Um golpe
na Internet reflete tanto o crime da sociedade contra as mulheres que
envelhecem quanto a natureza complexa do amor
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Imagem: Reprodução |
Primeiro,
o golpe.
Um homem
se apresenta no Facebook dela, psicanalista e escritora. Ele mora nos Estados
Unidos, mas é irlandês com mãe brasileira. É viúvo, tem dois filhos, um
adotado, já adulto, de 25 anos, e uma adolescente de 13. Trabalha com geologia
e faz negócios com petróleo. Tem 60 anos, sente-se sozinho, faz seis anos que
se tornou viúvo e busca um amor para dividir a vida. Por inspiração da mãe,
começou a buscar perfis de brasileiras no Facebook. Chegou até ela, explica,
pelo sorriso da foto. Eles conversam em inglês. O inglês dele é melhor do que o
dela, ele a corrige com carinho, a ensina. O inglês dela melhora a cada dia.
Tornam-se presentes um para o outro, apesar da distância. Pelo Facebook e, cada
vez mais, pelo viber. Ele acompanha o dia dela, ela acompanha o dele. Ele quer
saber o que tem para o jantar, como foi o dia de trabalho, como ela dormiu,
qual é a crocância do pão no café da manhã, o que a deixa triste ou feliz, do
que ela tem medo. Ela, viúva também, com mais de 60 anos, filhos adultos com
suas próprias famílias, descobre que se sentia só antes dele. Que, apesar de
gostar do seu trabalho, de conviver com vários bons amigos, de ter uma vida
rica de sentidos, faltava algo da ordem do essencial. Antes dele, ela tinha
aceitado com demasiada facilidade que o amor e o sexo estavam encerrados para
ela. Antes dele, tinha sido obediente demais ao sujeitar-se ao padrão social
que impõe o envelhecimento da mulher como o fim do desejo – ou como a
impossibilidade de despertar paixão. Percebe que lhe faz falta compartilhar o
que chama de “o comum da vida”. E agora, a cada noite, ela diz: “Me acolhe nos
seus braços”. E ele a acolhe. Ela dorme entre braços imaginários, mas tão
reais. E a cada manhã, ele divide com ela o pão com manteiga, o croissant, a
geleia de pêssego. Divide também as dúvidas, os sonhos dele de se aposentar em
breve para viver outro tipo de vida, o passeio ao zoológico que ele faz com a
filha, as demandas da bela casa em que ele vive e que ela já conhece por fotos.
Conversas comezinhas, conversas tão importantes. Em determinado momento, ele
faz um comentário picante. Gostaria de vê-la preparando o jantar de calcinha.
Ela dá uma resposta seca. Ele recua, nunca mais faz nenhuma alusão. É um homem
sensível, às vezes é possessivo, ela gosta. É como se ele a conhecesse por
dentro, como se a tivesse conhecido desde sempre, porque a compreende. Mas não
é um galã. As fotos que ele envia para ela, muitas, são fotos de gente comum,
nem tão bem enquadradas, nem tão bem focadas, sempre posadas, como são as fotos
de gente comum. Ele é um homem da sua idade, sem barriga tanquinho, sem
músculos jovens, com as marcas do tempo, os cabelos brancos, entradas que
anunciam a calvície. Como ela, que é bela, mas carrega todas as suas marcas.
