terça-feira, 30 de julho de 2013

Obsolescência Programada



Obsolescência programada é a decisão do produtor de propositadamente desenvolver, fabricar e distribuir um produto para consumo de forma que se torne obsoleto ou não-funcional especificamente para forçar o consumidor a comprar a nova geração do produto.

A obsolescência programada faz parte de um fenômeno industrial e mercadológico surgido nos países capitalistas nas décadas de 1930 e 1940 conhecido como “descartalização”. Faz parte de uma estratégia de mercado que visa garantir um consumo constante através da insatisfação, de forma que os produtos que satisfazem as necessidades daqueles que os compram parem de funcionar ou tornem-se obsoletos em um curto espaço de tempo, tendo que ser obrigatoriamente substituídos de tempos em tempos por mais modernos.

Leia Tudo: http://www.anarquista.net/obsolescencia-programada/

domingo, 28 de julho de 2013

Provavelmente você


"De manhã sempre acordo
sem perceber
Que você ainda está ao meu lado
sem me perder
Sinto como estou cansado
do trabalho que é viver
E na fumaça de um cigarro
meu olhar quer transceder
Cada segundo infinito se conta
Cada infinito contado desmonta
Quando seu vulto começa aparecer

Quem será que me ama sem eu me dar conta
Provavelmente você

Dirigindo o meu carro
vou tentando entender
Sei que tudo é tão bizarro
quanto possa parecer
Mas um blues toca eu tiro um sarro
imitando performè
(provavelmente você)
É nesse instante é que me esbarro
nas esquinas do prazer

Cada segundo infinito se conta
Cada infinito contado desmonta
Quando seu vulto começa aparecer

Quem será que me ama sem eu me dar conta
Provavelmente você"

 - Paulinho Moska

sábado, 27 de julho de 2013

Contradança com a loucura: Só Um Pouco A.Normal





"Existem momentos na vida onde a questão de saber se pode pensar diferentemente do que se pensa, e perceber diferentemente do que se vê, é indispensável para continuar a olhar ou a refletir." - Michel Foucault

Uma poesia coreografada sobre a linha tênue entre o que é padronizado como loucura e normalidade! O Grupo de Dança Primeiro Ato em sua estreia com a apresentação de Só Um Pouco A.Normal possibilitou uma breve, singela e educada reflexão sobre o processo enlouquecer, se é que há um processo. Acredita-se que temos certa dose de loucura, mas ao contrário do que muitos pensam talvez a sanidade mental seja apenas uma pequena característica dominante de nosso caráter. 

A coreografia e concepção de Wagner Moreira nos faz considerar o que é continuamente discutido nas literaturas sobre saúde mental: o sistema nos cobra a sanidade mental com suas regras, leis e condutas, mas nos comprime à ‘anormalidade’ de forma feroz através de suas contradições. Questões peculiares são colocadas em pauta: Ser ‘normal’ é atender a todo estereótipo imposto pela sociedade? É estar constantemente preocupado com o complexo ‘tenho que ser’? Ser um diferente padronizado? O que é loucura? Como diagnosticá-la? Como ter certeza de que os que na verdade estão gozando de sua plena sanidade mental são os que consideramos loucos?


Foto: Hoje, amanhã e domingo o Grupo de Dança Primeiro Ato estreia em Barbacena o novo espetáculo » Só um pouco a.normal « 

Em Só um pouco a.normal o coreógrafo Wagner Moreira investiga padrões de comportamentos considerados normais ou anormais. Um espetáculo contundente, que une a música de J.S.Bach às memórias de um artista nascido e criado em Barbacena. Mais que um relato histórico, um espetáculo que investiga e celebra diferenças.

O novo espetáculo é resultado do projeto Tecendo Encontros, que proporcionou um encontro entre o Grupo de Dança Primeiro Ato e o coreógrafo Wagner Moreira.

» Concepção e coreografia Wagner Moreira
» Direção artística Suely Machado
» Música J. S. Bach

Os ingressos para todas as apresentações em Barbacena estão esgotados. Estamos muito felizes em saber que teremos casa cheia nestas noites tão especiais.

