Nada fui! Nada sou! Nada serei,
só porque negra é a cor de minha pele!
mesmo que tudo eu dê, pouco terei
nesta Sodoma, em que a ambição a impele!
Diante desses racistas é que eu hei
de amar o bem, antes que a dor revele
que, que por ser negro, ainda sustentarei
seu império que, há tempos, me repele!
Eu represento a espécie sofredora
de indivíduos anônimos, de párias,
atores de uma história aterradora!
Pobre do negro! Pobre de quem sonha
como eu, que dentre as almas solitárias,
somente pode ser a mais tristonha...
Túnica de Ébano, Eduardo de Oliveira - Piracicaba-SP: Edição da Tribuna Piracicabana, 1980.
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