sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

O amor é como a chuva




por Frederico Elboni 
Desacreditar no amor é uma passagem na vida de todos. Uma passagem que carece de volta e pedágio. Pois, a intensidade e a emoção de um futuro amor, às vezes, necessita de um leve desacreditar do presente.

Amor de fases na vida de pessoas comuns, que começam acreditando fidedignamente em seus alicerces e depois são surradas, aprendendo, que amar é viver e viver é tapa na cara. Assim designam que talvez ninguém mereça o seu real afeto e julgam qualquer nova tentativa de desfibrilá-lo como nula. Mas, de repente, um dia, no auge da maturidade, descobrem que desacreditar no amor é como acreditar que nunca mais irá chover. Pois, o amor é como a chuva, que quando se recusa a vir pode ressacar corações e planícies, mas uma certeza sempre há: um dia ela vem. Pode vir sorrateiramente, molhar devagar e lhe dar um tempo para se proteger em uma marquise qualquer, ou pode te colocar a prova de que se molhar também faz bem. E, quando ela vem pedindo para lavar a alma, faz todas aquelas chuvas que ameaçaram cair e não caíram se arrependerem, pois, a chuva presente é sempre a mais gostosa de dormir, de amar e de ouvir.
O aconchego da chuva se assemelha ao do amor, calmaria, sonhares e endividamento de lembranças. E ainda traz um sussurro que amansa corações e transforma ansiedade em alivio imediato. Então, acredite que vá chover, mas, também não deixe de contemplar os minutos de sol quando for momento. Pois, chuvas tempestivas sempre virão, a diferença é a ânsia de deixar-se molhar como se o amanhã nem existisse.








Frederico Elboni


Fonte: Entenda Os Homens

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2015

A tal das coisas simples


Reprodução: Instagran @JhonatanRocha

E chegamos aos 27 verões, a mala vem se enchendo de boas e más experiências, mas damos mais importância às boas. Claro! Incrível como ela fica mais leve de acordo que a vamos enchendo. A viagem segue e acumulei sonhos, desejos, felicidades, angústias, dentre tantas outras coisas. Desejei milhares de amigos e várias pessoas me conquistaram por motivos, características, diferentes e me tornei amigo de cada um. Desejei ter uma beleza inconfundível, mas a tal não estava em ter um corpo musculoso e rosto com traços nórdicos, e sim, no olhar, sorriso e caráter. Queria um amor para a vida toda e aprendi que vivi sem a tal até agora. E se chegar, estarei no lucro. Com dose anos, desejei me casar aos 20 anos e ter 5 filhos biológicos; tenho 12 filhos espirituais amados, 3 sobrinhos adoráveis; não me casei até hoje. Quis ser galã e representei Romeu no teatro da escola, depois uma sequência infindável de Sacis. Já rodei alguns quilômetros, e não cheguei aos pés de alguns mochileiros que tive o prazer de conhecer. Não fiquei rico, aliás nunca quis. Almejei a justiça, paz, amor, equilíbrio, serenidade e me deparei com fragmentos deles por aí. Vi muitas coisas que não queria, muitas coisas mesmo. Segui minha vida como se não as tivesse visto para que a caminhada fosse mais leve. Também caminhei por campos floridos, agradáveis, que me levaram a reflexões fundamentais, necessárias. Tive medo a vida toda e sigo ainda assustado com alguns fatos. Espero um futuro sem temores, com silêncio de tranquilidade, e não o silêncio que anuncia desgraças. Já provei da falta de atenção de ‘amigos’ em assuntos que para mim eram importantes e fingi que não me incomodar. Já fui usado e fiz o máximo para não cometer essa atrocidade com ninguém, mesmo que involuntariamente. Sou professor por amor à educação e aos jovens. Ainda acredito que bons exemplos e palavras mudam realidades. Já estive diante da morte sem saber, por meu Pai tem me protegido e observado. Cometi erros graves e me arrependi deles, me arrependo ainda mais quando repito a dose, quando demonstro descontrole, quando falo demais, quando exagero, quando apenas observo. Li muito, gostaria de lido e escrito muito mais. Queria ter o dom da poesia e maestria de Gil, o talento e personalidade de Lázaro, a sobriedade de Fagundes, a discrição de Tony, o bom humor de Paulo, a despreocupação de R. Bastos, a inteligência de Tas, ser o pseudônimo de Fernando Pessoa, uma história Graciliano, a humildade de Ary Fontoura, a paciência de Moacyr, a presteza de Júnior, a decisão firme de Rogers, a palavras certeiras de José Francisco, a alegria de viver de João Humberto, a sutileza de Livinho, a coragem de H. Vinícius, o espírito revolucionário dos Fábios, a honestidade de Arthur, o olhar admirado de Dhavi, ser observador como Davi Soria, livre como Luiz Fernando, amado pela esposa como Diogo, empreendedor como Ricardo, sensível como Miguel, rir como o Harley, a autoestima de Charles, reservado como Geraldo, vendedor com Robson, queria ser tantos e apenas um. Mas sou apenas eu. Sei o quanto a felicidade está na simplicidade. Sou testemunha de que se engana quem acha que riqueza e status atraem inveja. É justamente o contrário, o que causa o furor de quem não quer lhe ver bem é o seu sorriso fácil, a luz própria, a felicidade sincera, a alegria exagerada. O que causa inveja são as boas amizades que facilmente atraímos, a boa energia que transmitimos, o brilho ofuscante no olhar, a sinceridade espontânea, o amor verdadeiro, a positividade pela vida, a leveza no andar, a paz interior, a ingenuidade para a maldade. O que chama a atenção não é o corpo perfeito, mas o bom caráter. Nada disso tem valor se o que tem por dentro não se alimenta de coisas boas. Na verdade, dinheiro nenhum paga o que gera a verdadeira inveja. A maior riqueza da vida se esconde na alma, e em nenhum outro lugar. Aprendi a respeitar a humanidade com toda sua diversidade e crenças, assim como gostaria que fizessem comigo. Ainda não vivi o suficiente, pois acredito que minha mala tenha que ficar ainda mais leve. Sei que mereço viver muito mais dessas tais coisas simples.

quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

O mundo é poser



Não tem como ser cem por cento original, mas isso não significa que precisamos ficar presos na mesmice. As pessoas começaram a ter noção de que ser diferente é legal, pois o diferente se destaca. O problema é que se esqueceram de nos contar que quando todos querem ser diferentes, todos ficam iguais.


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Reprodução

Todo mundo quer ser alguém. Talvez não alguém em carne e osso, mas alguém que seja um personagem nosso, como se fosse uma imagem de pessoa ideal. A partir daí fazemos tudo em busca dessa “pessoa”. Talvez a felicidade que tanto esperamos seja o encontro entre alguém que você quer ser com alguém que você realmente é. E eu não acho que tenha problema nenhum nisso se não te prejudicar e não reprimir suas verdadeiras vontades.
O problema é que hoje em dia parece que a maioria das pessoas se padronizaram. Agora a pessoa ideal é praticamente a mesma para todo mundo. Não existem mais vários grupos diferentes, mas poucos, onde as pessoas gostam de ser rotuladas apesar de falarem constantemente “Eu não gosto de rótulos”. Todas as pessoas se vestem igual, escutam as mesmas músicas ‘cools’ e tiram as mesmas fotos. Todo mundo quer que a vida seja igual a uma foto espontânea com efeito vintage. Tudo que é antigo é muito cult. E a questão é que todo mundo sabe que ninguém é assim naturalmente. Essas fotos antigas dos nossos avós, que são super legais, só são super legais porque eles não estavam pensando no status que aquela foto ia trazer. Eles só tiravam e ficavam felizes por aquele momento ter sido registrado. Hoje tudo é muito forçado, tudo é pra passar uma imagem do que se é. O que você é todo mundo está vendo. A gente não engana ninguém, só nós mesmos.
A maioria das coisas que existem no mundo é uma cópia de outra coisa. Todas as ideias têm uma base, por mais originais que sejam. E isso não é uma crítica, é apenas um fato. As grandes inovações também surgiram de algo, por exemplo, da natureza. E se formos entrar no assunto “e a natureza, de onde veio?”, eu vou responder que simplesmente não sei. Ninguém sabe a origem de tudo. Talvez o Big Bang também seja uma cópia de um universo que era meio sem graça. Vai saber…
Não tem como ser cem por cento original, mas isso não significa que precisamos ficar presos na mesmice. As pessoas começaram a ter noção de que ser diferente é legal, pois o diferente se destaca. O problema é que se esqueceram de nos contar que quando todos querem ser diferentes, todos ficam iguais. E o pior é que os pensamentos ficam todos no mesmo nível. Ninguém se permite pensar e dar uma ideia diferente do diferente padronizado. E o mundo começa a gerar as mesmas coisas de sempre, se transformando em um lugar monótono.
A gente deveria usar esse nosso lado “wanna be” como influência e não como lema de vida. É possível virar o que queremos ser, mas desde que ainda seja você. Muitas pessoas estão sem coragem de assumir uma ideia, pois vai fugir dos padrões se for uma ideia idiota. Uma vez me falaram que uma ideia boba era igual um aluno bagunceiro em sala de aula. Se você der a dose certa de estímulo para ele, ele vira um gênio. E estão faltando mais corajosos que exponham suas ideias idiotas para o mundo para que elas virem geniais. Uma ideia só é idiota quando é vista por um idiota.
A nossa personalidade vai se moldando com aquilo que achamos que é certo e legal, mas não para que alguém diga que é legal. Nós sabemos o que nos faz bem. Deve dar muito trabalho ser uma farsa o tempo todo. Em algum deslize, alguém te descobre. Ninguém é tão incrível como mostra ser. Todos têm suas fraquezas. Não precisa sair mostrando quais são, mas também não precisa fingir que elas não existem, porque ninguém é super-herói. Acho que ser um ser humano ainda deveria ser normal.



