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quarta-feira, 6 de agosto de 2014

Já ‘pulou um tubarão’?


Imagem: Reprodução. - Fonzie 'pulando um tubarão', no seriado Happy Days.



Estive lendo algumas expressões curiosas essa semana. Encontrei uma particularmente interessante: ‘pular um tubarão’. Maurício Stycer explica sobre a expressão, ‘pular um tubarão’ é um termo bem conhecido por fãs de séries de televisão. A expressão define aquele momento em que o programa que você acompanha já há algum tempo dá uma escorregada gigantesca para prender a audiência. E quando isso ocorre, tudo indica, está começando a sua decadência. O termo foi criado pelo comediante Jon Hein nos anos 90, inspirado numa cena da série ‘Happy Days’. Exibido por 11 temporadas, entre 1974 e 1984, o programa mostrava as aventuras de uma turma de amigos nos anos 50 e 60, e ficou marcada pelo tom otimista e alegre das histórias. A certa altura da quinta temporada, um dos personagens principais, Fonzie (Henry Winkler), está esquiando no mar e pula por cima de um tubarão, numa cena completamente sem propósito, que marcou uma surpresa e, de certa forma, uma ruptura com o clima ameno do programa.’Pular o tubarão’, como quase tudo que diz respeito ao universo da televisão, é uma sensação pessoal, subjetiva, que só os fãs são capazes de experimentar”. Deixando de lado a abordagem televisiva do bordão em questão, quantas vezes já ‘pulamos o tubarão’? Tudo caminhava bem e uma ação impensada, sem propósito, uma palavra mal colocada, um encontro que não deveria ocorrer – sim, porque há encontros que nunca deveriam se dar -, ou tantas outras situações fizeram com que a partir daquele momento as coisas perdessem o sentido? Mas isso é uma sensação pessoal, subjetiva. Quem está de fora, muitas vezes, não percebe. Tampouco nós como protagonistas de nossas histórias. Sentimos apenas o vazio, o despropósito, a desmotivação, o sentimento de perda. Viver sem sentido é como morrer sem desfalecer. Parece maluco, mas é a pura verdade. Quantos tubarões não são pulados todos os dias! Vê-se pela ausência de amor, generosidade, paciência, respeito e outras características fundamentais em nossos dias. Desejo histórias reais, equilibradas, com tons otimistas e alegres sem a necessidade de efeitos mirabolantes para se chamar a atenção do outro. Admiro mesmo quem consegue manter uma estabilidade em sua existência, sem rupturas epistemológicas impróprias e inúteis. Maruschka estava certa, menos é mais! A grande questão é que muitas vezes não falamos a mesma língua, no final das contas. Grande Maruschka Lemos de Sá! A verdade é que cansei de tubarões pulados, mesmo antes de conhecer a expressão.

terça-feira, 5 de agosto de 2014

Viver sem tempos mortos



 Trecho do poema "Viver Sem Tempos Mortos" de Simone de Beauvoir, narrado por Fernanda Montenegro.
 Música: Humming Chorus

