segunda-feira, 31 de março de 2014

Professores bonitos ganham mais




Mas só os professores do sexo masculino — as professoras bonitinhas podem até ser mais queridas pelos alunos, mas não sentem o benefício no bolso.
A conclusão é de um estudo feito por pesquisadores das universidades de Waterloo e Carleton (Canadá), que compararam os salários de professores universitários a dados disponíveis no Rate My Professors — o site permite que os alunos avaliem o quão claros, prestativos, acessíveis e, pois é, atraentes (“hot ou not?”) são seus mentores.
Entre as mulheres, não houve correlação significativa entre beleza e salário. Mas, entre os homens, os avaliados como mais “hot” eram até 20% mais propensos a ganhar mais de 100 mil dólares por ano, com um aumento médio de 3 mil no pagamento.
“Não sabemos exatamente por que os professores bonitos ganham mais”, dizem os responsáveis pela pesquisa. “Uma possibilidade é que os homens com melhor aparência sejam mais assertivos, e que isso leve a melhores negociações de salário”.

Crédito da foto: flickr.com/ben110

Fonte: Blog Ciência Maluca

Quatro dicas da ciência para seu namoro durar mais


amor1

Levar um pé na bunda dói. E pode matar. Pra você não correr esse risco (ou pelo menos deixá-lo mais distante), o CIÊNCIA MALUCA separou quatro estudos que ensinam o caminho para fazer seu namoro durar por mais tempo.
NÃO EMAGREÇA
Vale lembrar: casais felizes engordam juntos. Pesquisadores americanos entrevistaram 21 casais. E quando só uma parte do casal decidia levar uma vida mais saudável, perder uns quilinhos, o relacionamento desandava. É que aí o parceiro começava a ficar mais inseguro e a qualidade da comunicação entre os dois piorava. Mas quando os dois emagreciam juntos não havia problema algum.
DURMA BEM
É difícil aguentar o mau humor dos insones. Eles ficam mais egoístas, sem paciência. Não agradecem pelos gestos e favores do parceiro. É o que diz uma pesquisa da Universidade da Califórnia feita com 60 casais. Eles tiveram de listar cinco atitudes legais do parceiro durante alguns dias. Os insones tinham mais dificuldades, uma vez que não conseguiam enxergar e valorizar as gentilezas do outro.
IGNORE AS COMÉDIAS ROMÂNTICAS
Mais de 300 pessoas preencheram questionários propostos por cientistas do Albion College sobre relacionamento e quanto acreditavam em casais de filmes, comédias românticas, Friends e novelas. Quem levava esse mundo de ficção muito a sério tendia a se importar menos com o próprio namoro. E pensava com mais frequência em voltar para a vida de solteiro.
DISCUTA
Não finja que está tudo bem só para evitar discussões. Um casal da Nova Zelândia topou o desafio de pesquisadores da Universidade de Auckland. Sem que a mulher soubesse, o marido passou a concordar com absolutamente tudo que ela pedisse, até com as reclamações. Só aguentou por 12 dias. A qualidade de vida dele caiu de 7 para 3. Ao invés de paz, ele encontrou a mulher cada vez mais crítica e chata.

Crédito da foto: flickr.com/cuentosdeunaimbecila

Fonte: Blog Ciência Maluca

A ditadura e seus psicopatas de ontem e de hoje



Por Antonio Lassance - de Brasília 



Quem marcha em defesa do golpe é gente que esbofeteia cada um dos milhões de brasileiros que foram privados da liberdade por mais de duas décadas neste país
Quem marcha em defesa do golpe é gente que esbofeteia cada um dos milhões de brasileiros que foram privados da liberdade por mais de duas décadas neste país


A ditadura valeu-se de psicopatas. Assim manifestou-se a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, para expressar o impacto do depoimento prestado por um coronel do Exército à Comissão Estadual da Verdade do Rio de Janeiro.
O coronel é Paulo Malhães, especialista em tortura e desaparecimento de corpos durante a ditadura instaurada em 1964.
Em seu depoimento, esse guardião dos infernos mostrou como todo o sistema repressivo montado tinha autorização dos ministros das Forças Armadas, que davam as ordens no país – de forma mais absurda e terrorista entre 1968 e 1974.
Os generais, brigadeiros e comandantes não só  tomaram conhecimento como ordenaram que os procedimentos ganhassem escala.
Mandaram construir e custear os aparelhos, como a Casa da Morte, em Petrópolis, e comprar os instrumentos de tortura. Trouxeram torturadores de outros países para treinar seus subordinados a usar requintes de crueldade.
Ao fim e ao cabo, condecoraram uma legião de psicopatas com medalhas e outras honrarias que já deveriam ter sido cassadas.
Onde quer que estejam, e a dúvida é apenas que parte do inferno lhes foi reservada, as mãos e os nomes dos chefes de todos os sádicos permanecerão eternamente tão sujos quanto os dos que decapitaram, arrancaram as arcadas dentárias, deceparam as falanges dos dedos e praticaram tantas outras atrocidades mórbidas com o intuito de desaparecer com corpos de militantes de esquerda que lutavam contra a ditadura.
Cada ministro das Forças Armadas era sempre rigorosamente informado. Todos eles sabiam quem era preso, qual o método empregado e o resultado dos interrogatórios, por meio de relatórios – onde estarão esses relatórios? Quem os terá queimado ou escondido?
Trechos desse depoimento foram publicados pelo jornal O Globo – um veículo que certamente tem muito a dizer sobre aquele período.
O depoimento dado pelo coronel à Comissão Estadual da Verdade do Rio foi, por sua vez, “dado” com exclusividade por alguém dessa Comissão ao referido jornal. Seria bom que a Comissão depois explicasse seu critério de “doação” de informações públicas para o uso exclusivo por uma empresa privada.
De todo modo, diz o coronel:
“Levamos a ideia do CIE para o Burnier (brigadeiro João Paulo Burnier). Ele mostrou para o ministro (da Aeronáutica, Márcio de Souza Melo), que disse: ‘Poxa, que troço! Então funciona’. Aí, fundou o Cisa (Centro de Informações e Segurança da Aeronáutica. Tanto é que recebi a medalha de Mérito da Aeronáutica. Eu até me senti muito orgulhoso, foi o dia em que eu fiquei mais vaidoso” -  disse o coronel.
Os detalhes contados são preciosos:
“O DOI (Destacamento de Informações de Operações) é o primeiro degrau. Você entra ali, voando. Aí, se brutaliza, passa a ser igual aos outros, mas depois vai raciocinando e se estruturando”.
“Houve uma mudança da porrada para o choque. Você pode dizer: foi uma mudança ruim – foi não. Não deixava trauma, não deixava marca, não deixava nada. Já foi uma evolução. Aí, você vai caminhando, aprende de outros lugares, também de outros países, como é feita a coisa. Então, você se torna um outro personagem, um outro cara e, por causa disto, você é guindado a um órgão superior por ser um cara diferente e agir diferente. Tem muito mais amplitude, tem um universo muito maior, aí você se torna um expert em informações.”
“Aprendi que um homem que apanha na cara não fala mais nada. Você dá uma bofetada e ele se tranca. Você passa a ser o maior ofensor dele e o maior inimigo dele. A rigidez é o volume de voz, apertar ele psicologicamente, sobre o que ele é, quais são as consequências. Isto sim. Tudo isto é psicológico. Principalmente quando houve outros casos, né? Fulano foi preso e sumiu. Ele não é preso em uma unidade militar, ele vai para um lugar completamente estranho, civil, vamos dizer assim, uma casa. Ninguém sabe que ele está lá. Não há registro.”
Remorso? Nenhum:
“Poxa, não. Só perdi noite de sono estudando [as organizações de esquerda]. Até hoje, estudo.”
Até hoje? Bem, talvez hoje o coronel esteja então na reedição da Marcha da Família pela Liberdade, um nome hipócrita para uma reunião pública de defensores de um regime de psicopatas.
Enquanto permanecer existindo um único desaparecido político no país, qualquer um que apoie esse tipo de marcha golpista, seja lá que nome de fantasia ostentar,  patrocina um desfile em desrespeito a qualquer família, não só as que choram seus parentes sem lápide.
Os que marcham em defesa do golpe são gente que fede a religião, mas não acredita em Deus – como diria Mário de Andrade.
É gente que esbofeteia cada um dos milhões de brasileiros que foram privados da liberdade por mais de duas décadas neste país.
Que marchem, mas não ousem tocar suas mãos sujas em nossa democracia, nem pisar sobre nossas consciências.
 