Só um pouco a.normal já tem data marcada para estreia em BH/Nova Lima. A apresentação será na abertura do Projeto Tecendo Encontros, dias 23 e 24 de agosto no EACC, nosso espaço no Jardim Canadá. 

Anota na agenda! Em breve publicaremos mais informações.

Mais informações: 
producao@primeiroato.com.br
www.primeiroato.com.br/agendagrupodedanca/
Fotografia: Marcello Nicolato

A pesquisa para a realização desse espetáculo não poderia ter outro plano de fundo que a história curiosa da loucura em Barbacena. Provavelmente, os pacientes psiquiátricos dessa cidade ao assistirem esse trabalho se sentiriam como sendo refletidos em espelhos. Nestes espelhos, se enxergariam em corpos artísticos, criativos, disciplinados, ‘anormais’. Seus pseudônimos seriam Lucas Resende, Pablo Ramon, Verbena Cartaxo e Vanessa Liga. Sem dúvida, esses nomes não serão esquecidos, pois um ballet inenarrável como o deles não pode se perder nas gavetas de nossas memórias. A harmonia musical de J.S Bach nos leva ao ápice da emoção. Que Suely Machado continue ‘tecendo encontros’ como o que presenciamos neste espetáculo! Não se pode esquecer que o sucesso desse brilhante espetáculo se deve a toda Ficha Técnica do Grupo Primeiro Ato e parceria com o Grupo Ponto de Partida.

Edson Brandão está certo, se a loucura é como realmente pintamos talvez sejamos ‘o outro lado da moeda’. A loucura é realmente paradoxal. Como diferenciar um louco, se este ‘estado’ é confuso e muitas vezes imperceptível aos olhos humanos? O louco da história pode ser você que lê este texto, ou a plateia que assistiu ao espetáculo do Grupo Primeiro Ato.  Louco é sempre aquele que faria o que não temos coragem de realizar, ou não queremos, não gostamos. É como disse Foucault, ‘a loucura só existe em relação à razão’. E como será que um louco define razão? Provavelmente viver num ‘mundo paralelo’ seja a melhor saída!

Nega Música


"Quando você menos espera ela chega
Fazendo do teu coração
O que bem ela fizer
Nem venha querendo você se espantar
Não, não, não, não, não
Nem venha querendo você se espantar
Não, não, não, não, não
Quando você menos espera ela toca
O fundo do teu coração
Assim como uma mulher
Nem venha querendo você se espantar
Não, não, não, não, não"

 - Itamar Assumpção

quinta-feira, 25 de julho de 2013

Uma festa



"Uma alegria contagiante no ar
As luzes coloridas, a brilhar
Uma música da moda a tocar
Todos animados, a dançar
Pelo jeito ninguém quer parar
Esse momento mágico, querem aproveitar
Ruim é saber que isso uma hora vai acabar
A magia vai cessar
A música vai se calar
A luz vai desligar
O sol vai raiar
Um dia normal vai começar!"
 - Clarice Pacheco
"Com os homens não há muito o que fazer, a não ser amá-los."

~  Manoel Carlos (Branca)
A vida não tem sinopse, mas temos um plano para cada dia. Manoel Carlos

Encontre muito mais frases aqui: Frases de Manoel Carlos (http://www.frasesefrases.org/frases-de-manoel-carlos/) ;)
A vida não tem sinopse, mas temos um plano para cada dia. Manoel Carlos

Encontre muito mais frases aqui: Frases de Manoel Carlos (http://www.frasesefrases.org/frases-de-manoel-carlos/) ;)

terça-feira, 23 de julho de 2013

Dindi



Céu, tão grande é o céu
E bandos de nuvens que passam ligeiras
Prá onde elas vão, ah, eu não sei, não sei
E o vento que toca nas folhas
Contando as histórias que são de ninguém
Mas que são minhas e de você também
Ai, Dindí
Se soubesses o bem que eu te quero
O mundo seria, Dindí, tudo, Dindí, lindo, Dindí
Ai, Dindí
Se um dia você for embora me leva contigo, Dindí
Olha, Dindí, fica, Dindí
E as águas desse rio
Onde vão, eu não sei
A minha vida inteira, esperei, esperei por vo...cê, Dindí
Que é a coisa mais linda que existe
É você não existe, Dindí

Composição: Antonio Carlos Jobim, Aloysio de Oliveira, Ray Gilbert

segunda-feira, 22 de julho de 2013

Elegia 2: Elegia dos Limites

Confira aqui o vídeo da canção!

