terça-feira, 31 de dezembro de 2013



Chegando ao último degrau do ano, a louca Esperança ressurge para ‘se lançar do alto do prédio’, se transformar novamente em ‘criança’ e, mais uma vez, amadurecer no final do ciclo que se inicia.  Neste período observamos várias campanhas para a possibilidade de uma vida melhor. Fala-se sobre o desapego, a fraternidade, paz, tranquilidade. Várias bandeiras levantadas sempre da mesma forma. Como se o tempo de se ter esperança tivessem cronometrados. Lamentável! Temos que praticar a união, bondade e outros bons sentimentos bons todos os dias. Se fizermos o contrário, viveremos uma alegria solitária. ‘Os homens sozinhos são infinitamente minúsculos’, disse certa vez meu admirado mestre Fábio Chagas. ‘Estamos juntos e de alguma forma nos ajudamos’. Devemos praticar a gratidão continuamente, senão o mundo será de violência, frio e dor. Todo tempo é tempo de amar e viver completamente bem e praticando o bem. O futuro é daqui a pouco. Se esperamos que algo de melhor ocorra ali na frente temos que colocar em prática tudo agora.  Queira o que for bom ao próximo como a ti desejas. É tão fácil ser feliz, ter uma vida diferente. Somos os condutores de nossas vidas, ninguém tem maior obrigação em nossa felicidade que nós mesmos. Não limite sua vida ao calendário que nos é imposto. É sempre dia de festa, de se ter esperança, alegria, de desejar a outros boas vibrações. Abrace, sorria, viaje. Não se prenda a coisas desnecessárias. Viva! Seja a diferença que espera nos outros. Para encerrar, pratique esses conselhos todos os dias, não espere o ano acabar para renovar seus votos. Afinal, o ano muda, mas os seus problemas não se resolvem de forma mágica porque virou o calendário. Quem faz sua história diferente é você!

Imagem: Arquivo pessoal

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

Erga-se - AR21







Levanta a cabeça siga em frente
Levanta a cabeça siga em frente e não para não
Porque a vida é bela
Acredite nela
Levanta a cabeça siga em frente porque a vida é bela
Mais um dia nessa vida você tem que acreditar
Um passo após o outro é que te leva a conquistar
Acredite nela, sinta ela, viva ela
Tranqüilidade, liberdade é preciso pra sonhar
Há muito tempo venho
Querendo dizer
Que a luz no fim do túnel
Não se apagou
E nunca apagará
Como um ser que te abraçou
E nunca te abandonou
E não te faz chorar
Levanta a cabeça siga em frente
Você é humano e consciente
Não seja mais um inconseqüente
De geração pra geração a gente sente
A história se repete quase sempre
Lealdade humildade prevalece
Ponha isso na cabeça e não esquece
Vamos vencer
Se você quer viver
Eu também vou querer
Se levante do chão
Eu quero entender
Siga o seu coração
Pegue na minha mão
Que nós vamos vencer
Vencer

Sobre o vídeo: Clipe de "Erga-se", da Banda AR21. O vídeo foi todo gravado em Vigário Geral, favela da zona norte do Rio de Janeiro. A direção é de Fernando Grostein de Andrade.

O clipe já está na programação da Mix TV e estreia na MTV Brasil neste domingo, dia 7 de julho, no programa TOP 5 Novos Clipes.

Fonte: Canal AfroReggae - YouTube

domingo, 29 de dezembro de 2013

"Marginal é quem escreve à margem,
deixando branca a página
para que a paisagem passe
e deixe tudo claro à sua passagem.
Marginal, escrever na entrelinha,
sem nunca saber direito
quem veio primeiro,
o ovo ou a galinha".

Marginal - Paulo Leminski

sábado, 28 de dezembro de 2013

"Vário Do Andaraí, grande escritor e poeta escreveu:

'Quem pichou a estátuda do Drummond? Ele mesmo talvez: o poeta não gostava de estátuas, o poeta não ia à praia, o poeta não era poroso à conversação em banco de praia, o poeta próprio condenaria o sacrifício da paisagem por um bronze de gosto duvidoso'.

Deu na Globo que também picharam a estátua do Zózimo Barroso do Amaral. Esse, ao contrário de Drummond, talvez estivesse fulo da vida com a pichação, amante das aparências e das futilidades que era.
Aliás, de quem foi a ideia de "girino" de colocar, em praça pública, uma estátua do Zózimo? Vai entender..."

