segunda-feira, 19 de maio de 2014

Sobre a morte e o morrer



 'É preciso aprender a morrer, senão a vida acaba antes de começar.'
- Miguel Falabella


Imagem: Reprodução - andreaneas.com




E nos deparamos vez por outra diante de nossa grande, invencível e última inimiga - a morte. Nessa hora refletimos sobre a efemeridade do viver. Pesamos o que é de real importância - sentimentos, ações, objetivos. E sem perceber, concluímos que a vida é um labirinto surpreendente. Podemos estar aqui hoje e daqui alguns segundos não mais existir. Ouvi uma expressão curiosa hoje. A breve história de uma garotinha que dizia: ‘Quando nasci as pessoas sorriam e eu chorava. E quando morrer, muitos irão chorar e eu sorrir’. Ai! A morte, grande vilã da humanidade. Miguel escreveu certa vez que ‘é preciso saber morrer, senão a vida acaba antes de começar’. E ele está coberto de razão! Somos treinados para a morte desde o dia que nascemos. Acordar todos os dias é uma espécie de ressurreição. Na verdade, já morremos tantas vezes que não há como contar. Morremos por causa de um amor que não deu certo, de uma amizade encerrada e sempre que sentimos dor. Morremos, apenas morremos, mas não queremos. Por isso, julgamos a vida tão breve. Tanto para os que viveram trinta, como os que viveram noventa ou cem anos. Nunca acreditamos ter vivido o suficiente, ter realizado o bastante. Temos o desejo da eternidade em nossos corações. Fomos criados assim! Queremos sempre mais. Nem que seja mais um breve instante do sorriso, da dor, da beleza, da voz, do toque, de tudo que for possível. É horrível imaginar que ao caminhar por esse vasto planeta, de mais de 7 bilhões de habitantes, não encontraremos aquela face, aquele expressão única. Sentimos tanto que nossas vísceras parecem clamar de dor. E assim nos tornamos aprendizes da vida e da morte. Nos fazemos fortes, renascemos na certeza que morreremos outras tantas vezes – querendo que na próxima haja uma ‘ressurreição’. Convivemos com a dor, tentando não ser dominados por ela. O importante é seguir. E antes de ser surpreendido novamente por nosso inimigo, através de nossas ações mostramos o que tem primeiro lugar em nossa existência. O fato é que nada é motivo justificável para partirmos. O que nos resta é silenciar. Pois nada que se diga será consolador. Sendo assim, ouso trocar a fala da garotinha já mencionada. ‘Quando nasci as pessoas sorriam enquanto eu chorava. E quando eu morrer, me silenciarei e eles também’!

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