Antonio Lassance é cientista político

Fonte: Correio do Brasil

Empresários que apoiaram o golpe de 64 construíram grandes fortunas


27/3/2014 14:20
Por Redação, com Viomundo - de São Paulo

As Organizações Globo conspiraram contra o governo de Jango e sustentaram a ditadura
As Organizações Globo conspiraram contra o governo de Jango e sustentaram a ditadura

Com mestrado na Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo sobre os empresários e o golpe de 64 e em fase de conclusão do doutorado sobre os empresários e a Constituição de 1988, o professor Fabio Venturini esmiuçou os detalhes de “como a economia nacional foi colocada em função das grandes corporações nacionais, ligadas às corporações internacionais e o Estado funcionando como grande financiador e impulsionador deste desenvolvimento, desviando de forma legalizada — com leis feitas para isso — o dinheiro público para a atividade empresarial privada”. Segundo o pesquisador, é isto o que nos afeta ainda hoje, pois os empresários conseguiram emplacar a continuidade das vantagens na Carta de 88.
Em artigo no site Viomundo, Venturini cita uma série de empresários que se deram muito bem durante a ditadura militar, como o banqueiro Ângelo Calmon de Sá (ligado a Antonio Carlos Magalhães, diga-se) e Paulo Maluf (empresário que foi prefeito biônico, ou seja, sem votos, de São Paulo). Na outra ponta, apenas dois empresários se deram muito mal com o golpe de 64: Mário Wallace Simonsen, um dos maiores exportadores de café, dono da Panair e da TV Excelsior; e Fernando Gasparian. Ambos eram nacionalistas e legalistas. A Excelsior, aliás, foi a única emissora que chamou a “Revolução” dos militares de “golpe” em seu principal telejornal.
Sobre as vantagens dadas aos empresários: além da repressão desarticular o sindicalismo, com intervenções, prisões e cassações, beneficiou grupos como o Ultra, de Henning Albert Boilesen, alargando prazo para pagamento de matéria prima ou recolhimento de impostos, o que equivalia a fazer um empréstimo sem juros, além de outras vantagens. Boilesen, aliás, foi um dos que fizeram caixa para a tortura e compareceu pessoalmente ao Doi-CODI para assistir a sessões de tortura. Foi justiçado por guerrilheiros.
Brilhante Ustra foi desmentido quando afirmou que não havia tortura e assassinatos nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo
Brilhante Ustra recebia visitas de empresários durante as sessões de tortura e assassinatos nas dependências do DOI-Codi, em São Paulo

Outros empresários estiveram na mira da resistência, como Octávio Frias de Oliveira, do Grupo Folha, que apoiou o golpe. Frias e seu sócio Carlos Caldeira ficaram com o espólio do jornal que apoiou João Goulart, Última Hora, além de engolir o Notícias Populares e, mais tarde, ficar com parte do que sobrou da Excelsior. Porém, o que motivou o desejo da guerrilha de justiçar Frias foi o fato de que o Grupo Folha emprestou viaturas de distribuição de jornal para campanas da Operação Bandeirante (a Ultragás, do Grupo Ultra, fez o mesmo com seus caminhões de distribuição de gás). Mais tarde, a Folha entregou um de seus jornais, a Folha da Tarde, à repressão.
– Se uma empresa foi beneficiada pela ditadura, a mais beneficiada foi a Globo, porque isso não acabou com a ditadura. Roberto Marinho participou da articulação do golpe, fez doações para o Instituto de Pesquisas Econômicas e Sociais (Ipes, que organizou o golpe). O jornal O Globo deu apoio durante o golpe. Em 65, o presente, a contrapartida foi a concessão dos canais de TV, TV Globo, Canal 4 do Rio de Janeiro e Canal 5 São Paulo – disse Fabio Venturini.
Globo lucrou
Ainda segundo o pesquisador, “na década de 70, porém, a estrutura de telecomunicações era praticamente inexistente no Brasil e foi totalmente montada com dinheiro estatal, possibilitando entre outras coisas ter o primeiro telejornal que abrangesse todo o território nacional, que foi o Jornal Nacional, que só foi possível transmitir nacionalmente por causa da estrutura construída com dinheiro estatal. Do ponto-de-vista empresarial, sem considerar o conteúdo, a Globo foi a que mais lucrou”.
Já que em 1985, no ocaso da ditadura, “Roberto Marinho era o dono da opinião pública”, acrescentou o professor.
Segundo Fabio Venturini, na ditadura imposta a partir de 1964 os militares se inspiraram na ditadura de Getúlio Vargas. Lembra que, naquela ditadura, o governo teve vários problemas para controlar um aliado, o magnata das comunicações, Assis Chateaubriand.
– No golpe de 64 o Assis Chateaubriand já estava doente, o grupo Diários Associados estava em decadência. O Roberto Marinho foi escolhido para substituir Assis Chateaubriand. Tinha o perfil de ser uma pessoa ligada ao poder. Tendo poder, tendo benefício, ele estava lá. A Globo foi pensada como líder de um aparato de comunicação para ser uma espécie de BBC no Brasil. A BBC atende ao interesse público. No Brasil foi montada uma empresa privada, de interesse privado, para ser porta-voz governamental. Se a BBC era para fiscalizar o Estado, a Globo foi montada para evitar a fiscalização do Estado. Tudo isso tem a contrapartida, uma empresa altamente lucrativa, que se tornou uma das maiores do mundo (no ramo) – afirma.
Venturini fala, ainda, em pelo menos dois mistérios ainda não esclarecidos da ditadura: os dois incêndios seguidos na TV Excelsior, em poucos dias, e a lista dos empresários que ingressaram no DOI-CODI para ver sessões de espancamento ou conversar com o comandante daquele centro de torturas, Carlos Alberto Brilhante Ustra. Ele comenta a tese, muito comum na Folha de S. Paulo, de que houve um contragolpe militar para evitar um regime comunista, o que chama de “delírio”.
Venturini também fala do papel de Victor Civita, do Grupo Abril, que “tinha simpatia pela ordem” e usou suas revistas segmentadas para fazer a cabeça de empresários, embora não tenha conspirado. Finalmente, explica a relação dos empresários com as nuances da ditadura pós-golpe. Um perfil liberal, pró-americano, em 64; um perfil ‘desenvolvimentista’, mais nacionalista, a partir de 67/68.