 - Página oficial do Facebook de Gastão Villeroy

Um punhado de sal


"O velho Mestre pediu a um jovem triste que colocasse uma mão cheia de sal em um copo d'água e bebesse.

- Qual é o gosto? - perguntou o Mestre.

- Ruim. - disse o jovem sem pensar duas vezes.

O Mestre sorriu e pediu ao jovem que pegasse outra mão cheia de sal e levasse junto com ele ao lago. Os dois caminharam em silêncio, e quando chegaram lá o mestre mandou que o jovem jogasse o sal no lago. O jovem então fez como o mestre disse.

Logo após o velho disse:

- Beba um pouco dessa água.

O jovem assim o fez e enquanto a água escorria do queixo do jovem o Mestre perguntou:

- Qual é o gosto?

- Bom! - o jovem disse sem pestanejar.

- Você sente o gosto do sal? - perguntou o Mestre.

- Não. - disse o jovem.

O Mestre então sentou ao lado do jovem, pegou em suas mãos e disse:

- A dor na vida de uma pessoa não muda. Mas o sabor da dor depende de onde a colocamos. Quando você sentir dor, a única coisa que você deve fazer é aumentar o sentido de tudo o que está a sua volta. É dar mais valor ao que você tem em detrimento ao que ao que você perdeu. Em outras palavras: É deixar de ser copo, para tornar-se um Lago."

 - Autor não encontrado
FREUD (1917) estabeleceu uma diferença entre luto e depressão melancólica. A perda real de um objeto refere-se ao luto. Na melancolia o objeto perdido é mais emocional que real. Além disso, segundo o autor, o paciente melancólico sente uma profunda perda de auto-estima, acompanhada de auto-acusação e culpa, enquanto que a pessoa de luto mantém um senso de auto-estima razoavelmente estável.

Ainda de acordo com FREUD (1917) o quadro de depressão melancólica tem relação com a autodepreciação, estado em que os pacientes depressivos tendem a sentir raiva de si mesmos. Mais especificamente, a raiva é dirigida internamente pelo fato de o self do paciente se identificar com o objeto perdido (GABBARD, 1998).

FREUD (1923) acrescentou que os pacientes melancólicos tem um superego severo por relacionar a própria culpa em direção aos objetos amados. Assim, manter a dinâmica da depressão supõe ao sujeito que a instância do ego poderia matar a si próprio apenas tratando-se como um objeto. Isso implica no fato de o suicídio resultar no deslocamento de desejos destrutivos em relação a um objeto internalizado que é dirigido contra o self .

MELANIE KLEIN (1996) agregou a depressão à perda do objeto amado. Os estados maníaco-depressivos podem ser reflexos da falha da infância em estabelecer objetos internos bons.

*Via Adriana Garcia - Psicóloga
"Mudança.
Não gostamos, temos medo dela. Mas não podemos impedí-las. Ou nos adaptamos à mudança, ou ficamos para trás. É doloroso o processo de crescer. Quem diz que não é está mentindo. Mas a verdade é que algumas vezes quanto mais as coisas mudam, mais elas continuam iguais. Algumas vezes, a mudança é boa.

Algumas vezes, a mudança é tudo." 

 - Grey's Anatomy.
Não é difícil compreender o porque de os baianos gostarem tanto de uma rede. Deitar-se numa rede é se abrir para a oportunidade de reflexão e inspiração. Durante o seu balançar equilibramos nossos pensamentos, pesamos nossas ações, valorizamos o que merece real reconhecimento. É como banhar a alma de serenidade, sem considerar o descanso físico que proporciona. E uma das coisas que me levaram à reflexão foi o 'futuro primitivo' mencionado por Carlinhos Brown na última noite. O homem tem evoluído tecnologicamente, isso é indiscutível, mas tem se tornado primitivo no que diz respeito a valores. Mas acredito que não tenha sido isso, exatamente, que Carlinhos quis dizer. Brown mencionava uma primitividade diferente, raiz natural. Precisamos recorrer às nossas origens para continuar a caminhada. Do contrário, perdemos o foco e repetimos mais do mesmo sem saber o que realmente significam nossas ações. Eis a grande e perigosa alienação! A humanidade tem perdido o seu significado se ocupando tanto por nada. Temos nos dedicado constantemente à satisfação imediata, seguida de um vazio angustiante. Estamos com medo de parar e refletir, ponderar. Não queremos nos sentir sozinhos em nenhum instante, os estudiosos chamam isso de micro-tédio. Caetano sempre disse que tudo é lindo, como realmente é. Mas temos pausado nossas vidas para apreciar as várias belezas que nos cercam? Todas essas considerações porque deitei numa rede. Que viagem! Escolha um momento da sua vida e repouse numa e deixe sua mente fluir. Serenidade sempre!

