Teatro como mero entretenimento. Apenas de sexta à domingo. Diversão
passageira de fim de semana. Com ou sem pipoca. Rir um pouco. Não muito.
Passatempo. É assim que esta arte é vista no Brasil. Não está inserida
no contexto da nossa vida em sociedade. Os espaços de discussão nos
principais jornais são cada vez menores e mais rasos. E a preguiça
intelectual parece reinar. Não é à toa o sucesso de stand-ups. Não é
porque é bom. É porque é banal. É porque finge criticar, embora
só diga mais do mesmo. Mas minha questão não é essa. Na verdade não sei
se há aqui uma questão. Porque são várias. Me veio a lembrança de um
programador de um teatro de São Paulo me dizendo que de segunda à quinta
seu teatro ficaria fechado por falta de público. Falta de público numa
cidade com mais de dez milhões de habitantes? O grande público quer
musicais, me respondeu cinicamente o homem. Musicais pasteurizados.
Subprodutos americanizados. Me disse o homem. Tentei não concordar com
ele. Mas o problema é que eu concordei. Mas ainda assim, continuamos, eu
disse. Ainda assim continuamos, ele disse.
- Vinícius Piedade
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