"É latente em mim
Essa conclusão
Que eu não posso reverter
Se arrastam em mim
As indagações
Que eu não posso preencher
Nessa procissão
Caminhando ao fim
Me consola entender
Há um bem maior
Logo vai cessar meu
Sofrer

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
A dor anuncia o meu desprazer
Que chega a cada arfar
Se a vida aprisionou
O que em mim restou
Que a morte venha libertar
Nada mais virá

Eu não nego a vida
Dei vida ao que eu vi
E nenhum milagre detém meu querer
Eu vivi de encanto e é entre tantos
Que eu seguirei
Não há mágoas por levar
Só a ânsia de esperar
Um desfecho que me toma o chão
Por viver sem me poupar
Eu não temo o que virá
O que resta a mim será
Minha redenção,
Minha redenção

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
A dor anuncia o meu desprazer
Que chega a cada arfar
Meu atos que esbarram no impossível ao nascer
E cada tentativa assombra o dom que perdi em vida

Tanta cor que a janela anuncia
Cada cor só realça a palidez que desmancha
A distância em vigor
Que vai colorindo a minha ânsia
E logo mais toda angustia que me torna escassa
Some com a grandeza que me abraça
Move a compaixão
Transforma, torna vasto o mundo que me adorna
E o que prevejo
Alça em meu desejo algo que desate as
Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
Cessam meus limites
Cumpram meus limites
Que não tardam a se render

Mãos que eu não sei reger
Passos que eu me vi perder
Sigo ao infinito e vou liberta dos
Limites que eu não soube ter"


Ficha Técnica:

Letra e Música: Tom Drummond
Voz: Bia Drummond e Tom Drummond
Piano: Regiane Yamaguchi

domingo, 21 de julho de 2013

"Quanto maior se é, mais repetido se é. Platão, Aristóteles, Kant, quantos outros. Ainda se não calaram nos que deles falaram. E é possível que só se calem quando a espécie humana se calar." - Vergílio Ferreira

sábado, 20 de julho de 2013

"Quem vai virar o jogo
E transformar a perda
Em nossa recompensa
Quando eu olhar pro lado
Eu quero estar cercado
Só de quem me interessa"
 - Lenine

