quinta-feira, 31 de julho de 2014

Afetos infantis


 
 
 
Os afetos infantis são sempre excessivos, transbordantes, duradouros. Quando o amor pela mãe é onipotente, ele não pode ser contido pelo Eu, facilmente se transforma  em aversão, raiva, vergonha, ressentimento - são inúmeras as formas de tentar dar um destino ao que não cabe em si. O primeiro encontro com o outro - a figura materna ou seu substituto - desperta em nós o incabível. Este, muitas vezes, só encontra seu lugar no reconhecimento, ainda que tardio, da dor das diversas formas de perda e suas recusas.  A dor da perda nos impõe o reconhecimento da fragilidade humana: a nossa e a de nossas mães - o encontro com o incabível do amor. Na precariedade do início da vida, o encontro com o outro-mãe inscreve em nós não só o amor, mas, também, a marca da finitude.  Depois do fim, ainda resta o amor. (Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).
Ilustração: Christina Schloe
Ilustração: Christina Schloe
Os afetos infantis são sempre excessivos, transbordantes, duradouros. Quando o amor pela mãe é onipotente, ele não pode ser contido pelo Eu, facilmente se transforma em aversão, raiva, vergonha, ressentimento - são inúmeras as formas de tentar dar um destino ao que não cabe em si. O primeiro encontro com o outro - a figura materna ou seu substituto - desperta em nós o incabível. Este, muitas vezes, só encontra seu lugar no reconhecimento, ainda que tardio, da dor das diversas formas de perda e suas recusas. A dor da perda nos impõe o reconhecimento da fragilidade humana: a nossa e a de nossas mães - o encontro com o incabível do amor. Na precariedade do início da vida, o encontro com o outro-mãe inscreve em nós não só o amor, mas, também, a marca da finitude. Depois do fim, ainda resta o amor. 
 
 
(Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).

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