Sobre mais do mesmo



Numa época do ano em que a felicidade e as mazelas dessa sociedade são tão visíveis abrimos espaço para uma reflexão profunda sobre nossas vidas. As imagens, mais que as palavras, dizem muito do estamos fazendo com nossa existência tão breve. Todos os anos, como uma tradição, acompanhamos histórias de pessoas que perdem suas casas, vidas, a coisas pelas quais tanto lutaram. Os brasileiros das periferias são protagonistas de histórias de lutas constantes.
Ao acompanhar os noticiários vemos anualmente pessoas que são orientadas a saírem de seus lares, por medida de segurança, e essas se recusam mesmo correndo o risco de vida. Rapidamente reprovamos e julgamos esses cidadãos, o que é um erro.  Essas pessoas trabalham dia e noite para manter seus lares e acompanhar as pressões do consumo as quais somos vítimas. E muitas vezes não tem para onde ir. Seria justo por em questão a escolha desses seres de não saírem de suas casas. Precisamos repensar uma nova sociedade, livre de desigualdades sociais, étnicas, sexuais, culturais. Este discurso é antigo, mas nunca esteve tão urgente.
Estamos nos ocupando de egoísmo e esquecendo do próximo, do nosso irmão. Temo a proximidade de um período em que não teremos mais identidade, não mais saberemos que realmente somos. Será realmente assim, as pessoas perdendo suas vidas e seus bens em enxurradas, ou outros desastres naturais? O que está por vir? Tantas perguntas, muitas respostas. Mas temos que encontrar a fonte correta.

domingo, 22 de dezembro de 2013

Garota doa moedas para o músico na praça e recebe uma bela surpresa...


 Todos nós gostamos e ficamos gratos com um presente inesperado. A jovem do vídeo abaixo recebeu um belo presente como reconhecimento de sua generosidade. Quer saber que surpresa é essa? Assista o vídeo abaixo. Esse filme foi o mais visto na internet na última semana.




 


sábado, 21 de dezembro de 2013

Como lidar com o racismo?


Professora negra, nascida em Salvador e que atualmente mora em Bremen, revela de modo impecável como são diferentes as maneiras de encarar, debater e lidar com o racismo aqui no Brasil e na Alemanha

