sábado, 11 de janeiro de 2014

Teatro como mero entretenimento. Apenas de sexta à domingo. Diversão passageira de fim de semana. Com ou sem pipoca. Rir um pouco. Não muito. Passatempo. É assim que esta arte é vista no Brasil. Não está inserida no contexto da nossa vida em sociedade. Os espaços de discussão nos principais jornais são cada vez menores e mais rasos. E a preguiça intelectual parece reinar. Não é à toa o sucesso de stand-ups. Não é porque é bom. É porque é banal. É porque finge criticar, embora só diga mais do mesmo. Mas minha questão não é essa. Na verdade não sei se há aqui uma questão. Porque são várias. Me veio a lembrança de um programador de um teatro de São Paulo me dizendo que de segunda à quinta seu teatro ficaria fechado por falta de público. Falta de público numa cidade com mais de dez milhões de habitantes? O grande público quer musicais, me respondeu cinicamente o homem. Musicais pasteurizados. Subprodutos americanizados. Me disse o homem. Tentei não concordar com ele. Mas o problema é que eu concordei. Mas ainda assim, continuamos, eu disse. Ainda assim continuamos, ele disse.

 - Vinícius Piedade

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