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Imagem: Reprodução |
Não quero generalizar. Já inicio
pedindo desculpas aos que são engajados por alguma causa que valha a pena e ‘dão
a cara a bater’. Mas somos a geração mais cansada, covarde, medíocre, sem
propósito que já existiu. Esperamos pela sexta-feira para fugir do trabalho,
queremos feriados prolongados para fugir da realidade, estamos constantemente à
busca de festas para não testemunhar as mazelas deste planeta. Parece que todo
o peso das lutas realmente importantes na história da humanidade caiu sobre
nossas costas. As pessoas estão cada vez mais estagnadas, fazendo mais do
mesmo, aguardando que alguém faça diferente. Nada importa. Aliás, importa sim,
ser feliz agora. Estão preocupados com a felicidade individual custe o que custar.
Pensar no próximo, ser generoso, imparcial, paciente, amoroso é coisa de gente
maluca e que quer ‘aparecer’. Quanta bobagem! Uma geração que não cresce.
Querem ser criança, não na ingenuidade, mas na irresponsabilidade. Preferem
ficar submersos à zona de conforto que são as festas e eventos que desviam sua
atenção para o que é realmente necessário. É melhor que os outros pensem por
eles. Repetem discursos montados, opiniões já formadas, não leem, não pensam.
Socialmente vegetam. Tenho amigos que diriam que são alienados. A canção de
Belchior não pode ser entoada com o mesmo significado. Já não somos como nossos
pais. A luta é individual, egoísta, gananciosa. O bem comum não mais interessa.
Julgamos quem pensa diferente, mas dizemos que não somos preconceituosos. É o
conhecido falso moralismo. Estamos pisando em ovos a todo tempo. Acredito que
nem Chaplin saberia do peso de suas palavras em nossos dias. Nossa realidade é
muito pior do que a vivida em 1930 e 1940. É, Chaplin, as coisas pioraram a
olhos vistos! Reflitamos nas palavras desse pensador:
“O caminho da
vida pode ser o da liberdade e da beleza! Porém, perdemo-nos. A cobiça
envenenou a alma dos homens, fez erguerem-se no mundo as muralhas do ódio, e
tem-nos feito marchar a passos largos para a miséria e para a morte. Criámos a
era da velocidade, mas sentimo-nos aprisionados dentro dela. A Máquina, que
produz abundância, tem-nos deixado na penúria. O nosso conhecimento,
transformou-nos em cépticos; a nossa inteligência, fez-nos duros e cruéis.
Pensamos muito e sentimos muito pouco. Muito mais do que de máquinas,
precisamos de humanidade. Muito mais do que de inteligência, precisamos de
afecto e de ternura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará
perdido.”
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