Gosto quando as coisas acontecem de maneira natural como nessa manhã.
Foi uma revelação. Um susto. Uma descoberta. Um talento talvez sempre
escondido, guardado. Eu ia fazer uma vitamina de banana quando uma delas
escorregou da minha mão. Mas antes que ela caísse e peguei-a com a
outra mão. E o reflexo foi tão intenso que em seguida lancei-a ao ar
novamente pegando com a outra mão. Em seguida joguei a outra banana para
o alto e comecei assim o malabarismo. Com apenas duas bananas.
Mas minha habilidade parecia tão natural que resolvi aumentar a
dificuldade incluindo a maça que talvez entrasse na vitamina (aí, no
caso, seria vitamina de banana com maça e não apenas vitamina de
banana). De modo que o malabarismo era básico, duas bananas e uma maça.
Mas estava tão fácil que mesmo sem nunca ter feito isso antes, resolvi
colocar a mexerica na jogada. E quando fui ver o melão também estava no
ar. E como a melancia é parente do melão, ela exigiu sua participação.
Rapidamente os pratos, copos e talheres (incluindo facas) também estavam
no ar. E é claro que quando eu joguei pra cima o liquidificador eu
estava testando minha capacidade/habilidade/talento. E como achei-o leve
quis aumentar a dificuldade com a participação do microondas. Em
seguida entraram a geladeira e o fogão umbilicado pelo botijão de gás. E
a máquina de lavar só entrou porque seu barulho da centrifugação me
tirava a concentração, de modo que potencializei tal centrifugação
fazendo-a rodar junto com as roupas. Deve ser isso que chamam talento.
Não é trabalho, é um dom natural! Nesse momento enquanto escrevo isso
com uma mão, por exemplo, equilibro a cama com a testa e giro todos os
móveis de casa com a outra mão. E como sou ambicioso, acabei de chamar o
elevador com o pé em busca de testar tal talento na rua com carros,
caminhões, casas, árvores e etc.
- Vinícius Piedade
Nenhum comentário:
Postar um comentário