Ela surpreende-se consigo mesma. Não imaginava apaixonar-se por alguém tão
“real” assim. Alguém que envelhece como um homem comum, sem nenhuma
excepcionalidade, exceto a de estar presente, de compreendê-la tão bem, de
querer estar com ela. E ele quer. Pergunta se ela estaria disposta a mudar-se
para os Estados Unidos para tentar uma vida com ele, se seria capaz de ajudá-lo
a terminar de criar a filha adolescente. Como ele poderia adivinhar que ela
sempre quisera uma filha, mãe de meninos que era? Ela busca algo físico nele,
encontra as mãos. Acha as mãos dele lindas, fortes. Mãos de homem. Quer as mãos
dele sobre o corpo dela. Agora é mais sério. Ele virá ao Brasil só para vê-la,
para descobrirem se o romance virtual realiza-se no concreto dos dias, se a
pele responde ao toque, se é possível sonhar com uma vida juntos sem a mediação
da tecnologia. Ela conversa com a filha dele pelo telefone. A menina diz: “Eu
amo você porque você ama o meu pai”. Ela vai para Paris visitar um dos próprios
filhos, e ele já conversa com a sua nora pelo celular. O filho dela está
preocupado, questiona, duvida, aponta as incongruências da história. Ela não
quer escutar. Cobre os buracos do roteiro com seu desejo de continuar vivendo
um romance. Pesquisa hotéis no Brasil, peregrina com as amigas por lojas de
lingerie. Ela sabe que a pele já não tem a elasticidade da juventude, que os
músculos são flácidos, mas sente-se linda. Abre o provador mal coberta por
rendas, sem pudor – onde foi parar o pudor? Pergunta: “Como eu estou?”. Ela
sabe como está. Linda. Emagrece quase 10 quilos, já não sai na rua de qualquer
jeito, sente-se desejada quando passa. As pessoas já não acreditam que ela
esteja na fila certa quando se posta junto aos idosos no banco. Ela está
ansiosa. Muito. Antes de vir ao Brasil, porém, ele fará uma viagem rápida à
Nigéria, junto com o filho. Vão tratar de negócios de petróleo. Em seguida,
virá vê-la. Ela prepara-se para a chegada dele. Imagina várias vezes por dia o
momento em que ele emergirá da sala de desembarque do aeroporto. Se ele vai dar
um sorriso quando a enxergar. Se arrancará sua calcinha, acertará o fecho do
sutiã. Imagina o sexo. Não lembra quando foi tão feliz, tão inteira. No dia da
viagem para a Nigéria, ele manda fotos dele de terno, roupas de viagem, uma
pasta elegante de trabalho. Envia fotos de vários momentos, ela o acompanha
quase em tempo real.
De
repente, ele passa horas em silêncio. Ela preocupa-se, pede notícias. Quando
ele finalmente responde, está arrasado. Foram assaltados no país africano. Os
ladrões levaram cartões de crédito, dinheiro, documentos, tudo. O filho reagiu
e está em coma num hospital. Ao final da mensagem, ele pergunta se ela poderia
lhe emprestar dinheiro. Só 775 dólares para pagar o hospital e o transporte até
o aeroporto. Ela então desconfia. Por que ele não procura a embaixada
americana, por que não conversa com seus parceiros de negócios? Ela começa a
achar a história mirabolante demais. Ele já tem o nome e uma conta de alguém
que o ajuda, explica como ela pode fazer uma remessa de dinheiro do Brasil. Ela
percebe que o tom dele mudou. Titubeia. Ele a pressiona, ela não gosta. Quanto
mais ele pressiona, mais ela recua. A filha dele manda uma mensagem pedindo
notícias do pai, preocupada com a falta de informações. Ela fica ainda mais
desconfiada. Não dará o dinheiro, mesmo que isso signifique perdê-lo. O romance
acaba. Ao voltar aos Estados Unidos, ele ainda diz para ela. Sua primeira
crueldade explícita: “Você não respondeu para a minha filha. Você não tem
condições de ser mãe”. Logo depois, o perfil dele desaparece do Facebook.