Marcela Picanço

Atriz, roteirista, formada em comunicação social e autora do Blog De Repente dá Certo. Pira em artes e tecnologia e acredita que as histórias são as coisas mais valiosas que temos..
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terça-feira, 3 de fevereiro de 2015

Aos caçulas, com afeto

Reprodução

Marilia Neustein


Depois de alguns minutos de conversa cheia de funções fáticas sobre o calor, a falta de água e o trânsito, a pessoa pergunta: “E você, tem irmãos?”. “Sim, dois. Eu sou a caçula.” Daí a pessoa, que nem te conhece – aliás, você está conversando com ela pela primeira vez – solta o clássico estereótipo: “Ah, nossa! Além de tudo, você é a caçula? Tá explicado”. Como se na palavra “caçula” já estivesse implícito um monte de conceitos: mimado, preferido, xodó, protegido. Infelizmente, não concordo com quase nenhum deles, apesar de me esbaldar no meu “trono” de caçula. Nasci por último, meio sem querer, os pais tiveram de se virar, fazer um puxadinho no quarto dos irmãos, ralar para dar aquela aumentada no orçamento e foi que foi. Tudo com muito amor e, por que não, um pouco de mimo.
Li, em um estudo, que os filhos mais velhos têm mais chances de ser bem-sucedidos. Que eles são mais responsáveis e que carregariam mais peso nas costas por serem os primeiros filhos. Também já li que o caçula é o supostamente brincalhão, o que não faz nada sério, mas diverte as pessoas. Ou seja, nessa teoria, enquanto o primeiro filho seria o cara que realiza, nós, os caçulas, seríamos os “bon vivants”, os alegrinhos. Mas calma lá. Isso não é verdade. Ser caçula realmente é muito bom em vários aspectos. Digamos que a maioria dos pais já não tem as mesma inseguranças que tinham com o primeiro filho. Então, o caçula tem a sorte de viver com pais mais experientes e, muitas vezes, com irmãos (protetores ou não) que abrem os caminhos, levando o bastão de conquistar a liberdade. O caçula, por aproveitar o que os irmãos mais velhos já conquistaram, muitas vezes não precisa passar por coisas pelas quais eles passaram, como, por exemplo, pais neuróticos com o vestibular, brigas para sair à noite, ganhar a chave de casa etc. Nesse sentido, sim, patinamos em um chão que já foi encerado por nossos irmãos mais velhos. Ainda bem.
Maaaass quem disse que a vida do caçula é mais fácil? Ora, nosso posto é algo que temos de conservar eternamente. Ele merece uma manutenção diária. Ligações para os pais, mimos, dengos. Não somos mimados, porque, desde pequenos, tivemos de aprender a respeitar o espaço do outro e a dividir. O caçula nunca foi filho único e, portanto, já nasce com espírito de comunidade maior. Se somos mimados é porque também gostamos de mimar. Caçulas, nosso nome é reciprocidade. Além do que, ser caçula tem outras dificuldades: ser a última a sair de casa e deixar os pais com a síndrome do ninho vazio, atender as expectativas deles que seus irmãos não tiveram paciência, estar perto em momentos que seus irmãos já estão mais desconectados da família.
Então, não acho que os caçulas sejam os engraçadinhos, nem exatamente os mimados. Mas desfrutamos daquele biscoito fino da paternidade: a raspa do tacho. Quem nunca gostou de dar uma raspada na panela só para ficar com o gostinho do que não coube na cobertura do bolo?

