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Imagem: Reprodução |
Indecisão! Eis uma das grandes provas de que somos compositores da grande
sinfonia que é nossa vida. ‘Você sabe o que quer, mas reconhece que deveria
querer outra coisa’, foi o que mais ou menos quis dizer Caio Fernando. Somos
responsáveis por nossas lutas, derrotas, vitórias, amores, desamores, inferno e
paraíso que vivemos. Basta um passo em falso e tudo o que foi construído por um
longo e árduo período se desfaz. A questão da decisão é saber se em algum momento
vale a pena desconstruir e iniciar uma possível reforma. Muitas vezes os
castelos construídos até agora não nos cabem mais. Talvez trocá-los por uma
modesta choupana seja o mais sábio a se fazer. Mas como é difícil arcar com as
possíveis ‘consequências’ de uma decisão, não é mesmo?! Se é que nas escolhas
que fazemos se deva a todo momento ressaltar as ‘consequências’. Se fazemos uma
escolha jamais podemos determinar exatamente o que ocorreria na opção
desprezada. Muitos de nós estamos presos
ao passado. Erguemos muros altos demais para escapar desse reino que nos
aprisiona. Por outro lado, há indivíduos que se arriscam. Mudam seu estilo de
vida, suas opiniões. Esses realmente não se envergonham de pensar e agir. Os
prisioneiros do passado os invejam e criticam, mas queriam muito estar do outro
lado do muro. Por isso, a coragem é uma das primeiras necessidades humanas. Para
decidir é preciso coragem. Mais que isso, é necessário um certo desprendimento.
E Osho estava certo: ‘Se você sofre, se sente feliz, contente, é por você. Ninguém
mais é responsável pela forma como você se sente, só você e ninguém mais além
de você. Você é o inferno e o paraíso também.’ E pensei nessa declaração por um
longo tempo, custando a aceitar o óbvio. Não me dar a oportunidade também é
culpa minha. Viver sem arte é culpa minha. Desprezar o amor que é dado é culpa
minha. Estar errado, ou com a razão, é culpa minha. A vida colabora com quem
colabora com ela. Se congelar sua existência por medo, a vida te congelará pelo
mesmo motivo. Curioso como até mesmo os sujeitos mais gélidos admiram aqueles
que são intensamente quentes por causa de sua coragem. O que nos resta é manter
o foco e seguir o caminho, intensos e abrasadores.
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