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Canção na plenitude


PENSAR É TRANSGREDIR

Não lembro em que momento percebi que viver deveria ser uma permanente reinvenção de nós mesmos — para não morrermos soterrados na poeira da banalidade embora pareça que ainda estamos vivos.
Mas compreendi, num lampejo: então é isso, então é assim. Apesar dos medos, convém não ser demais fútil nem demais acomodada. Algumas vezes é preciso pegar o touro pelos chifres, mergulhar para depois ver o que acontece: porque a vida não tem de ser sorvida como uma taça que se esvazia, mas como o jarro que se renova a cada gole bebido.
Para reinventar-se é preciso pensar: isso aprendi muito cedo.
Apalpar, no nevoeiro de quem somos, algo que pareça uma essência: isso, mais ou menos, sou eu. Isso é o que eu queria ser, acredito ser, quero me tornar ou já fui. Muita inquietação por baixo das águas do cotidiano. Mais cômodo seria ficar com o travesseiro sobre a cabeça e adotar o lema reconfortante: "Parar pra pensar, nem pensar!"
O problema é que quando menos se espera ele chega, o sorrateiro pensamento que nos faz parar. Pode ser no meio do shopping, no trânsito, na frente da tevê ou do computador. Simplesmente escovando os dentes. Ou na hora da droga, do sexo sem afeto, do desafeto, do rancor, da lamúria, da hesitação e da resignação.
Sem ter programado, a gente pára pra pensar.
Pode ser um susto: como espiar de um berçário confortável para um corredor com mil possibilidades. Cada porta, uma escolha. Muitas vão se abrir para um nada ou para algum absurdo. Outras, para um jardim de promessas. Alguma, para a noite além da cerca. Hora de tirar os disfarces, aposentar as máscaras e reavaliar: reavaliar-se.
Pensar pede audácia, pois refletir é transgredir a ordem do superficial que nos pressiona tanto.
Somos demasiado frívolos: buscamos o atordoamento das mil distrações, corremos de um lado a outro achando que somos grandes cumpridores de tarefas. Quando o primeiro dever seria de vez em quando parar e analisar: quem a gente é, o que fazemos com a nossa vida, o tempo, os amores. E com as obrigações também, é claro, pois não temos sempre cinco anos de idade, quando a prioridade absoluta é dormir abraçado no urso de pelúcia e prosseguir, no sono, o sonho que afinal nessa idade ainda é a vida.
Mas pensar não é apenas a ameaça de enfrentar a alma no espelho: é sair para as varandas de si mesmo e olhar em torno, e quem sabe finalmente respirar.
Compreender: somos inquilinos de algo bem maior do que o nosso pequeno segredo individual. É o poderoso ciclo da existência. Nele todos os desastres e toda a beleza têm significado como fases de um processo.
Se nos escondermos num canto escuro abafando nossos questionamentos, não escutaremos o rumor do vento nas árvores do mundo. Nem compreenderemos que o prato das inevitáveis perdas pode pesar menos do que o dos possíveis ganhos.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.
Parece fácil: "escrever a respeito das coisas é fácil", já me disseram. Eu sei. Mas não é preciso realizar nada de espetacular, nem desejar nada excepcional. Não é preciso nem mesmo ser brilhante, importante, admirado.
Para viver de verdade, pensando e repensando a existência, para que ela valha a pena, é preciso ser amado; e amar; e amar-se. Ter esperança; qualquer esperança.
Questionar o que nos é imposto, sem rebeldias insensatas mas sem demasiada sensatez. Saborear o bom, mas aqui e ali enfrentar o ruim. Suportar sem se submeter, aceitar sem se humilhar, entregar-se sem renunciar a si mesmo e à possível dignidade.
Sonhar, porque se desistimos disso apaga-se a última claridade e nada mais valerá a pena. Escapar, na liberdade do pensamento, desse espírito de manada que trabalha obstinadamente para nos enquadrar, seja lá no que for.
E que o mínimo que a gente faça seja, a cada momento, o melhor que afinal se conseguiu fazer.
Os ganhos ou os danos dependem da perspectiva e possibilidades de quem vai tecendo a sua história. O mundo em si não tem sentido sem o nosso olhar que lhe atribui identidade, sem o nosso pensamento que lhe confere alguma ordem.
Viver, como talvez morrer, é recriar-se: a vida não está aí apenas para ser suportada nem vivida, mas elaborada. Eventualmente reprogramada. Conscientemente executada. Muitas vezes, ousada.



Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas, sou uma estrutura
agrandada pelos anos e o peso dos fardos
bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria
apenas ser amada.
Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor, com mais paciência
e não menos ardor, a entender-te
se precisas, a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.
Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.