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segunda-feira, 2 de fevereiro de 2015

Quando é hora de desistir de um relacionamento

  by

 Por Frederico Mattos


Vejo pessoas me perguntarem com alguma frequência: como saber qual é a melhor hora de terminar um relacionamento? Como saber se não há esperanças e o relacionamento acabou?


Proximidade distante


Obviamente que nunca dou nenhuma resposta convincente por dois motivos. Primeiro, eu não sei a resposta e segundo, mesmo que eu soubesse a pessoa ia fazer o que ela bem entendesse.
No entanto, vejo essa pergunta como essencial ao ser feita porque no fundo tem outra pergunta embutida: qual a garantia que eu tenho em tomar uma decisão da qual eu não vá me arrepender depois?
A pessoa que está com esse dilema tem aquela falsa sensação de que poderá sair ilesa do rompimento de um relacionamento e deixar a outra pessoa bem e feliz quando partir.
Como assim?!?
Entrar num relacionamento não foi algo que aconteceu da noite para o dia, sair também dará trabalho. O mesmo grau de empenho dedicado à criar um vínculo será requisitado na hora de despedida.
Eu já escrevi sobre 8 sinais do término de uma relação amorosa que podem dar um sinal de alerta se seu relacionamento está naufragando.
Mas seu eu pudesse responder de forma bem direta eu diria que uma relação acabou não quando o amor terminou, mas quando as possibilidades que ambos oferecem de crescimento individual e conjunto foram superadas por um padrão acomodado e destrutivo para as pessoas envolvidas.
Imagine uma empresa que não incentiva o funcionário e nem o bonifica ou qualifica, mas ao contrário o pune, critica, boicota e limita seu crescimento. A promessa de todos esses elementos já foi por água à baixo e o que resta é apenas um sabor amargo de estagnação  e ressentimento. Já faz tempo que o funcionário não levanta motivado para trabalhar e até quando recebe algum aumento sente que a filosofia daquela empresa já não tem a ver com seu momento atual. Fácil imaginar esse cenário profissional? Agora aplique os mesmos termos com o seu relacionamento e veja se algo parecido está acontecendo.
Do mesmo jeito que sua presença está ocupando o lugar de alguém que pode trabalhar com mais empenho e ser feliz, talvez no seu relacionamento aconteça o mesmo.
Porque empacar a vida da pessoa que você diz que ama ou amou? Se tem alguma consideração por ela tenha a coragem de ajudar com que saia dignamente de sua vida sem ser enganada em nome das aparências sociais.
Lembre das juras de amor que já fez um dia e considere que essa pessoa queria ser feliz ao seu lado, e foi, mas por um tempo, hoje não mais…
Se você fez essa pergunta para si mesmo já é um sinal de algo está entrando em falência. A menos que você esteja disposto a redescobrir em si mesmo algo que reacenda sua motivação de vida e isso transborde para seu parceiro talvez fosse mais generoso dar um passo para o lado e deixar o espaço livre para que a felicidade se aproxime…

domingo, 1 de fevereiro de 2015

Esse vídeo fez 80% das pessoas desligarem o celular pelo resto do dia

Reprodução


Em um experimento na Inglaterra, mostraram esse vídeo para um grupo de 200 alunos de uma universidade. O objetivo era descobrir se ele teria algum efeito na vida dessas pessoas... O resultado foi surpreendente.


Vídeo com o texto de um poema Inglês, falando sobre a forma de interação da sociedade após as redes sociais, e de como estamos deixando de viver alguns aspectos bons da vida, fora destas redes.
Legendado Português Brasil.