quinta-feira, 1 de janeiro de 2015

Escadas, construções e voos

   
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  E segue o hábito de fatiar o tempo para amenizar as frustrações, problemas, sofrimentos, para controlar o que não podemos. Fatiamos o temos para pressionar com vigor o botão da esperança. Descemos as escada até o primeiro degrau, ou nos jogamos do alto do prédio para despertar – fazer ressurgir – a garotinha dos olhos verdes, como nos apresentou Quintana. Respiramos fundo para buscar no atmosfera um ar novo, novo fôlego, novas aspirações, novas metas. Começar de novo. É preciso coragem. Já disse que concordo que a coragem é a primeira necessidade humana?! Sim. Incontáveis vezes. Mas especialmente no encerramento e abertura do ano esse sentimento surge automaticamente. Faz-se planos sem nem mesmo ter cumprido os anteriores. Acumulamos responsabilidades que fogem a nossa alçada. Temos que aprender a concluir o que iniciamos para estabelecer novos alvos senão explodimos. Aprender a dar um passo de cada vez e nos responsabilizar por fatiar nosso próprio tempo e não esperar que façam por nós. Precisamos subir a escada sem precisar descer no primeiro degrau toda vez. A garotinha dos olhos verdes poderá se tornar uma moça, mulher e senhora sem necessidade de renascer anualmente. Cresçamos internamente. Sejamos cada vez mais jovens no íntimo. Generosos, compreensivos, esperançosos, amorosos, sinceros, bondosos, humildes, amistosos, bem humorados todos dias. Afinal, o espírito jovem se renova diariamente. A vida é uma longa construção. Ela há de apertar, mas os sábios procuraram uma posição confortável e sobrevivem sem queixar-se. Dedique-se mais a ver o nascer e pôr do sol, o mar, as estrelas, aprecie a vida diariamente e ela lhe será ainda mais generosa. Atire-se e voe deliciosamente por toda sua existência. E quando cair, será encontrado como a meninazinha de Quintana, miraculosamente incólume na calçada pronto alçar um novo voo.

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