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Fotografia: Majnari Sharma |
Dentre
as muitas coisas agradáveis da vida está o banho, de chuva ou chuveiro. São
agradáveis, necessários, revelam nossa face humana. É aquele momento íntimo, em
que os pensamentos se desnudam. Oportunidade de descarga emocional, descarga de
ansiedade, relaxamento. Muitas coisas se passem por nossa mente enquanto nos
banhamos. A água é uma substância interessante, capaz de milagres. Cada gota
parece um mar, um mar onde nossas ideias navegam profundamente. O vapor da água
quente tem um significado único. Para uns a prova de que todo pensamento desinteressante
se perde no ar. Já outros veem poesia exalar. Ai o banhar-se! Banhar revela nossas profundezas, expõe medos, angústias, ansiedades.
Ou nossa serenidade. Nesse momento somos nós conosco mesmo. Se no momento da
morte passa-se um filme de toda a vida diante dos nossos olhos, durante um
banho visualizamos curtas metragens, ou trailers de nossa existência. Nesse momento
é só nossa dor, alegria, desejo, amores roubados, amores perdidos, amores
conquistados, vitórias, perdas, guerra, paz. Somos nós, apenas nós. Sem diplomas,
razões, certezas, mas muitas filosofias. Temos apenas imagens, uma seguida de
outra, sem necessidade de ordem lógica, ou cronológica. É nessa hora que as
coisas acontecem como realmente desejamos, ou não. É no banho que o talento
negado de cantor surge. Cantores natos, talentosos, vibrantes. E vem o ‘insight’.
‘Como não?! Agora tudo se explica. Uma coisa está ligada a outra. Foi por isso
que...’ Quantas vezes não repetimos essas palavras ou expressões similares? Mas
é hora de pensar na sustentabilidade e desligar o chuveiro. Estamos ‘puros’,
recarregados, limpos, serenos. Prontos para tudo, quer dizer, quase tudo. Nem
sempre estamos preparados para muitas coisas. Quem sabe no próximo banho!
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