Fonte: Correio do Brasil

quarta-feira, 26 de março de 2014

|Não me fale de você|


 

 (...)

Existem várias maneiras de se negar amor a uma pessoa. Mas tenho descoberto que uma das maneiras mais cruéis de fazer isso é “disfarçar” esse não-amor, de amor.

É enfeitar a não aceitação de “aceitação”.
É fazer-se de nobre quando não há, de fato, nada de honrado em tal agir.

Existe uma problemática na palavra TOLERÂNCIA.
Ela é sinônima de suportar. De aceitar com indulgência: ou seja, é tachar de errado aquilo, mas em nome de uma “bondade extrema”, suportar.

Pensemos sobre o que é “tolerar” alguém.
Pensemos sobre o ato enjoativo e aborrecido que é SUPORTAR outro ser humano.

Isso não cabe em uma aceitação. Não é (a não ser que evolua em um acolhimento real) de maneira alguma um ato de amor. Não é colo. Não é abraço. Não é a benevolência de rir com o sorriso do outro. Não é a generosidade de aprender com a subjetividade do outro.

Eu não quero ser tolerada.
Quero ser celebrada por todas as pessoas que eu amo.
Quero que o meu sorriso ecoe e a minha felicidade se multiplique no coração dos meus.

Quero poder ser eu mesma: em minha completude.
Quero que me permitam isso: quero não: exijo que me permitam isso.

Mas, acima de tudo, quero não precisar exigir.

Quero o acolhimento verdadeiramente nobre daqueles que amam e que, por amar, acolhem. Mesmo no medo e na fragilidade daquilo que não conhecem.

Não admito ser tolerada. Não mereço isso – ninguém merece.
Não quero fazer parte dessa grande encenação de relacionamentos: aonde ninguém se conhece de fato, aonde tudo é superficial e mesquinho. E, por isso, frágil demais.

Aonde te dizem: meu amor só vai até aqui: daqui para frente não quero saber.
Aonde te demandam: enfeite-se de quem eu quero que você seja, ou não quero saber de você.
Aonde te mostram sempre o quão difícil é para eles que você seja como você é.
Aonde silêncios ensurdecedores espalham vales de abandono e distância.

Eu quero que parem para refletir que só sofrem pela não aceitação de seus familiares aqueles que queriam estar mais perto, aqueles que queriam poder amar tão mais, aqueles que desejam poder se entregar completamente, que querem ser sempre presença e colo.

Para que haja amor, é preciso que esse amor não nos silencie.
É preciso que esse amor cresça junto com os desafios que toda relação traz em si.

Relacionar-se é um ato mútuo de entrega e de troca.

O que se propõe na tolerância é que se fique distante dos olhos, é o desinteresse e o não querer saber, é que não se pratique a troca, é que não se adentre na cumplicidade que todo amor deve trazer em si.

Não querer saber é isso: é não querer.
É não desejar o conhecimento. É não querer o envolvimento.

E como amar alguém sem envolver-se?

Como se deseja um(a) filho(a) só em partes?
Como se fragmenta uma pessoa e exige aceitar apenas pedaços dela?

Eu proponho relacionamentos reais: eu proponho só ter em minha vida íntima aqueles que me sejam íntimos.

Não quero encenações.
Não quero “fazer de conta”. Quero o que é real.
Quero pessoas que, de coração, falem: QUERO SABER DE VOCÊ!

E se o real é a vontade de não saber: que não se saiba.
Que a distância de fato se faça e que somente deixemos em nossas vidas aqueles que nos querem como somos.

Você pode achar que dá para conciliar apenas metade de você mesma(a) com aqueles que só querem isso: mas a vida lhe mostrará que não dá.

À medida que você for ficando mais velho(a), seu tempo vai ficando mais precioso.
E passar tempo com alguém deve ser um ato voluntário e desejado: não uma obrigação.

(...)
Quando os filhos(as) vierem você só vai querer estar perto de quem ame a sua família no formato exato dela: sem vergonha, sem culpa, sem apontar dedos e temer o inferno.

Aceitar é aprovação, é concordância.
Não existe aceitação pela metade.
Não existe a infame frase: “Aceito, mas não concordo”.
Não quando estamos falando de vida, de sentimentos, de famílias.

Pode-se não concordar com uma ação, com uma escolha, mas não com uma existência.

Quem não concorda com a sua existência não pode exigir sua presença: estar-se com é um ato pleno: de entrega, de existir junto, de serem cúmplices através da única forma de ser-se cúmplice: através do conhecimento.

Então, esteja perto de pessoas que ressoem com afeto: “Me fale de você!”. De você inteiro(a)!
Porque o amor necessita dessa benevolência: o amor quer saber. Sempre. E mais.
O envolvimento constrói-se no conhecimento.
E são por lágrimas e sorrisos compartilhados que todo relacionamento verdadeiro se faz.

Por isso eu, tachada de intolerante, não quero a tolerância de ninguém.
Quero poder estar junto, estando REALMENTE junto.

Quero entrar na casa dos que eu amo sem ter que deixar meu ‘eu’ verdadeiro na porta de fora.

Porque realmente acredito que o amor precisa da verdade para crescer: para sair do reino do faz de conta e virar história real.