Ela faz o
que poderia ter feito muito antes. Se quisesse. Se realmente quisesse. Pesquisa
as fraudes do gênero na Internet. Descobre os blogs e sites brasileiros e
internacionais sobre as quadrilhas que atuam no golpe cada vez mais comum. Vê
supostas fotos dos criminosos. Vários homens amontoados num cubículo com seus
lap tops no colo conversando com mulheres como ela. Mulheres como ela
significando mulheres mais velhas e sozinhas, mulheres carentes e por isso mais
frágeis, mais dispostas a acreditar no inacreditável. Mulheres já
desacostumadas a serem desejadas. Enviando a elas fotos de outros homens, que
possivelmente não saibam que são usados para seduzir. Imagens capturadas nas
redes sociais, podem ser de qualquer um. Um golpe bem planejado, a vítima em
potencial é contatada só depois de uma pesquisa na Internet. Inclusive de suas
condições para manter um romance em inglês, o que no Brasil é um indício de
pertencer pelo menos à classe média e, portanto, ter algum dinheiro guardado ou
acesso à crédito. Para cada uma delas um perfil de homem, em imagens e história
de vida, uma proposta que já sabem esperada por aquela mulher tão
meticulosamente analisada. Para cada mulher uma abordagem, uma forma de se
comportar, um rosto e uma personalidade correspondentes às fantasias dela, um
enredo adequado àquela que expõe – pode ser mais ou menos, mas expõe – um pouco
de si a cada dia nas redes sociais.
Ao seu
redor, amigos e familiares não acreditam como ela, uma mulher tão inteligente,
tão vivida, tão bem sucedida, tão conectada ao mundo, pode ter caído num golpe.
Um golpe assim era para outras, não para alguém com seu perfil. Ela lê
depoimentos de mulheres como ela que foram muito além dela, mulheres que
perderam milhares de dólares que haviam economizado ou mulheres que se
endividaram para manter o roteiro amoroso vivo. Lê entrevistas com supostos
criminosos que contam como o esquema funciona. Naquela noite vê fotos dos
quadrilheiros, que assume como reais – podem não ser, como as do amante não
eram, mas ela acredita que sejam. Se antes acreditou no romance, agora acredita
na fraude. Fica mal. Bem mal.
É a sua
noite de vítima. “Eu os identifiquei com ratos. Parecia que ratos andavam sobre
o meu corpo. Eu expus tanto a minha intimidade, e era para aqueles homens das
fotos na Internet ou outros como eles. Um ao lado do outro, sentados no chão,
falando com mulheres como eu. Me expus não com fotos da minha nudez, porque não
faria isso, mas de forma muito mais profunda do que isso. Passei a noite
encolhida, com os ratos sobre o meu corpo.”
É o
segundo capítulo da vítima. A enorme vergonha de ter caído numa história como
essa, que agora para todos aparece claramente como uma fraude desde sempre. E o
discurso que corre por baixo, o discurso social. Nem sempre pronunciado, mas
presente: “Então você achou que, aos 50, aos 60, um homem iria se apaixonar
perdidamente por você?”. Agora é oficial, você não só é uma vítima, mais pobre
e mais endividada depois do golpe, mas “uma mulher velha e burra”. E como
espernear contra esse encaixotamento imposto às mulheres, depois de ter se
entregado a um homem que jamais existiu? Depois de estar se sentindo uma
“mulher velha e burra”? De intuir que se sentirá uma “mulher velha e burra”
para sempre? É a aniquilação final.
Não
necessariamente, porém. Pode ser. Ou não.
Essa é a
parte mais interessante. Quando nos encontramos, ela queria denunciar o golpe
sem se identificar. O desejo que me anuncia é o de que outras mulheres sejam
alertadas para a fraude. É um desejo comum, eu o escutei muitas vezes. Há as
vítimas que se calam por vergonha (ou por medo, no caso das que são violadas e
espancadas). Essas ficam presas no lugar de vítima, precisam de ajuda para
romper com o silêncio de algum modo e sair do lugar que as condena à
imobilidade. Ou permanecem para sempre como estátuas aprisionadas num gesto que
estanca a vida. Mesmo quando o ato que as vitima cessa, elas continuam vítimas,
porque não conseguem dar sentido ao vivido e se inventar de outro jeito.