O texto acima foi extraído do livro "Secreta Mirada", Editora Mandarim - São Paulo, 1997, pág. 151.
 - Lya Luft

quarta-feira, 17 de julho de 2013

Humildade é fundamental. Caso contrário, nossos pontos fortes podem se tornar nossas fraquezas.

terça-feira, 16 de julho de 2013

Ser um NENHUM


 
“Nenhum homem é uma ilha isolada; cada homem é uma partícula do continente, uma parte da terra; se um torrão é arrastado para o mar, a Europa fica diminuída, como se fosse um promontório, como se fosse a casa dos teus amigos ou a tua própria; a morte de qualquer homem diminui-me, porque sou parte do gênero humano. E por isso não perguntes por quem os sinos dobram; eles dobram por ti”. - John Donne


Pode uma visita inesperada mudar toda a história da sua vida? Mudar sua rotina? Revelar o que, por conveniência, faz questão de esquecer? E se o seu passado fosse apagado? Não pudesse confiar nos vizinhos? Ser um alguém sem passado e se tornar um ‘nenhum’. Essa é a discussão proposta na peça NENHUM, em cartaz na Casa de Cultura Laura Alvim - Espaço Rogério Cardoso / Porão.
Foto: Divulgação

‘Um casal tem seu cotidiano abalado por um visitante, que desestabiliza a rotina e provoca revelações. “Nenhum”, texto de Edward Bond, dirigido por Renato Carrera, traz um encontro cheio de suspense e hostilidade’. O texto é traduzido por Felipe Vidal, que também compõe o elenco. É instigante acompanhar a apresentação de Felipe Vidal, Talita Oliveira e Higor Campagnaro. Todos os nomes acima citados merecem nossa admiração.

‘Em 2077, num mundo onde o passado e as relações pessoais foram abolidos, um casal recebe a visita de um desconhecido’. Tal visita faz transparecer no casal características como o egoísmo, falta de diálogo, medo do inesperado e fobia social. Faz-nos refletir no quanto estamos colaborando para uma sociedade cada vez mais individualista, que não recebe visitas em casa, que se priva de relações interpessoais. Eis um programa recomendável!


Nenhum

Sexta e sábado às 21h e domingo às 20h

Local:
Espaço Rogério Cardoso - Porão

Informações:
Av. Vieira Souto, 176 - Ipanema tel: 2332-2015

segunda-feira, 15 de julho de 2013

Bandeira

 

 

Zeca Baleiro

Eu não quero ver você cuspindo ódio
Eu não quero ver você fumando ópio, pra sarar a dor
Eu não quero ver você chorar veneno
Não quero beber o teu café pequeno
Eu não quero isso seja lá o que isso for
Eu não quero aquele
Eu não quero aquilo
Peixe na boca do crocodilo
Braço da Vênus de Milo acenando tchau
Não quero medir a altura do tombo
Nem passar agosto esperando setembro, se bem me lembro
O melhor futuro: este hoje escuro
O maior desejo da boca é o beijo
Eu não quero ter o Tejo escorrendo das mãos
Quero a Guanabara, quero o Rio Nilo
Quero tudo ter, estrela, flor, estilo
Tua língua em meu mamilo água e sal
Nada tenho vez em quando tudo
Tudo quero mais ou menos quanto
Vida vida, noves fora, zero
Quero viver, quero ouvir, quero ver
(Se é assim quero sim, acho que vim pra te ver)

domingo, 14 de julho de 2013

"...Eu sou lúcida na minha loucura, permanente na minha inconstância, inquieta na minha comodidade... Amo mais do que posso e, por medo, sempre menos do que sou capaz... Quando me entrego, me atiro e quando recuo não volto mais." - Martha Medeiros

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Um dia tudo fará sentido. A espera, os sonhos, desejos internos e desejos não atendidos... No final das contas, vida é generosa!

quinta-feira, 11 de julho de 2013

"Todos os pensamentos que não chegaram ao destino, todas as juras de amor que não foram ouvidas, toda mágoa que não foi curada, todo sentimento voa pelos céus da cidade, esperando que a manhã traga bem mais do que um novo dia, pois já dizia Willian Shakespeare: 'somos feitos da matéria dos sonhos e o sono confina nossa breve existência'" - Miguel de Sousa-Aguiar

quarta-feira, 10 de julho de 2013

A Luta contra o Tabagismo.