Com lágrimas e sorrisos e abraços e dores e vitórias.
A real história daqueles que aprenderam a amar é assim: nelas você não é personagem da sua própria vida: você É sua própria vida. Por completo. Com CADA parte sua junta no todo que lhe forma.

O que posso desejar então é que os amores que ainda tem salvação percebam que é só através da entrega completa que se acha o tesouro mais incrível que um ser humano pode achar: o de carregar o seu coração, no coração de outra pessoa.

E coração é órgão inteiro: você não pode aceitar só metade de um coração.

- Helena Paix

Desabafo


Eu sempre vejo postagens, videos e piadas sobre o atendimento de call center e coisas afins, e sempre dou risadas porque na maioria das vezes são engraçadas é claro, e fazem jus a alguns profissionais, apesar do exagero justificado pelo humor. Mas eu sempre me pergunto: Será que quando alguém liga para uma central de atendimento qualquer, percebe que está falando com uma pessoa e não com um robô? Eu sei, talvez o script dificulte e muito a verificação, mas ainda não temos tamanha tecnologia que nos permita vivenciar tal situação. Muitos cliente até se recusam e nos acusam de meros robôs... Mas convido a você a pensar pelo outro lado_ e as pessoas que ligam pra nós? Alguém já parou pra pensar o tipo de pessoas que atendemos? Será que não são também meros robôs reproduzindo uma sociedade sem futuro? Bom na minha humilde opinião dava pra fazer um estudo sociológico e que muito explicaria a atual situação da sociedade brasileira.
A começar é claro pela ignorância e falta de educação que perpetua. Pessoas do Brasil inteiro independentes do nível de formação e do status social entram em contato e infelizmente, na sua maioria. são pessoas mal educadas em todos os sentidos que esta palavra nos remete. A maioria num tem informação alguma e eu nem estou falando dos analfabetos que entram em contato conosco. Há com toda certeza vários tipos de mal educados desde aqueles que não tiveram acesso a nenhuma formação básica reflexo de uma sociedade que não sabe valorizar o conhecimento e a importância da educação. Assim como há também o contrário, aqueles que se dizem altamente informados e fazem questão de jogar na nossa cara os seus títulos e status como se isso fosse mudar o caráter deles. Caros, o fato de você ter uma boa formação ou um bom emprego não muda seu caráter muito menos faz com que você seja atendido mais rápido.
Caráter outro valor que se perdeu no meio do caminho em uma sociedade imediatista e repleta de hipocrisia, afinal nada mais importante que manter a imagem de pessoa correta, inteligente e idealista na rede social. Agora, no cotidiano as pessoas se transformam, permitem ser cruéis apontando inutilidades e ironias e esquecem de como é importante manter a coerência entre aquilo que você diz ser e aquilo que você realmente é.
Aliás o problema de falta de coerência não atinge unicamente as pessoas. As empresas seguem o mesmo caminho. Gastam bilhões em propagandas e patrocínios porque sabem que numa sociedade hipócrita como a nossa nada mais importante do que vender a imagem. Tem gente que até se especializa nisso: em vender uma imagem cada vez mais bonita capaz de esconder todas as mazelas, toda a falta de comprometimento.
Então convido a todos os que estão lendo esse texto agora a repensarem o quanto coerente é sua vida, eu também prometo que vou pensar na minha... Convido a todos a pensarem, em como deixamos que as coisas chegassem a esse ponto e que antes de apontarmos o culpados possamos fazer um exame de consciência e pensar no tipo de país que estamos construindo e quais são os valores que realmente devem ser considerados. Isso é só um desabafo...

 - Alice Cristina

terça-feira, 25 de março de 2014

UMA LIÇÃO DE VIDA


UMA LIÇÃO DE VIDA

Uma senhora idosa, elegante, bem vestida e penteada, estava de mudança para uma casa de repouso pois o marido com quem vivera 70 anos, havia morrido e ela ficara só…

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.

A caminho de sua nova morada, a atendente ia descrevendo o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas de chintz florido que enfeitavam a janela.

- Ah, eu adoro essas cortinas – disse ela com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Mas a senhora ainda nem viu seu quarto…

- Nem preciso ver – respondeu ela. – Felicidade é algo que você decide por princípio. E eu já decidi que vou adorar! É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu tenho duas escolhas: Posso passar o dia inteiro na cama contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem… ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos abrirem, vou focaliza-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: Você só retira daquilo que você guardou. Portanto, lhe aconselho depositar um monte de alegria e felicidade na sua Conta de Lembranças. E como você vê, eu ainda continuo depositando. Agora, se me permite, gostaria de lhe dar uma receita:

1- Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência.

2- Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado.

3- Curta coisas simples.

4- Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

5- Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO, enquanto você viver.

6- Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser família, animais , lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.

7- Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a. Se está abaixo desse nível, peça ajuda.

8- Diga a quem você ama, que você realmente o ama, em todas as oportunidades.

E LEMBRE-SE SEMPRE QUE:

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego …

de tanto rir …

de surpresa …

de êxtase …

de felicidade!

Simples assim!!!

Autor desconhecido




Uma senhora idosa, elegante, bem vestida e penteada, estava de mudança para uma casa de repouso pois o marido com quem vivera 70 anos, havia morrido e ela ficara só…

Depois de esperar pacientemente por duas horas na sala de visitas, ela ainda deu um lindo sorriso quando uma atendente veio dizer que seu quarto estava pronto.

A caminho de sua nova morada, a atendente ia descrevendo o minúsculo quartinho, inclusive as cortinas de chintz florido que enfeitavam a janela.

- Ah, eu adoro essas cortinas – disse ela com o entusiasmo de uma garotinha que acabou de ganhar um filhote de cachorrinho.

- Mas a senhora ainda nem viu seu quarto…

- Nem preciso ver – respondeu ela. – Felicidade é algo que você decide por princípio. E eu já decidi que vou adorar! É uma decisão que tomo todo dia quando acordo. Sabe, eu tenho duas escolhas: Posso passar o dia inteiro na cama contando as dificuldades que tenho em certas partes do meu corpo que não funcionam bem… ou posso levantar da cama agradecendo pelas outras partes que ainda me obedecem. Cada dia é um presente. E enquanto meus olhos abrirem, vou focaliza-los no novo dia e também nas boas lembranças que eu guardei para esta época da vida. A velhice é como uma conta bancária: Você só retira daquilo que você guardou. Portanto, lhe aconselho depositar um monte de alegria e felicidade na sua Conta de Lembranças. E como você vê, eu ainda continuo depositando. Agora, se me permite, gostaria de lhe dar uma receita:

1- Jogue fora todos os números não essenciais para sua sobrevivência.

2- Continue aprendendo. Aprenda mais sobre computador, artesanato, jardinagem, qualquer coisa. Não deixe seu cérebro desocupado.