Acreditam que só sabem ser vítimas, que vítima é tudo o que são. Agarram-se a
essa identidade como se fosse a própria pele porque, por mais incômoda que
seja, estão lidando com o conhecido.
E há
aquelas que rompem com o lugar da vítima denunciando, seja à polícia, seja a
outras mulheres, à imprensa, ao mundo inteiro. Criam um blog ou uma ONG,
algumas passam a perseguidoras de seus algozes, outras ajudam mulheres que
passam por experiências semelhantes a sair da paralisia. Essas deslocam sua
posição no jogo. De certo modo, continuam identificadas com o vivido, que
determina suas escolhas dali em diante, mas pelo avesso e de forma ativa. A
pele de vítima já não as veste.
Conversamos
por duas horas e meia. Conheço o seu nome e o seu trabalho, mas é nosso
primeiro encontro ao vivo. Ao escutá-la, percebo que ela teve o seu momento de
vítima, a noite dos ratos. Era necessário que assim se reconhecesse, porque foi
efetivamente enganada. Era um fato. E não se nega os fatos. Mas, em seguida, é
necessário dar sentido a eles. Sem isso, o lugar de vítima se cristaliza. Em
vez de uma mulher complexa, com suas perdas e seus anseios, haverá apenas um
arremedo dessa mulher, o da vítima que jamais supera sua condição. Sem criar
sentidos que permitam seguir adiante, seria preciso acreditar na versão de quem
tentou extorqui-la, a de que é uma “mulher velha e burra” que acredita em
qualquer coisa, inclusive que pode ser amada e sexualmente desejada, apesar de
não ser jovem nem ter um corpo de passarela.
Aceitar
essa versão como a única verdadeira tem roubado algo muito mais importante do
que dinheiro das mulheres que caem nessa fraude. Aceitar essa versão é cimentar
o olhar social que permite que fraudes como essa aconteçam. É deixar-se
enquadrar numa cultura que oprime as mulheres com o mito contemporâneo da
eterna juventude. É acatar a ideia de que marcas e beleza não são compatíveis,
de que desejo, paixão e sexo são prerrogativas limitadas pela idade.
Ela, não.
Ela desfere um contragolpe.
Já não
estou diante de uma vítima. Pergunto a ela: “Se você soubesse o que sabe agora,
que esse romance é uma fraude, preferia não tê-lo vivido?”. Ela não hesita:
“Preferia ter vivido tudo o que vivi. E ter parado exatamente onde parei. Ele
me deu muito”.
Não é uma
ilusão. Por paradoxal que pareça, ela ganhou muito. Enquanto viveu o romance,
ele era real. O homem, que hoje sabemos que não existe, era real. Essa
realidade a resgatou, dia a dia, de uma vida menos viva. “Eu precisava do olhar
do outro. De um homem que não corresse quando eu dissesse a minha idade, que me
lembrasse de que sou desejável, que me lembrasse principalmente de que quero
compartilhar não o extraordinário, mas o comum da vida. Quero ter alguém comigo
dividindo o café da manhã, compartilhando as experiências do cotidiano e também
arrancando a minha calcinha. Estou aberta para isso e antes não estava. Ele me
devolveu algo que estava anestesiado em mim. Às vezes era tão forte essa
percepção que sentia como se tivesse voltado a ovular. De certo modo voltei,
não biologicamente, mas de uma maneira mais profunda. Antes eu me sentia só um
corpo mais flácido do que na juventude, um rosto marcado pela idade. O olhar
dele foi o espelho onde eu pude me enxergar muito além disso, pude me enxergar
como uma mulher, na inteireza do que é ser uma mulher. Ele não existe? Talvez
seja um coletivo de pessoas conversando comigo para me extorquir depois? Mais
um golpe sórdido? Não importa. Porque esse olhar sobre mim mesma ninguém pode
me tirar, esse olhar agora é meu. Seja lá quem for, me despertou, me ajudou a
resgatar a minha integridade como mulher, como pessoa, o muito mais que eu sou
para além de um corpo que envelhece. Nesse sentido, sou muito grata.”