Por Cris Oliveira*

“Como você lida com o racismo lá?” Essa era a pergunta que eu mais tive de responder ao voltar ao Brasil depois de meu primeiro ano de Alemanha. A minha resposta, que na época surpreendia à todos – inclusive a mim mesma, era sempre :”Nunca tive de lidar com racismo lá”. Deixa eu explicar direito o porque de minha surpresa e de minha resposta.
Há onze anos eu tinha acabado de terminar a faculdade e queria ter uma experiência no exterior antes de cair de cabeça no mercado de trabalho e de ter de me assumir adulta de uma vez por todas. Como professora de inglês, minha primeira escolha tinha sido a Inglaterra, mas como as coisas graças à Deus nem sempre saem do jeito que a gente planeja, eu acabei conhecendo uma pessoa maravilhosa, que é a tampa de meu balaio, com quem eu decidi dividir minha vida. E ele morava na Alemanha. Resolvi fazer uma pequena adaptação nos meus planos e mudei o destino de minha minha viagem. O amor enche a gente de coragem pra fazer meio mundo de maluquice, mas no fundo, na época eu estava morrendo de medo do que iria encontrar aqui. É que naquele tempo eu não sabia quase nada sobre a Alemanha e o que sabia vinha de livros de história, ou seja, um passado macabro e sangrento. Quando não era isso era uma notícia aqui outra ali, no geral bem limitadinhas e estereotipadas do tipo Oktoberfest e neonazistas. Claro que eu tive medo e claro que estava tensa a respeito do que me esperava.
Quando cheguei o que me impressionou foi perceber o quanto a imagem que se vende deste país é equivocada. Aqui tem sim Oktoberfest e neonazistas. Tem uma série de outros problemas e preconceitos também contra a mulher e contra estrangeiros além de ainda terem dificuldade em lidar com todas as questões que a multiculturalidade traz consigo. A diferença é que os limitados e racistas daqui se escondem muito bem, e quando se mostram, são muito bem punidos. A sociedade debate constantemente sobre a intolerância e a mídia não dá trégua sobre esse tema. As pessoas no geral são cuidadosas com essas questões, são cautelosas nas escolhas das palavras quando não tem certeza se certo termo pode ser ofensivo e pedem desculpas imediatamente quando, sem querer, ofendem. Eu já passei por várias situações em que a pessoa com quem eu estava falando dizia alguma coisa sobre o cabelo ou cor da pele de alguém e logo em seguida me falava “Desculpa que eu falei assim, não sei se isso ofende. Como é o certo?” Eu sempre me emociono em situações como essas porque nelas eu vejo seres humanos, que apesar de não sofrerem a mesma dor do outro, mostram empatia, humildade e vontade de mudar para o bem estar geral.
Teve uma vez que eu estava em um trem e um outro passageiro estava muito incomodado com minha presença. Não estava entendendo bem qual era o problema dele comigo até que ele fez um comentário racista se referindo a mim. Me levantei com a intenção de dizer umas poucas e boas a ele, mas antes de poder abrir minha boca, TODOS os passageiros do vagão (umas 15 pessoas ) se revoltaram e tomaram a frente, discutindo com ele de uma forma que me surpreendeu. A estória terminou com uma mulher que exigia que ele se desculpasse comigo e como ele se recusou os demais passageiros chamaram a polícia. Quem me conhece sabe que eu choro por tudo e claro que chorei no meio daquele fuzuê. Os passageiros me consolavam achando que minhas lágrimas eram por ter sido vítima de racismo. Mal sabiam eles que eram lágrimas de emoção por causa da reação deles. Foi um sentimento muito especial me ver sendo defendida e aparada por um grupo de pessoas desconhecidas. Fiquei pensando que todas elas eram muito diferentes, mas que uma coisa tinham em comum: o senso de justiça e a certeza de que um problema social é um problema de cada um deles. Cada um resolveu por si só levantar a voz e no final das contas eles formavam um grupo que se indignava com o comportamento racista do homem que me ofendeu. Vários passageiros me pediram desculpas depois da confusão. Um senhor me disse “Não deixe esse idiota interferir no que você veio fazer aqui, não. Aqui tem muita coisa boa.” Essa atitude com certeza é uma delas.
cris oliveira racismo
*Cris Oliveira é mestra em linguística e professora de inglês (Foto: Blogueiras Negras)

Não são somente as pessoas à caminho do trabalho nos transportes públicos, que se preocupam em mudar a percepção de alguns de que a Alemanha é um país injusto. O governo daqui também investe constantemente em medidas sócio-educativas e reparadoras. Aqui existe cota pra mulher, estrangeiros, portadores de deficiência. Tem benefício pra quem tem filho na escola, pra quem é estudante universitário, pra ajudar a pagar o aluguel, pra ajudar a pagar atividades culturais e educativas se a família tem filho, pra comprar livros, pra comprar remédios e por aí vai. Judeus tem direito de imigrar pra cá sem a burocracia que pessoas de outras confissões enfrentam. A sociedade entende que isso tudo é normal. É raro ver alguém questionando essas medidas. Mesmo os alemães medianos parecem entender que se houve um erro histórico, uma retratação é inevitável. Se existe discrepância social, todo mundo sai perdendo então é melhor ter menos pra ter mais, dividir pra que ninguém deixe de ter. Infelizmente eu percebo que as coisas andam piorando aqui também, mas o povo questiona tudo sem parar e isso atrasa as mudanças negativas, o que é bom.
Aí eu fico pensando no Brasil e de como a gente se orgulha de dizer que somos o país mais tolerante do mundo. A gente se interessa em saber como é a questão do racismo em outras partes do mundo e adora ficar repetindo essa de que somos um povo que não sabe o que é racismo porque é todo mundo misturado. Pra muita gente no Brasil, ativista de movimento negro é paranóico e ações afirmativas é racismo às avessas. Tem um monte de gente que fala como se tivessem sido pessoalmente ofendidas com toda e qualquer iniciativa que busca melhorar a situação social de um grupo que não goza dos mesmo benefícios que o resto da sociedade.
Me choca o fato de que em Salvador, cidade onde eu nasci, apesar de mais de cinquenta por cento da população ser negra, ainda é possível ser a única negra no restaurante, na aula de ballet, na sala de espera de consultório chique, na sala dos professores da escola particular. Fico especialmente triste quando eu percebo que muita gente passa a vida inteira sem nem se dar conta dessas coisas, achando super normal que outros tenham a vida mais difícil que a sua baseado em um detalhe que não se pode escolher, como gênero, cor da pele, origem. Infelizmente, em nosso país tem gente que acha que quem sofre discriminação deve sofrer calado, sem questionar nada, sem exigir mudanças. Deixa quieto que assim tá bom. Pra alguns.
Hoje em dia quando volto ao Brasil e alguém me pergunta como lido com o racismo aqui, minha resposta passou a ser “muito melhor do que eu lido com ele no Brasil”. Aqui se entende que discutir e questionar os preconceitos é trocar idéias e evoluir, já em meu país quem é engajado em alguma causa tem sempre de primeiro explicar que não é nem paranóico nem radical. É triste, mas na verdade sabem como é que eu lido mesmo com o racismo aqui? Guardando minhas forças pra enfrentar ele quando chego em meu país.