Em alguns anos o movimento antitabagista vem ganhando força, alcançando resultados significativos, tanto na prevenção da incidência e da prevalência do tabagismo quanto nos hábitos da população. Há 10 anos, aproximadamente, o ato de fumar era visto de forma positiva para a maioria da população onde era comum ouvir: “Nossa! Como seu filho cresceu já esta até fumando, hein?!” Fumar representava a maturidade alcançada, liberdade, independência, charme. Atualmente, tudo mudou de figura, muitos dos tabagistas sentem até vergonha do hábito de fumar e todo esse avanço foi possível através de duas grandes conquistas na última década. A primeira, em 2000, uma lei que proibira a publicidade de fumígenos nas grandes mídias, permitidas somente em cartazes e banners, mesmo assim dentro dos locais de vendas. Outra em 2003 que mesmo em eventos esportivos e culturais internacionais ficaria proibido a publicidade dos mesmos e logo veio a proibição do consumo em locais públicos e privados com exceção das áreas destinadas a esse fim.
                Foram desenvolvidas várias pesquisas para desenhar o perfil do tabagista onde foi descoberto que dentre os analfabetos, 72% são tabagistas, dos que estão no primário 52%, dos que estão no secundário 47% e dos universitários 46%, ou seja quanto maior a escolaridade menor a prevalência do consumo de tabaco. Outro dado importante é que 90% dos tabagistas adquiriram o hábito antes dos 19 anos. A idade média de iniciação do consumo é de 15 anos. Por isso, as ações do Programa de Controle do Tabagismo contemplam, com prioridade, jovens na faixa de 15 e 17 anos.
Quanto aos fumantes passivos, muitos dizem que eles têm mais prejuízos à saúde que o próprio tabagista, o que não é verdade, até porque além de respirar a mesma fumaça que o fumante passivo o tabagista inala a fumaça da tragada que possui mais 4000 tipos de substâncias tóxicas. Isso não significa que não faça mal à saúde do fumante passivo e sim que a interpretação do fato está errada, onde comparamos a saúde do não fumante à saúde do fumante passivo contrariando o que as pessoas na maioria pensam ser. Considere o exemplo, o risco da esposa não fumante de marido fumante ter um acidente coronariano é 25% maior que em esposas não fumantes com marido não fumante. No caso de crianças que são fumantes passivas há 14% maior risco de ataque de asma, se for o pai o fumante, ou 38% se for à mãe fumante. Se ambos forem fumantes o risco sobe para 48%, comparado à criança não fumante passiva.
                Hoje no município de Barbacena temos dois pontos de tratamento ao tabagismo na UBS Santo Antonio, e na UBS Santa Cecília e estamos trabalhando para que a nossa UBS, Funcionários, também tenha o grupo de atenção ao tabagista. O fato é: fumar não está com nada! Caso queira parar de fumar nos procure na Unidade de Saúde, ou vá a mais próxima de sua casa. Estratégia Saúde da Família por uma cidade sem cigarro!

Texto: Sávio Madeira Enfermeiro ESF- Funcionários II Barbacena - MG

terça-feira, 9 de julho de 2013

"Mas estou cansada, apesar de minha alegria de hoje, alegria que não se sabe de onde vem, como a da manhãzinha de verão. Estou cansada, agora agudamente! Vamos chorar juntos, baixinho. Por ter sofrido e continuar tão docemente. A dor cansada numa lágrima simplificada”.

. Clarice Lispector in Perto do Coração Selvagem .

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Perfidia

Nadie comprende lo que sufro yo
Canto pues ya no puedo sollozar,
Solo temblando de ansiedad estoy
Todos me miran y se van.
Mujer,
Si puedes tu con Dios hablar,
Pregúntale si yo alguna vez
Te he dejado de adorar.
Y al mar,
Espejo de mi corazón,
Las veces que me ha visto llorar
La perfidia de tu amor...
Te he buscado dondequiera que yo voy,
Y no te puedo hallar,
Para qué quiero otros besos
Si tus labios no me quieren ya besar.
Y tú,
Quien sabe por dónde andarás
Quien sabe qué aventura tendrás
¡Qué lejos estás de mí...!
Te he buscado dondequiera que yo voy,
Y no te puedo hallar,
Para qué quiero otros besos
Si tus labios no me quieren ya besar.
Y tú,
Quien sabe por dónde andarás
Quien sabe qué aventura tendrás
¡Qué lejos estás de mí...!
¡De mí...!
¡De mí...!