Para ela,
talvez o conselho a outras mulheres seja: “Caia no golpe, acredite, mas não
pague”. Mesmo os 700 dólares, que seria só o início da extorsão, seria um preço
baixo a pagar pelo que recebeu, caso tudo se resumisse a uma troca de mercado.
É uma brincadeira, claro. Para que ela possa manter a realidade do que viveu,
mesmo depois de saber que se tratava de uma fraude, era preciso que fosse real
em algum momento. O amor que viveu, mesmo depois de comprovado o golpe, é real
no que nela produziu de realidade. Sob esse olhar, o maior lesado foi o
golpista, que não viveu nem o amor, nem recebeu o dinheiro.
Se o
golpe só funciona porque a sociedade ocidental determinou que mulheres deixam
de ser desejáveis ao envelhecer, a maior perda seria não financeira, mas
acreditar nessa construção social como uma verdade totalizante. Talvez essa
seja a fraude maior, aquela que arranca dessas mulheres, dia após dia, algo
muito mais caro do que dinheiro. Arranca-lhes uma dimensão da vida. Para esse
crime não há polícia, não há quadrilha, não há materialidade. Para esse crime
só existe a resistência, a não capitulação de cada uma.
Para esse
crime há o que ela fez: o contragolpe. Ela mostra as fotos do homem que para
ela agora é um ex-namorado, de uma história de amor que deu certo por algum
tempo e acabou por razões bastante heterodoxas. Ela ainda está se despedindo
dele, por isso as fotos continuam no celular. “Olha essas mãos, olha esse
peito”, comenta. Eu não vejo nada que despertaria meu desejo, aquele homem não
diz nada para mim. De certo modo, não é assim o amor? Uma verdade apenas para
aquele que o vive, que vê no objeto do amor o que ninguém mais vê? O outro não
é, em certa medida, uma construção, uma realidade particular daquele que ama,
como mostra Ela, o brilhante filme de Spike Jonze?
Ela me
parece bem. E uma mulher tão bonita.
Entre as
mudanças que o romance produziu nela, está a de se descobrir capaz de se
apaixonar por um homem possível. Não um padrão de beleza, não um cara mais
jovem, um homem da sua idade, com sua bagagem particular de derrotas, perdas,
desejos e sonhos. Passado, mas também presente. De novo o paradoxo: o homem que
era uma fantasia a ensinou a acolher o homem real.
A cada
vez que ela sai de casa, agora, arruma-se pensando que pode encontrar esse
companheiro possível. Sem esquecer, jamais, que amar é um risco. Não só o da
fraude, que ela acabou de viver, mas um risco ainda maior, que é o de não ser
uma fraude. O de se arriscar ao outro, a ser alcançada por um outro. Um risco fascinante,
que agora ela voltou a achar que vale a pena.
Quando
nos despedimos, ela se preparava para pegar um avião para passar o dia com um
velho amigo, um com o qual sabe que não viverá uma história cotidiana, mas que
poderia abraçá-la naquele momento. Enquanto aquele, que ela ainda não conhece,
estava atrasado para o café da manhã, depois de tanta expectativa ela achava
que poderia ser bom ter um homem que simplesmente lhe arrancasse a calcinha.
Ele havia lhe dito: “Venha, os ipês floresceram”.
Há alguns
dias, recebi uma mensagem dela: “Os ipês, exatamente, não vi... Mas voltei
florescida”.
Eliane
Brum é
escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficção Coluna
Prestes - o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua, A
Menina Quebrada, Meus Desacontecimentos e do romance Uma Duas.
Email:elianebrum.coluna@gmail.com.
Twitter: @brumelianebrum
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