quinta-feira, 10 de julho de 2014

Ai o tempo!




Imagem: Reprodução

Caio sempre foi imediatista, sempre quis resolver tudo em voz alta, discutindo, debatendo, questionando, mas sempre teve bom coração. Um ser de ações involuntárias e de grande generosidade. Gosta que todas as coisas ocorram num cronograma muito rigoroso, muitas vezes estabelecido por ele mesmo. É visto por muitos como arrogante, e ele sabe disso. Incomoda-se muito, sofre, tem o grande o nobre desejo de mudar. Ele consegue ver-se do ponto de vista de outra pessoa – isso é para poucos. Coleciona grandes admiradores e, por outro lado, ferrenhos opositores. Extremamente ansioso e explosivo aprendeu com a vida que o tempo é mestre. Aliás, o tempo é capaz de colocar no lugar o que está fora do nosso alcance. O tempo transcorre, transforma, ilude, desilude, faz com que os pensamentos voem, ou se juntem, refazem as velhas formas do viver, ensina. Ai o tempo! Feliz quem dele não tem medo. Caio tem aprendido isso e colhido os frutos de exercer a paciência, aquela característica necessária para que tudo se encaixe no momento certo. Como poetizou Gil, o tempo ensina o que ainda não sabemos. O ‘tic-tac’ deixa a posição de torturador para se tornar grande aliado. E como desejamos que o tempo seja nosso aliado! O tempo surpreende. O tempo é tão ativo que o considero um grande amigo, como que fosse uma personalidade, mas não é. Ai o tempo! Perpassa por todos os ritmos sem deixar de ser o mesmo e correndo sempre na mesma velocidade. O tempo é constante. Moroso para o que nos entristece e ligeiro para o que nos faz feliz. É breve, legítimo, compositor, preciso, definitivo, revela sigilos, guarda segredos, reúne, separa, vincula, reata. É! O tempo é um grande mestre. Acho que se o tempo fosse uma personalidade, Caio queria sê-lo.

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