 -  Alberto Dominguez

domingo, 7 de julho de 2013

NÓS



Nós bebemos demais, fumamos demais, gastamos sem critérios, dirigimos rápido demais, ficamos acordados até muito mais tarde, acordamos muito cansados, lemos muito pouco, assistimos TV demais e rezamos raramente.

Multiplicamos nossos bens, mas reduzimos nossos valores.

Nós falamos demais, amamos raramente, odiamos freqüentemente.

Aprendemos a sobreviver, mas não a viver; adicionamos anos à nossa vida e não vida aos nossos anos. Fomos e voltamos à Lua, mas temos dificuldade em cruzar a rua e encontrar um novo vizinho.

Conquistamos o espaço, mas não o nosso próprio.

Fizemos muitas coisas maiores, mas pouquíssimas melhores. Limpamos o ar,mas poluímos a alma; dominamos o átomo, mas não nosso preconceito; escrevemos mais, mas aprendemos menos; planejamos mais, mas realizamos menos.

Aprendemos a nos apressar e não, a esperar.

Construímos mais computadores para armazenar mais informação, produzir mais cópias do que nunca, mas nos comunicamos menos. Estamos na era do 'fast-food' e da digestão lenta; do homem grande de caráter pequeno; lucros
acentuados e relações vazias.

Essa é a era de dois empregos, vários divórcios, casas chiques e lares despedaçados.Essa é a era das viagens rápidas, fraldas e moral descartáveis, das rapidinhas, dos cérebros ocos e das pílulas "mágicas". Um momento de muita coisa na vitrine e muito pouco na despensa. Uma era que leva essa carta a você, e uma era que te permite dividir essa reflexão ou simplesmente clicar 'delete'.

Lembre-se de passar tempo com as pessoas que ama, pois elas não estarão por aqui para sempre. Lembre-se dar um abraço carinhoso num amigo, pois não lhe custa um centavo sequer. Lembre-se de dizer "eu te amo" à sua companheira(o) e às pessoas que ama, mas, em primeiro lugar, ame... Ame muito.

Um beijo e um abraço curam a dor, quando vêm de lá de dentro. O segredo da vida não é ter tudo que você quer, mas AMAR tudo que você tem!

Por isso, valorize o que você tem e as pessoas que estão ao seu lado...
(George Carlin)

sábado, 6 de julho de 2013

“Nunca e sempre são duas palavras que só deviam existir nos contos de fadas. São palavras que fazem parte de promessas geralmente impossíveis de serem cumpridas.
Mas como é bom ouvi-las, não é mesmo? Graças a elas não sentimos tanto medo e insegurança quando o futuro parece tão incerto...”
Miguel Falabella

sexta-feira, 5 de julho de 2013

"Somos donos de nossos atos, mas não de nossos sentimentos.
Podemos ser culpados pelo que fazemos, mas não pelo que sentimos.
Podemos prometer atos, mas não podemos prometer sentimentos."
(Mário Quintana)

quinta-feira, 4 de julho de 2013

A Ilha - Djavan

A Ilha - Djavan (Legendado) CD Seduzir 1981 


 Interessante como o coração é 'terra' difícil de se pisar. Na verdade, nunca sabemos exatamente o que se passa nele. Parece tão inconstante, tão traiçoeiro e desejoso de uma felicidade muitas vezes egoístas. Podemos até mesmo deduzir o que o coração do outro quer,  mas nunca ter certeza. John Donne estava certo, 'o homem não é uma ilha', mas o coração é uma ilha dentro de cada um. É preciso cautela, discernimento e coragem. É sedutor, exala o cheiro do amor, muitas vezes nos ilude e outras te traz para uma realidade nem sempre agradável. Nos faz ter a certeza de que o mais importante é amar, momento em que a ilha se habita e se torna o paraíso das boas emoções.