3- Curta coisas simples.

4- Ria sempre, muito e alto. Ria até perder o fôlego.

5- Lágrimas acontecem. Aguente, sofra e siga em frente. A única pessoa que acompanha você a vida toda é VOCÊ mesmo. Esteja VIVO, enquanto você viver.

6- Esteja sempre rodeado daquilo que você gosta: pode ser família, animais , lembranças, música, plantas, um hobby, o que for. Seu lar é o seu refúgio.

7- Aproveite sua saúde. Se for boa, preserve-a. Se está instável, melhore-a. Se está abaixo desse nível, peça ajuda.

8- Diga a quem você ama, que você realmente o ama, em todas as oportunidades.

E LEMBRE-SE SEMPRE QUE:

A vida não é medida pelo número de vezes que você respirou, mas pelos momentos em que você perdeu o fôlego … de tanto rir … de surpresa … de êxtase … de felicidade! Simples assim!

  - Autor desconhecido

sábado, 22 de março de 2014

AS FLORES NO DESERTO DA POLÍCIA E DAS FORÇAS ARMADAS!



Fábio Chagas
Doutor em História e Professor

No dia 6 de janeiro de 1999, o Policial Militar José Barbosa de Andrade, sob o terror das enchentes paulistanas, lançou-se nas águas do Rio Tamanduateí para salvar uma moradora de rua. O resgate era quase impossível, as águas estavam sete vezes acima de seu volume normal, mas o PM José Barbosa, corajosamente, desceu por uma corda e impediu a morte da mulher. Sua sorte foi outra, pois a corda se rompeu e o valoroso PM, que não sabia nadar, foi levado pelas águas!
Babosa foi heroico, dignificou seu povo e uma Instituição que abriga homens e mulheres honrados, a mesma Instituição que hoje representa medo e insegurança para a população, porque é ela que, nas periferias dos centros urbanos, efetiva o Estado Democrático de Direito, por meio de uma violência brutal e incontrolável. O Poder Público se ausenta e destina aos bolsões de pobreza aquilo que criou para ser um violento instrumento de repressão, garantidor das desigualdades sociais.
É preciso reinventar a Polícia, mas igualmente as Forças Armadas, porque, inacreditavelmente, ainda vociferam, de suas entranhas, anticomunistas histéricos e crentes de que existe no Brasil um “Inimigo Interno” chamado MST. Ligam o PT, agentes cubanos e venezuelanos a alguma Organização dedicada a implantar o comunismo na América Latina. Sinceramente, nem eles devem se levar a sério...
Embora ainda sobrevivam fanáticos ultradireitistas nas Forças Armadas, cumpre notar que importantes segmentos destas mesmas Forças, ou Armas, participaram de lutas democráticas em favor dos interesses dos trabalhadores. Não esqueçamos ainda a gloriosa FEB (Força Expedicionária Brasileira), a qual registrou nos livros da História, a participação brasileira na luta contra o nazi-fascismo.
Em 1964, forças políticas atrasadas implantaram o terror psicológico sobre a sociedade, de modo que oficiais das Forças Armadas, a 31 de março depuseram um presidente eleito e impuseram uma ditadura, sustentada por prisões arbitrárias, torturas, mortes e desaparecimentos. O Golpe, chamado cinicamente de “Revolução” ou “Movimento de 64”, foi amparado pelos EUA, empresários brasileiros e multinacionais.
No interior das mesmas FA, grande parte dos militares apoiava as transformações sociais daqueles anos que visavam beneficiar as camadas sociais excluídas há séculos. O governo de João Goulart, às vésperas do golpe, gozava de grande aceitação, segundo pesquisa IBOPE (oculta até 2003). De acordo com os registros, Jango contava com 86% de aprovação ao seu governo entre as camadas mais pobres.
Sendo assim, porque o governo foi derrubado?
Quem rasgou a Constituição e traiu a Pátria? A serviço de quais interesses?
Quem representa, hoje, estes interesses contrários às transformações sociais?
Depois de uma tragédia social, política e cultural de 21 anos (1964-85), muita gente nas Forças Armadas ainda alimenta versões absurdas sobre a morte de opositores e sobre os locais onde os corpos foram clandestinamente enterrados.
Militares que se opunham à Ditadura foram expulsos das Forças Armadas entre 1964 e 65, presos ou mortos. Outros militares se destacaram por não apoiar o Golpe, a ditadura e também recusarem-se a sujar as mãos de sangue na tortura. Este foi o caso do valoroso Capitão Sérgio “Macaco”, militar honrado.
Em junho de 1968, o capitão pára-quedista Sérgio Ribeiro Miranda de Carvalho (Sérgio Macaco) recebeu ordens dos Brigadeiros Hipólito da Costa e João Paulo Burnier, para explodir, no horário de maior movimento, o Gasômetro da Avenida Brasil (RJ). Cem mil pessoas, aproximadamente, morreriam, e a responsabilidade seria lançada sobre os ombros da Resistência à Ditadura, para, a partir disso, desatar-se-ia uma sangrenta e aniquiladora onde repressiva sobre todos os opositores.
O que os terroristas do Governo Militar não contavam era que o Capitão Sérgio “Macaco” se recusaria a levar adiante o plano diabólico. Mais ainda, o Capitão denunciou-o publicamente. Sérgio foi um patriota e recusou-se a assassinar seu povo. A Ditadura o perseguiu, puniu, reformou e o prendeu. Quando lhe ofereceram Anistia, recusou-a afirmando que só se anistia quem comete erros e, ele, estava ciente de que havia acertado ao evitar o massacre de cem mil brasileiros.
Sérgio “Macaco” caiu no esquecimento e, na década de 1990, quando vivia seus últimos dias, vitimado por um câncer, foi tratado por Itamar Franco com uma covardia singular. O Supremo Tribunal Federal havia decidido pela indenização ao Capitão, mas Itamar guardou-a no fundo de uma gaveta. Em 1994, “Macaco” se foi e, somente três dias após a sua morte, a Sentença da indenização é assinada.
Itamar, por medo dos militares, sequer indenizou um personagem histórico exemplar, que evitou a morte de milhares de compatriotas. Itamar, como a esmagadora maioria de nossos eleitos, nunca poderia ser grande como o Capitão Sérgio “Macaco”, assim como grande parte dos policiais jamais entenderá a grandeza e o heroísmo de um PM como José Barbosa.
O exemplo do Capitão Sérgio “Macaco” deve ser ensinado nas Academias Militares, para que, embora bastante tarde, as Forças Armadas rendam a devida homenagem ao Capitão e aprendam a agir como brasileiros que honram a farda.
Quanto ao PM José Barbosa, que sua bravura e desprendimento sejam transmitidas aos nossos filhos, ao nosso Povo...

