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Imagem: Reprodução |
Curioso como apenas uma
sentença é capaz de ficar martelando em nossas mentes. ‘Respeite a todos, sem julgar quem
“se dá ao respeito” ou não’. Como julgamos atos, pessoas,
decisões! Somos juízes natos com constituições particulares. Podemos ser
conservadores, liberais, neutros. Sempre de acordo com o que nos convém. Isso é
demasiadamente perigoso. Os que se acham superiores por aceitarem modos de vida
alternativos – se é que posso usar tal expressão - julgam os que não concordam
e vice-versa. Estamos todos errados, no final das contas. De que vale o livre
arbítrio? Somos todos cidadãos livres, nos aprisionamos nas cadeias que
escolhemos. Aliás, grande bobagem essa de separar tudo em pequenas e reservadas
caixas. O mais interessante seria entrarmos em acordo. E mais uma vez a palavra
equilíbrio aparece em minhas considerações. O equilíbrio resulta em respeito. E
respeito nada tem a ver com tolerância. Tolerar me remete uma situação pesada,
insustentável. Aquela ‘coisa’ que você é obrigado aguentar, suportar. Esse é outro
grande perigo! Suportar é como ter uma granada sem pino nas mãos. Em algum
momento ele explodirá e destruirá tudo que conseguiu manter até aquele
derradeiro momento. Agora o respeito é diferente. O respeito envolve
compreensão. É não concordar com algo, mas deixar de lado a faceta humana tão
mesquinha que é julgar bom, ou ruim, a decisão alheia. Na verdade, podemos ser,
sim, grandes juízes. Mas sempre em frente ao espelho, consigo mesmo. Afinal,
apenas você sabe o tamanho de suas dores, angústias, alegrias, amores,
desamores, sonhos, desilusões. Você é o principal responsável por si. Ninguém
pode decidir e viver por você. Desde muito pequeno minha avó dizia sabiamente,
sem ter diploma de Filosofia: ‘Quem muito cuida da vida alheia se esquece de
ajustar seus próprios passos.’ Nunca vou me esquecer! Mas discorrendo sobre o
assunto acabo percebendo que estou naturalmente julgando quem julga e caindo no
mesmo erro dos meus réus particulares. Mas refletir sobre o assunto é
inevitável. Não desejo levantar nenhuma bandeira pró qualquer campanha
específica. Quero apenas que cada indivíduo viva sua vida sem ferir o direito e
espaço do outro. E eis que nos deparamos ‘num bico de sinuca’! Como determinar
esse limite? Quer saber, deixa para outro dia porque esses pensamentos já estão
embaralhando minha cabeça.
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