Publicado originalmente em Blogueiras Negras Edição: Pragmatismo Politico

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Samba do Blackberry



De manhã
Quando ainda penso em acordar
Ela já está a dedilhar
Mexendo feliz no seu novo brinquedo
Eu não vou nem me comparar
Não tenho como disputar
Pois não mando e-mail
Só mando desejo
Essa é minha situação
Eu quero sua atenção
E já fiz imagino até onde eu podia
Eu penso até em desistir
O que eu posso fazer é ir
Não possuo tamanha tecnologia
Ela me trocara por um blackberry

Composição: Tono

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Todas as coisas grandes acontecem na crise, no turbilhão





Muitas são as crises que vivemos pelo longo curso da vida. Leonardo Boff acredita que toda crise é uma oportunidade de crescimento, que nem sempre é uma tragédia. Muitos tentam escapar de suas crises das formas mais criativas. Uns protelam, outros procuram ‘jogá-las’ para o futuro, ainda outros se defender em soluções ‘escapistas’. Bem sabemos que tudo que ameaça nossa zona de conforto nunca é algo bem aceito. Não é sábio permitir que qualquer crise, seja ela emocional, amorosa, econômica, política, social, corroa nossa Esperança. Afinal, a esperança é o segundo sentimento que nos faz crer que o futuro será sempre melhor (o primeiro é a Fé).
Imagem encontrada em pesquisa na internet
       No momento de crise perdemos nosso ponto de orientação, o que nos leva ao estado de desespero. Mas é sábio aguardar que a turbulência passe. As palavras de Y. Congar são oportunas, ‘àquele que sabe esperar, todas as coisas acabarão por lhe serem reveladas, contanto que tenha a coragem de não renegar nas trevas o que divisou na luz’. Há realmente momentos em que para se elevar é preciso descer à crise. É importante compreender que o amanhã será sempre melhor que o agora, isso nos manterá firmes. Nada será um obstáculo tão grande se pararmos para refletir, ponderar. Isso tem de ser feito com sinceridade, sem máscaras, sem nos enganar. Ser sincero e leal a nós mesmos é o que nos tornará fortes e serenos. A turbulência não passará de uma oportunidade para uma pausa nas atividades mecânicas, ou para as que já não realizamos por amor.
A crise nos prepara para um total envolvimento com o que nos propomos a realizar, para uma purificação, acrisolamento, a dar mais de nós ao próximo.  Encontraremos pelo caminho muitas pedras. Pedras que, como Drummond foi inspirado a poetizar, nossas retinas fatigas, ou não, jamais se esquecerão.  Lembre-se: se deseja ‘percorrer um caminho de dez mil passos’, mesmo com obstáculos no caminho, ‘ começa por dar o primeiro passo’, dizia sabiamente Mao Tsé-Tung.  Sem o primeiro passo jamais chegaremos aos dez mil. Afinal, é como afirmava Platão, "ta megála pánta episfále", ou seja, "todas as coisas grande acontecem na crise, no turbilhão".