terça-feira, 18 de março de 2014



A vida às vezes me parece injusta. Será que o medo não nos permite viver coisas boas? Consigo ouvir um oníssono sim diante essa pergunta. Há algo de errado em alguém que não consegue amar e, ainda assim, se sente sozinho? Esperei tanto por um amor que nunca chegou. Quando penso sobre isso a noite parece correr de forma morosa. Tudo pesa muito! Amores perdidos e possivelmente reencontrados ao longo do caminho. Tenho a impressão que essa felicidade está como esta nação: deitado eternamente em berço esplêndido, num sono profundo. Queria tanto acordá-la para não ter mais que fingir. O sol ainda há de brilhar a todos, assim como a lua para os amantes, e será lei a felicidade ao lado do seu amor.

segunda-feira, 17 de março de 2014

Diana e Bárbara Eugênia cantam "Porque Brigamos"

Sapatos revelam a personalidade das pessoas



Conhece aquela história que “você é o que você veste”? Bom, a frase poderia ser um pouco diferente, algo como “você calça o que você é”. Ficaria horrível, eu sei.  Mas isso é só para dizer que um estudo americano concluiu que seu sapato pode revelar traços da sua personalidade ou do seu humor. E mais: as pessoas captam esses sinais.
Durante a pesquisa, realizada pela Universidade do Kansas, voluntários cederam fotos de seus tênis e sapatos e completaram alguns questionários sobre si mesmos. Na sequência, outro grupo teve de julgar como eram os donos dos calçados (idade, gênero, renda, e outras características pessoais). E eles acertaram bastante coisa. Segundo a pesquisa, 90% das nossas características pessoais podem ser determinadas por uma simples análise do estilo, preço, cor e condição do sapato.
Por exemplo, segundo o estudo, pessoas extrovertidas preferem sapatos mais chamativos. Sapatos caros indicam que o salário tá ótimo. Usar botas é sinal de agressividade (coturno, então, nem se fala…). Ah, e tem mais, usar sapatos confortáveis mostram que você é uma pessoa calma. Já o salto alto indica nervosismo.
E sapatos sem graça, preto sem nada? Bom, dizem que os donos são mais frios, reservados, têm dificuldade em se relacionar com outras pessoas. Os participantes que usavam esse tipo de sapato mal souberam detalhar alguns traços da própria personalidade.
Eu até tentei, mas olho para a minha sapatilha e só vejo uma sapatilha. E você, concorda com a pesquisa? Consegue encontrar alguma característica pessoal no seu sapato?

Crédito da foto: flickr.com/fotorita

sábado, 15 de março de 2014

Para Sempre


Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento. 

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?
Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.



 - Carlos Drummond de Andrade
"Aprendi que não posso exigir o amor de ninguém. Posso apenas dar boas razões para que gostem de mim. E ter paciência para que a vida faça o resto."
Os nossos medos, até mesmo os mais encarcerados, não podem atrapalhar o nosso progresso espiritual, amoroso e emocional (se é que não seja tudo junto e misturado). Sócrates disse certa vez que a primeira necessidade humana é a coragem. Se isso não ocorre no pródromo, tem que ser desenvolvido ao longo de nossa existência. Inicialmente, a coragem nos fará ver a vida mais leve, saudável, natural. Um dos meus amigos cometas me ensinou a viver livre das amarras que nos são impostas e, para muitos, dificulta ainda mais seu crescimento. Saiba respeitar os seus e os limites dos outros, reconheça-os. Assim será mais fácil e leve existir, mas não perca e não se esqueça de trabalhar a coragem! 

quarta-feira, 12 de março de 2014


"Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?"

Salve Fernando Pessoa!

GRITARAM-ME NEGRA

)

domingo, 9 de março de 2014

Holocausto Brasileiro Manicômio de Barbacena













Documentário produzido pela Globonews sobre o Manicômio de Barbacena, com a participação de Fernando Gabeira.
Do livro Holocausto Brasileiro da jornalista Daniela Arbex

   

sábado, 8 de março de 2014

Taís Araújo conversa com Lázaro Ramos no Espelho

Na tentativa de evitar a dor, acreditamos poder fechar algumas portas ao longo da vida, nos isolando e nos perdendo dentro de nós mesmos. Não consideramos que os momentos em que podemos encontrar a nós mesmos não são apenas os mais sofridos; são também os mais ricos. São os chamados momentos de mutação, nos quais fazemos a experiência de que algumas portas só se fecham, verdadeiramente, porque puderam ser abertas. Para esquecer, é preciso lembrar.
 (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

No Dia Internacional da Mulher, a luta é de todos nós!

 Fábio Chagas
Doutor em História e Professor
 

 


















