Imagem: Reprodução. - Fonzie 'pulando um tubarão', no seriado Happy Days. |
Estive lendo algumas expressões curiosas essa
semana. Encontrei uma particularmente interessante: ‘pular um tubarão’. Maurício
Stycer explica sobre a expressão, ‘pular
um tubarão’ é um termo bem conhecido por fãs de séries de televisão. A
expressão define aquele momento em que o programa que você acompanha já há
algum tempo dá uma escorregada gigantesca para prender a audiência. E quando
isso ocorre, tudo indica, está começando a sua decadência. O termo foi criado
pelo comediante Jon Hein nos anos 90, inspirado numa cena da série ‘Happy Days’.
Exibido por 11 temporadas, entre 1974 e 1984, o programa mostrava as aventuras
de uma turma de amigos nos anos 50 e 60, e ficou marcada pelo tom otimista e
alegre das histórias. A certa altura da quinta temporada, um dos personagens
principais, Fonzie (Henry Winkler), está esquiando no mar e pula por cima de um
tubarão, numa cena completamente sem propósito, que marcou uma surpresa e, de
certa forma, uma ruptura com o clima ameno do programa.’Pular o tubarão’, como
quase tudo que diz respeito ao universo da televisão, é uma sensação pessoal,
subjetiva, que só os fãs são capazes de experimentar”. Deixando de lado a
abordagem televisiva do bordão em questão, quantas vezes já ‘pulamos o tubarão’?
Tudo caminhava bem e uma ação impensada, sem propósito, uma palavra mal
colocada, um encontro que não deveria ocorrer – sim, porque há encontros que
nunca deveriam se dar -, ou tantas outras situações fizeram com que a partir
daquele momento as coisas perdessem o sentido? Mas isso é uma sensação pessoal,
subjetiva. Quem está de fora, muitas vezes, não percebe. Tampouco nós como
protagonistas de nossas histórias. Sentimos apenas o vazio, o despropósito, a
desmotivação, o sentimento de perda. Viver sem sentido é como morrer sem
desfalecer. Parece maluco, mas é a pura verdade. Quantos tubarões não são
pulados todos os dias! Vê-se pela ausência de amor, generosidade, paciência,
respeito e outras características fundamentais em nossos dias. Desejo histórias
reais, equilibradas, com tons otimistas e alegres sem a necessidade de efeitos
mirabolantes para se chamar a atenção do outro. Admiro mesmo quem consegue
manter uma estabilidade em sua existência, sem rupturas epistemológicas
impróprias e inúteis. Maruschka estava certa, menos é mais! A grande questão é que
muitas vezes não falamos a mesma língua, no final das contas. Grande Maruschka Lemos de Sá! A verdade é que cansei de
tubarões pulados, mesmo antes de conhecer a expressão.
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