'É preciso aprender a morrer, senão a vida acaba antes de começar.'
- Miguel Falabella
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Imagem: Reprodução - andreaneas.com |
E nos deparamos vez por outra diante de nossa grande, invencível e última
inimiga - a morte. Nessa hora refletimos sobre a efemeridade do viver. Pesamos
o que é de real importância - sentimentos, ações, objetivos. E sem perceber,
concluímos que a vida é um labirinto surpreendente. Podemos estar aqui hoje e
daqui alguns segundos não mais existir. Ouvi uma expressão curiosa hoje. A
breve história de uma garotinha que dizia: ‘Quando nasci as pessoas sorriam e
eu chorava. E quando morrer, muitos irão chorar e eu sorrir’. Ai! A morte, grande
vilã da humanidade. Miguel escreveu certa vez que ‘é preciso saber morrer,
senão a vida acaba antes de começar’. E ele está coberto de razão! Somos
treinados para a morte desde o dia que nascemos. Acordar todos os dias é uma
espécie de ressurreição. Na verdade, já morremos tantas vezes que não há como
contar. Morremos por causa de um amor que não deu certo, de uma amizade
encerrada e sempre que sentimos dor. Morremos, apenas morremos, mas não
queremos. Por isso, julgamos a vida tão breve. Tanto para os que viveram trinta,
como os que viveram noventa ou cem anos. Nunca acreditamos ter vivido o
suficiente, ter realizado o bastante. Temos o desejo da eternidade em nossos
corações. Fomos criados assim! Queremos sempre mais. Nem que seja mais um breve
instante do sorriso, da dor, da beleza, da voz, do toque, de tudo que for
possível. É horrível imaginar que ao caminhar por esse vasto planeta, de mais
de 7 bilhões de habitantes, não encontraremos aquela face, aquele expressão
única. Sentimos tanto que nossas vísceras parecem clamar de dor. E assim nos
tornamos aprendizes da vida e da morte. Nos fazemos fortes, renascemos na
certeza que morreremos outras tantas vezes – querendo que na próxima haja uma ‘ressurreição’.
Convivemos com a dor, tentando não ser dominados por ela. O importante é
seguir. E antes de ser surpreendido novamente por nosso inimigo, através de
nossas ações mostramos o que tem primeiro lugar em nossa existência. O fato é
que nada é motivo justificável para partirmos. O que nos resta é silenciar.
Pois nada que se diga será consolador. Sendo assim, ouso trocar a fala da
garotinha já mencionada. ‘Quando nasci as pessoas sorriam enquanto eu chorava.
E quando eu morrer, me silenciarei e eles também’!
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