A História faz as leis e nunca o contrário. A História se modifica, muitas vezes, violando-se as próprias leis, pois a Justiça e o Justo são maiores e bem diferentes que os Sistemas de Leis. As greves já foram ilegais, mas os trabalhadores as fizeram, e isto levou à conquista de direitos sociais e trabalhistas. As próprias greves se tornaram legais.
No século XIX apenas os ricos votavam, mas a classe trabalhadora, em luta, conquistou o direito de eleger e ser eleita. As sociedades capitalistas não admitiam a participação política do povo, mas este, abriu caminho violando as regras do jogo das elites.
A luta das mulheres, suas dificuldades, derrotas e vitórias, devem ser entendidas dentro deste mecanismo de ação política. Em momentos cruciais da História, elas jogaram um papel decisivo.
Na Guerra Civil Espanhola (1936-39), mulheres de várias partes do mundo lutaram para impedir a ascensão do nazi-fascismo, mas lamentavelmente, o Ocidente capitalista omitiu-se por enxergar a possibilidade de destruir o socialismo soviético.
Em Stalingrado, na Rússia, durante a batalha mais sangrenta de toda a História (1942-43), as mulheres desempenharam funções militares, como nas baterias antiaéreas, e detiveram o avanço da poderosa Força Aérea Alemã.
Em 1942, o Exército Vermelho se retirou de uma frente de combate e as tropas alemãs avançaram perigosamente. Neste momento decisivo, as mulheres socialistas (soviéticas), se apresentaram para expulsar os alemães, sob condições incrivelmente difíceis. Vitoriosas, marcharam até Berlim, lado a lado, com os homens do Exército Vermelho, para derrotar a máquina de guerra hitlerista e libertar o mundo do nazismo.
No Brasil, dezenas de mulheres abriram mão de seus projetos pessoais para se engajar na luta contra a Ditadura Militar (1964-85). Lutaram corajosamente, e tristemente, várias delas pagaram o preço da humilhação, das torturas bárbaras, e da morte.
Embora não cessem os exemplos em torno da grandeza e da importância decisiva da mulher na vida política e social dos povos, grandes desafios ainda estão colocados para o universo feminino.
As sociedades, pelo mundo, de modo geral, continuam masculinas, machistas e patriarcais. As mulheres continuam exercendo as mesmas funções que os homens, mas recebendo menos. As mulheres continuam sendo vítimas da violência por todas as partes. Na Europa, por exemplo, uma em cada três mulheres já sofreu alguma violência física ou sexual. No Brasil, o número de estupros aumentou e a Lei Maria da Penha ainda não foi capaz de reduzir a violência contra as mulheres.
A lei não faz a História, a luta faz a lei.
Do ponto de vista da participação da mulher na política, temos caminhado pouco, e muito lentamente, posto que o universo feminino, apesar de representar 51,7% dos eleitores, ainda é muito baixo na política brasileira (aproximadamente 9%).
Poderosos complexos de comunicação como a Rede Globo, através de “concursos femininos” ou programas ultrajantes como “Zorra Total” prestam um grande “desserviço” social e político à Nação. Nossas mulheres são apresentadas como objetos, mercadorias e aquelas, tomadas como “feias”, são estimuladas a agradecer pelas “encoxadas” no metrô ou pela generosidade sexual do estuprador.
Ser pobre no Brasil é um problema, quase um crime, mas ser pobre, negro, e pior, mulher negra...
A televisão brasileira perpetua a ideia de que a mulher negra é um cartão postal para o turismo sexual. Negras aqui são mercadoria para sexo, tal como os senhores da Casa Grande buscavam suas negrinhas na senzala...
A mulher negra brasileira não é mãe de família nas propagandas de TV, revista etc, não é juíza, dentista, engenheira, advogada ou médica. Varre o chão, limpa banheiros e raramente apresenta programas de TV ou coisa do gênero. Para a cama e para o samba...mulatas do Brasil!
Por tudo isto, pouco se pode comemorar, e muito ainda há por lutar. Avançamos no campo das leis, mas no terreno da cultura, das mentalidades, enfrentamos um perverso processo de reprodução do machismo, do sexismo e do racismo, porque isto, em boa medida, serve a um tipo de economia de mercado.
Vários caminhos precisam ser trilhados, porém, indiscutivelmente, precisamos democratizar, e radicalmente, os meios de comunicação no Brasil, porque estes continuam nas mãos de uma dúzia de famílias multimilionárias que não representam os reais interesses do Povo brasileiro.
Por fim, embora o feminismo jogue papel político importante na sociedade, e que algumas conquistas não sejam desprezíveis, a verdadeira independência da mulher só poderá acontecer com a emancipação de homens e mulheres, hoje, submetidos à lógica do capital, destruídos em sua essência, em favor da economia de mercado e do sistema financeiro.
Desta maneira, não podemos apenas apoiar as mulheres, devemos lutar lado a lado!

terça-feira, 4 de março de 2014

Escutem o louco

O homem que empurrou uma passageira nos trilhos do metrô desnuda o momento perturbador vivido pelo Brasil
Eliane-Brum Regina-Vogue1

De repente, o taxista aumentou o som da pequena TV acoplada no console do carro. No banco de trás, eu parei de ler e afinei os ouvidos. Era meio-dia da sexta-feira de Carnaval (28/2). O homem que, dias antes, havia empurrado uma passageira nos trilhos do metrô de São Paulo tinha sido preso. A mulher teve o braço amputado. O agressor sofre de esquizofrenia, destacou o apresentador de TV. “Louco”, decodificou de imediato o taxista. Doença triste, disse o apresentador na TV. Ao ser preso, continuou o apresentador, o agressor afirmou que a empurrou porque sentiu raiva. Essa parte o taxista não escutou. Algo lá fora o havia perturbado. Colou a mão na buzina, abriu a janela do carro e xingou o motorista ao lado, que tentava mudar de pista. Perdigotos saltavam da sua boca enquanto ele empunhava o dedo médio com uma mão que deveria estar no volante. Fechou a janela, para não perder a temperatura do ar-condicionado, e voltou a falar comigo. “A polícia tem de tirar os loucos da rua”. A quem ele se refere, pensei eu, confusa, olhando para fora, para dentro. Era ao louco do metrô.
Há algo de trágico nos loucos. E não apenas o que é definido como loucura nessa época histórica. Há uma outra tragédia, que é a de não ser escutado. Sempre que alguém com um diagnóstico de doença mental comete um crime, a patologia é usada para anular as interrogações e esvaziar o discurso de sentido. A pessoa não é mais uma pessoa, com história e circunstâncias, na qual a doença é uma circunstância e uma parte da história, jamais o todo. A pessoa deixa de ser uma pessoa para ser uma doença. Se há um histórico, é o de sua ficha médica, marcada por internações e medicamentos – ou a falta de um e de outro. Esvaziada de sua humanidade, o que diz é automaticamente descartado como sem substância. A doença mental, ao substituir a pessoa, explica também o crime. E, se não há sujeito, não é preciso nem pensar sobre os significados do crime, nem sobre o que diz aquele que o cometeu.
Mas o que essa escolha – a de reduzir uma pessoa a uma patologia e a de anular os sentidos do seu discurso – diz da sociedade na qual foi forjado esse modo de olhar? Se Alessandro de Souza Xavier, 33 anos, o homem que na terça-feira (25/2) empurrou Maria da Conceição Oliveira, 28, no metrô, for escutado, há algo de particularmente perturbador na justificativa que confere ao seu ato. Alessandro diz: “Fizeram um mal pra mim, e eu descontei. Fiz porque estava nervoso com o pessoal do mundo.”

O louco não expressa apenas a sua loucura. Ele também denuncia a insanidade da sociedade em que vive

