa, troque os grupos de whatsapp por um grupo de baralho, uma roda de samba. Lembranças virtuais por uma visita inesperada. Tem tanta gente presa nessa 'rede' que se assustam quando vê [a] gente.

Junior Ribeiro