sábado, 31 de janeiro de 2015

E quando encontramos a pessoa certa no momento errado?



Na nossa imaginação, quando duas pessoas realmente se amam, elas podem superar tudo. Afinal, foi isso que aprendemos com todas as comédias românticas que assistimos ao longo da vida. Mas e quando descobrimos que na vida real nem sempre é assim? E quando descobrimos que amar e ser amado pode não ser o suficiente?


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Reprodução


Nós crescemos lendo em livros de romance como as pessoas se sentem quando amam, mas tudo parece meio exagerado. Como é que alguém pode fazer parte da gente? Como é possível sentir que encontramos o nosso lugar só porque estamos deitados abraçando aquela pessoa? Como a falta de alguém pode doer fisicamente? Nada daquilo jamais fez sentido na nossa cabeça. E ainda assim, passamos a sentir cada uma dessas coisas quando nos apaixonamos.
Mas o que acontece quando os dois se amam e ainda assim não dá certo? O que acontece quando é a pessoa certa no momento errado?
Nesses casos, chega um ponto em que temos que admitir que amar aquela pessoa não faz bem ou que aquele relacionamento não vai para lugar nenhum e precisamos tomar coragem para ir embora. Arrumamos desculpas para postergar o fim, mas ele está sempre à espreita, esperando apenas pronunciarmos as palavras. Até que um dia, finalmente conseguimos dizer: “Não consigo mais fazer isso”. E, como se essa frase tivesse algum poder mágico, tudo se acaba. O nosso mundo desaba e temos a sensação de que a pessoa levou embora uma parte nossa.
E então choramos. Não um choro de quem foi machucado, como na maioria dos términos. Não, choramos por tudo o que aquele relacionamento nunca terá a chance de ser, por todos os momentos que não poderemos ter. Choramos por uma história que acabou.
Eis que, após tantas lágrimas, o coração ainda fala. Ele grita acima do cérebro para insistirmos naquilo. Diz que quando se ama alguém, não é possível ignorar uma mínima chance de dar certo. Inunda a nossa cabeça falando que quem ama não se importa em se expor um pouco mais, mesmo que seja rejeitado, porque o arrependimento de não ter tentado é muito maior.
Nesse momento, ignoramos o nosso lado racional e corremos atrás de quem realmente queremos. Pode ser que acabe não dando certo. Pode ser que o timing realmente não fosse dos melhores. Mas só de saber que tentamos, já vale qualquer dor que possamos vir a sentir.
Tem gente que diz que um relacionamento termina bem quando não tem briga no final. Eu não acredito nisso. Para mim, ele termina bem quando sinto que faria tudo de novo, sofreria tudo de novo só para poder reviver todos os momentos bons. O meu ponto final é sentir que aquela história valeu a pena ter apostado todas as fichas, mesmo não tendo um “felizes para sempre” no fim.


Júlia Mattos

Apaixonada por boas histórias, sejam fictícias ou reais. Viciada em livros, filmes, séries, M&M's e Tic Tac de laranja.
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