O que há de particularmente perturbador nessa fala é que, quando escutada, ela desnuda o atual momento do Brasil. Vale a pena lembrar que o louco é também aquele que diz explicitamente do seu mundo. Sem mediações, ao dizê-lo ele pode sacrificar a vida de outros, assim como a sua. Vale a pena lembrar ainda que o louco não expressa apenas a sua loucura. Ele denuncia também a insanidade da sociedade em que vive.
Ao interrogar sobre os sentidos do que Alessandro diz, quando explica por que empurrou Maria, é necessário olhar para os outros crimes que viraram notícia nos últimos dias. Nenhum deles, até agora, relacionado a doenças mentais. Torcedores do São Paulo bateram com barras de ferro em um torcedor do Santos que esperava o ônibus. Bateram nele até matá-lo. Ao deparar-se com blocos de Carnaval interrompendo o trânsito, na Vila Madalena, bairro de classe média de São Paulo, um homem acelerou o carro e feriu dez pessoas. Quem estava perto o arrancou do veículo e passou a agredi-lo. Quando ele conseguiu fugir, destruíram o carro. Um casal de lésbicas foi espancado ao sair de um bloco de Carnaval, no Rio. Uma delas teve a roupa arrancada. Apenas uma pessoa na multidão ao redor tentou ajudá-las. Em Franca, no interior de São Paulo, um adolescente correu atrás de um suspeito de assalto e lhe aplicou um golpe chamado de “mata-leão” (estrangulamento). O suspeito, de 22 anos, teve um infarto após ser imobilizado e morreu no hospital. Um morador de rua foi linchado em Sorocaba (SP) por ter pegado um xampu de um supermercado. Teve afundamento do crânio. No Rio, mais um adolescente foi amarrado e agredido depois de furtar um celular. Linchamentos eclodiram em todo o país depois do caso do garoto acorrentado com uma trava de bicicleta no Flamengo. Nas semanas anteriores, dois manifestantes acenderam um rojão num protesto no Rio, matando um cinegrafista. Na Baixada Fluminense, um homem executou um suspeito de assalto com três tiros, em plena rua, durante o dia, assistido por vários. Mais de 40 ônibus foram incendiados em São Paulo em 2014.

A lucidez do louco é a de não vestir como razão a nudez do seu ódio – ou do seu medo

O discurso do louco é encarado como uma afirmação (e confirmação) da sua loucura, o que é outra forma de não escutá-lo. No caso de Alessandro, uma das provas da loucura do louco teria sido ele dizer que jogou Maria nos trilhos do metrô por raiva e também por vingança. Explícito assim. Outra prova da loucura do louco revelou-se ao afirmar que não a conhecia, que a escolheu de forma aleatória. “Desconexo” – foi o adjetivo usado para definir o discurso de Alessandro. Sua vítima não era torcedora do Santos, não era lésbica, não tinha furtado um celular ou um xampu, as desrazões interpretadas como razões. Por que, então? O louco confessou: Maria não era Maria, já que não a conhecia nem sabia o seu nome, mas o “pessoal do mundo”. A lucidez do louco talvez seja a de não vestir como razão a nudez do seu ódio – ou a nudez do seu medo. Por isso também é louco.
Diante da violência que irrompe no Brasil em todos os espaços, talvez seja a hora de escutar o louco. Talvez o fato de ele atacar no metrô não seja um detalhe descartável, uma coincidência destituída de significado. No mesmo dia em que Alessandro foi preso, morreu no hospital Nivanilde de Silva Souza, aos 38 anos. No mesmo dia em que, na Estação da Sé, Alessandro empurrou Maria, na Estação da Luz um trem atingiu a cabeça de Nivanilde. Ela tinha dito a um estagiário da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) que estava grávida, o que lhe assegurava o direito a entrar no vagão especial. O estagiário disse a ela que teria de apresentar um documento comprovando a gestação. Os dois teriam se empurrado, seguranças deram voz de prisão à Nivanilde. Na confusão, ela teria caído na plataforma. O trem bateu na sua cabeça.
No início de fevereiro, a linha-3 vermelha do metrô parou por cinco horas depois da falha em uma porta na estação da Sé, a mesma em que Alessandro empurrou Maria. No verão paulistano mais quente desde 1943, o ar-condicionado foi desligado. Pessoas vagavam pelos túneis, algumas desmaiaram, grávidas e velhos esperaram dentro de vagões abafados por horas. Pelo menos 19 dos 40 trens que circulavam na linha foram depredados.

O outro, qualquer outro, tornou-se inimigo e competidor por um lugar no trem que nos engole e nos cospe em seu vaivém automático

Os protestos de junho de 2013 começaram por causa das tarifas do transporte público, em São Paulo os 20 centavos de aumento da passagem. Naquele momento, milhares romperam o imobilismo, no concreto e no simbólico, e passaram a andar por cidades em que não se andava, vidas consumidas em ônibus e metrôs superlotados. O aumento de 20 centavos foi cancelado, mas o péssimo transporte público continuou mastigando o tempo, desumanizando gente. Basta parar para esperar o trem nos horários de pico para ser empurrado, xingado, odiado. O outro, qualquer outro, tornou-se nosso inimigo e nosso competidor por um lugar no trem que nos engole e nos cospe em seu vaivém automático. Somos passageiros que não passam, e a tensão dessa impossibilidade cotidiana pode ser apalpada. A violência é gestada como uma promessa para o segundo seguinte.
Então o louco vai lá e empurra a mulher sobre os trilhos. Rompe o imobilismo e empurra aquela que espera. Porque é louco. Caso isolado, nenhuma conexão com nada, desconexo é o seu discurso, fora da história é o seu gesto, a insanidade é só dele. Basta eliminá-lo, tirá-lo de circulação, para que a sociedade brasileira volte a ser sã. E o metrô de São Paulo um espaço de convivência agradável e pacífico, marcado pela cordialidade.
Talvez estejamos todos não loucos, mas no lugar do louco. Já não nos subjetivamos, tudo é literal. Nos mínimos atos do cotidiano nos falta a palavra que pode mediar a ação, interromper o gesto de violência antes que se complete. Mas talvez estejamos no lugar do louco especialmente porque nem escutamos, nem somos escutados. E quem não é escutado vai perdendo a capacidade de dizer. Só resta então a violência.

Reprimir os protestos é uma forma brutal de não escutar o que dizem aqueles que ainda se preocupam em dizer

Os protestos iniciados em junho pelos 20 centavos e agora centrados na Copa do Mundo são um dizer. Responder a eles com repressão – seja da polícia no espaço público, seja em projetos de lei que transformam manifestantes em terroristas, seja anunciando que o Exército vai para as ruas em tempos de democracia – é uma forma brutal de não escutar aqueles que ainda se preocupam em dizer. É talvez a maior violência de todas.
É preciso ser muito surdo para acreditar que prender todos, “deter para averiguação”, criminalizar manifestantes é suficiente para voltarmos a ser o Brasil cordial e contente que nunca existiu, 200 milhões em ação torcendo pela seleção canarinha. Que o dizer de quem deseja um Brasil diferente seja hoje expressado no campo simbólico do futebol é mais uma razão para escutá-lo, ao mostrar que estamos diante de novas construções do imaginário.
Escutem o louco. Para não colocar aqueles que protestam no lugar do louco, no lugar daquele que não é escutado porque não teria nada a dizer. E depois surpreenderem-se com a resposta violenta, convencendo-se de que não têm nada a ver com isso.



Eliane Brum é escritora, repórter e documentarista. Autora dos livros de não ficçãoColuna Prestes, o Avesso da Lenda, A Vida Que Ninguém vê, O Olho da Rua e A Menina Quebrada e do romance Uma Duas.


Fonte: El Pais