terça-feira, 15 de julho de 2014

E assim caminha a humanidade




Imagem: Reprodução

Não quero generalizar. Já inicio pedindo desculpas aos que são engajados por alguma causa que valha a pena e ‘dão a cara a bater’. Mas somos a geração mais cansada, covarde, medíocre, sem propósito que já existiu. Esperamos pela sexta-feira para fugir do trabalho, queremos feriados prolongados para fugir da realidade, estamos constantemente à busca de festas para não testemunhar as mazelas deste planeta. Parece que todo o peso das lutas realmente importantes na história da humanidade caiu sobre nossas costas. As pessoas estão cada vez mais estagnadas, fazendo mais do mesmo, aguardando que alguém faça diferente. Nada importa. Aliás, importa sim, ser feliz agora. Estão preocupados com a felicidade individual custe o que custar. Pensar no próximo, ser generoso, imparcial, paciente, amoroso é coisa de gente maluca e que quer ‘aparecer’. Quanta bobagem! Uma geração que não cresce. Querem ser criança, não na ingenuidade, mas na irresponsabilidade. Preferem ficar submersos à zona de conforto que são as festas e eventos que desviam sua atenção para o que é realmente necessário. É melhor que os outros pensem por eles. Repetem discursos montados, opiniões já formadas, não leem, não pensam. Socialmente vegetam. Tenho amigos que diriam que são alienados. A canção de Belchior não pode ser entoada com o mesmo significado. Já não somos como nossos pais. A luta é individual, egoísta, gananciosa. O bem comum não mais interessa. Julgamos quem pensa diferente, mas dizemos que não somos preconceituosos. É o conhecido falso moralismo. Estamos pisando em ovos a todo tempo. Acredito que nem Chaplin saberia do peso de suas palavras em nossos dias. Nossa realidade é muito pior do que a vivida em 1930 e 1940. É, Chaplin, as coisas pioraram a olhos vistos! Reflitamos nas palavras desse pensador:
“O caminho da vida pode ser o da liberdade e da beleza! Porém, perdemo-nos. A cobiça envenenou a alma dos homens, fez erguerem-se no mundo as muralhas do ódio, e tem-nos feito marchar a passos largos para a miséria e para a morte. Criámos a era da velocidade, mas sentimo-nos aprisionados dentro dela. A Máquina, que produz abundância, tem-nos deixado na penúria. O nosso conhecimento, transformou-nos em cépticos; a nossa inteligência, fez-nos duros e cruéis. Pensamos muito e sentimos muito pouco. Muito mais do que de máquinas, precisamos de humanidade. Muito mais do que de inteligência, precisamos de afecto e de ternura. Sem essas virtudes, a vida será de violência e tudo estará perdido.

terça-feira, 8 de julho de 2014

Que termos usar?


Imagem: Reprodução



Há muito todos pregamos a igualdade de gênero, etnia, cultura e condições genéticas. Assustou-se com a expressão ‘condição genética’? Isso pode ser um indício de que não tem utilizado as terminologias que promovam o respeito e valorização das pessoas. Temos ainda muito o que evoluir para viver uma sociedade justa. Podemos começar pelo que pronunciamos diariamente. Afinal, é ‘da abundância do coração que a boca fala’, já dizia o provérbio bíblico. Somos todos divididos em pequenos grupos, como que armazenados em pequenas caixas na sociedade – o que também é um grande equívoco e não merece nossa consideração nesse momento. Numa dessas “caixas” estão as pessoas com Síndrome de Down. E eles são a inspiração desse texto. Como se referir corretamente a esses cidadãos?
O Movimento Down, uma instituição que surgiu para reunir conteúdos e iniciativas que colaborem para o desenvolvimento de pessoas com síndrome, lançou recentemente um guia que esclarece dúvidas comuns das pessoas ao se referir a esses cidadãos. Fique atento a algumas dicas:
O que as pessoas costumam falar
O correto a dizer
Deficiente, inválido, doente e excepcional
Pessoa com deficiência
Portador de síndrome de Down, retardado e portador de retardamento mento mental
Pessoa com síndrome de Down
Doença genética
Condição genética
Pessoa especial, com necessidades especiais
Necessidades específicas
Trabalhadores com deficiência são melhores; pessoas com síndrome de Down são anjos, ingênuos e carinhosos
Evite estereótipos
Defeituoso, condenado, erro genético e anomalia
Palavras positivas ou neutras
O risco de ter uma criança com síndrome de Down
A probabilidade / as chances de ter uma criança com síndrome de Down

A Associação Olhar Down tem como objetivo tornar público e conhecido informações tão relevantes quanto essas. Estamos trabalhando por uma justiça e igualdade na prática, não apenas na teoria. Felizes os que tornam práticos os bons princípios que verbalizam! O uso de termos adequados é importante para enfrentar preconceitos, estereótipos e promover a igualdade e a inclusão desses indivíduos. Espalhe essa ideia!