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Imagem: Reprodução |
Gosto de observar! Dia desses
assisti uma cena de confronto familiar, aquelas cenas que a maioria de nós
estamos habituados a vivenciar. Toda a atenção direcionada a apenas um personagem
que relata suas dificuldades emocionais. Todos tentam ajudá-lo com palavras
consoladoras, para elevar sua autoestima. Até o momento que alguém tem a
coragem de dizer precisamente uma verdade necessária e inconveniente a respeito
de sua parcela de responsabilidade na situação que está enfrentando. E aí
inicia o bombardeio de sinceridades, tudo aquilo que o autocontrole não permite
exteriorizar. O assunto principal perde-se no ar. O problema que reuniu aquele
núcleo familiar é apenas uma pequena questão diante de tantas verdades expostas
na mesa e que estiveram por muito tempo escondidas debaixo do tapete, dentro do
armário ou num cofre de assuntos ‘imencionáveis’. Todos saem feridos, magoados.
Todos ouviram e disseram expressões preconceituosas, verdades contestáveis,
mentiras absurdas, segredos inapropriados. Todas essas coisas que os seus
corações transbordavam e via-se na necessidade de esvaziar. Pois é assim mesmo,
no momento de explosão dizemos tudo o que alimentamos o nosso coração, muitas
vezes em segredo. O livro mais lido do planeta diz que o coração é traiçoeiro e
vive desesperado. Daí o perigo de se confiar nele. E palavras uma vez ditas
voam pelo céu da cidade. Talvez por isso, quando tentamos nos lembrar de algo
olhamos involuntariamente para o céu, para cima. Sim! Nos céus residem o nosso
passado. Alguém já me disse isso. Temos que aprender que há apenas uma verdade
incontestável, e a nossa pode não ser ela. Uma mesma história tem a quantidade
de versões dos que participam dela. E nosso ápice de sinceridade, o que
realmente somos e pensamos, é no momento da raiva. Somos monstruosos? Depende! Há
uma lenda de um velho índio que ensina a seu neto que todos têm dois tipos de
lobos dentro de si, um bom e o outro mal. Eles travam uma luta constante dentro
de nós. O jovem índio pergunta qual deles vence no final. E seu avô lhe
responde que é o que alimentamos. E é esse lobo que aparece no momento de
raiva, o que é alimentado. Há muitos lobos bons famintos por aí!
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