terça-feira, 15 de julho de 2014

E assim caminha a humanidade




Imagem: Reprodução

Não quero generalizar. Já inicio pedindo desculpas aos que são engajados por alguma causa que valha a pena e ‘dão a cara a bater’. Mas somos a geração mais cansada, covarde, medíocre, sem propósito que já existiu. Esperamos pela sexta-feira para fugir do trabalho, queremos feriados prolongados para fugir da realidade, estamos constantemente à busca de festas para não testemunhar as mazelas deste planeta. Parece que todo o peso das lutas realmente importantes na história da humanidade caiu sobre nossas costas. As pessoas estão cada vez mais estagnadas, fazendo mais do mesmo, aguardando que alguém faça diferente. Nada importa. Aliás, importa sim, ser feliz agora. Estão preocupados com a felicidade individual custe o que custar. Pensar no próximo, ser generoso, imparcial, paciente, amoroso é coisa de gente maluca e que quer ‘aparecer’. Quanta bobagem! Uma geração que não cresce. Querem ser criança, não na ingenuidade, mas na irresponsabilidade. Preferem ficar submersos à zona de conforto que são as festas e eventos que desviam sua atenção para o que é realmente necessário. É melhor que os outros pensem por eles. Repetem discursos montados, opiniões já formadas, não leem, não pensam. Socialmente vegetam. Tenho amigos que diriam que são alienados. A canção de Belchior não pode ser entoada com o mesmo significado. Já não somos como nossos pais. A luta é individual, egoísta, gananciosa. O bem comum não mais interessa. Julgamos quem pensa diferente, mas dizemos que não somos preconceituosos. É o conhecido falso moralismo. Estamos pisando em ovos a todo tempo. Acredito que nem Chaplin saberia do peso de suas palavras em nossos dias. Nossa realidade é muito pior do que a vivida em 1930 e 1940. É, Chaplin, as coisas pioraram a olhos vistos! Reflitamos nas palavras desse pensador:
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza! Porém, perdemo-nos. A cobiça envenenou a alma dos homens, fez erguerem-se no mundo as muralhas do ódio, e tem-nos feito marchar a passos largos para a miséria e para a morte. Criámos a era da velocidade, mas sentimo-nos aprisionados dentro dela. A Máquina, que produz abundância, tem-nos deixado na penúria. O nosso conhecimento, transformou-nos em cépticos; a nossa inteligência, fez-nos duros e cruéis. Pensamos muito e sentimos muito pouco. Muito mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Muito mais do que de inteligência, precisamos de afecto e de ternura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.

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