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E segue o hábito de fatiar o tempo para amenizar as frustrações,
problemas, sofrimentos, para controlar o que não podemos. Fatiamos o
temos para pressionar com vigor o botão da esperança. Descemos as
escada até o primeiro degrau, ou nos jogamos do alto do prédio para
despertar – fazer ressurgir – a garotinha dos olhos verdes, como
nos apresentou Quintana. Respiramos fundo para buscar no atmosfera um
ar novo, novo fôlego, novas aspirações, novas metas. Começar de
novo. É preciso coragem. Já disse que concordo que a coragem é a
primeira necessidade humana?! Sim. Incontáveis vezes. Mas
especialmente no encerramento e abertura do ano esse sentimento surge
automaticamente. Faz-se planos sem nem mesmo ter cumprido os
anteriores. Acumulamos responsabilidades que fogem a nossa alçada.
Temos que aprender a concluir o que iniciamos para estabelecer novos
alvos senão explodimos. Aprender a dar um passo de cada vez e nos
responsabilizar por fatiar nosso próprio tempo e não esperar que
façam por nós. Precisamos subir a escada sem precisar descer no
primeiro degrau toda vez. A garotinha dos olhos verdes poderá se
tornar uma moça, mulher e senhora sem necessidade de renascer
anualmente. Cresçamos internamente. Sejamos cada vez mais jovens no
íntimo. Generosos, compreensivos, esperançosos, amorosos, sinceros,
bondosos, humildes, amistosos, bem humorados todos dias. Afinal, o
espírito jovem se renova diariamente. A vida é uma longa
construção. Ela há de apertar, mas os sábios procuraram uma
posição confortável e sobrevivem sem queixar-se. Dedique-se mais a
ver o nascer e pôr do sol, o mar, as estrelas, aprecie a vida
diariamente e ela lhe será ainda mais generosa. Atire-se e voe
deliciosamente por toda sua existência. E quando cair, será
encontrado como a meninazinha de Quintana, miraculosamente incólume
na calçada pronto alçar um novo voo.
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