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Baleia ou Sereia?

"Uma academia colocou um outdoor em São Paulo que dizia o seguinte: Neste verão, qual você vai ser? Sereia ou Baleia?

Uma mulher enviou a eles a sua resposta e distribuiu o seguinte e-mail.

"Ontem vi um outdoor com a foto de uma moça escultural de biquíni e a frase: Neste verão, qual você vai ser? Sereia ou Baleia?
Respondo:
Baleias estão sempre cercadas de amigos. Baleias tem vida sexual ativa, engravidam e tem filhotinhos lindos. Baleias amamentam. Baleias andam por ai cortando os mares e conhecendo lugares legais como a Antártida e os recifes de coral da Polinésia.
Baleias tem amigos golfinhos. Baleias comem camarão à beça. Baleias esguicham água e brincam muito. Baleias cantam muito bem. Baleias são enormes e quase não tem predadores naturais.
Baleias são bem resolvidas, lindas e amadas.
Sereias não existem...
Se existissem viveriam em crise existencial: Sou um peixe ou um ser humano? Não tem filhos, pois matam os homens que se encantam com sua beleza.
São lindas, mas tristes, e sempre solitárias...
Querida academia, prefiro ser baleia!"

(A referida academia retirou o outdoor na mesma semana!)

Muitas vezes o ser humano se importa tanto com o exterior de uma pessoa (criticando a gordura), a posse de bens materiais, e esquece que o mais importante é o interior, os sentimentos daquela pessoa... Vamos valorizar mais o que somos, e não o que os outros visualizam, cada um sabe como quer estar ou fazer de si... E só assim seremos felizes."


 - Extraído da página pessoal de Wanderléa Silva

terça-feira, 2 de julho de 2013

"Persiga um sonho, mas não deixe ele viver sozinho. Descubra-se todos os dias, deixe-se levar pelas vontades, mas não enlouqueça por elas. Procure, sempre procure o fim de uma história, seja ela qual for. Dê um sorriso para quem esqueceu como se faz isso. Acelere seus pensamentos, mas não permita que eles te consumam. Olhe para o lado, alguém precisa de você. Abasteça seu coração de fé, não a perca nunca. Mergulhe de cabeça nos seus desejos e satisfaça-os. Procure os seus caminhos, mas não magoe ninguém nessa procura. Arrependa-se, volte atrás, peça perdão! Não se acostume com o que não o faz feliz, revolte-se quando julgar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Se achar que precisa voltar, volte! Se perceber que precisa seguir, siga! Se estiver tudo errado, comece novamente. Se estiver tudo certo, continue. Se sentir saudades, mate-a. Se perder um amor, não se perca! Se achá-lo, segure-o!"

Fernando Pessoa.

segunda-feira, 1 de julho de 2013

"É com a falta que se ama. Quem não tem falta não ama. O amor gira em torno da falta imaginária, e é nesse ponto que se aloja o objeto de amor.

Para Lacan, o amor é o encontro de dois saberes inconscientes. Amar é dar o que não se tem a quem não o é, isto é, ama-se um ser para além do que ele parece ser. O amor é dar o que não se tem, e só se pode amar fazendo-se como se não se tivesse, mesmo que se tenha. O amor como resposta implica o domínio do não ter. Dar o que se tem é a festa; não é o amor. O que se busca no amor é a parte para sempre perdida de si mesmo, constituída pelo fato de que ele não passa de um vivente sexual, mortal.

Para Lacan, o amor é um acontecimento particular que ocorre a um sujeito frágil, falível e que é incitado à particularidade do seu ser na convivência com o outro. Trata-se de um objeto imaginarizado, que vem ocupar o lugar do vazio da falta. Supor que alguém tenha em si algo precioso que possa preencher o que lhe falta, leva o amante em direção ao amado. O amante espera do amado a possibilidade de recuperar a totalidade onde nada falta. Assim, amar é reconhecer e exaltar no outro o que ele próprio denega, olha e não pode ver."
- Jorge Sesarino