“Quando
alguém nos ama diz nosso nome de maneira diferente e cada um de nós é capaz de
amor. E o mais curioso de tudo é que você só calcula o quanto ama alguém quando
o vê passar por uma situação de ridículo.”
– M. de Sousa-Aguiar
Até certo tempo esperava por
um amor completo, que me ‘tirasse os pés do chão’, me fizesse sorrir sem nenhum
motivo aparente. Um amor surpreendentemente bom! Sabe aquela pessoa que pensa
em você o tempo todo? Que buscasse um jeito inédito para falar do nosso amor. O
tempo passou e continuava pensando, sonhando, querendo viver essa experiência.
Seria sorte demais olhar para esse ser e a pessoa estar ali à minha disposição,
sempre da forma que o imaginário projetou. Alguém realmente importante!
Interessante que a teoria do
quadro mental realmente funciona. Vivemos o que imaginamos nos transformamos nos
personagens que admiramos. Vejo em seus braços o laço perfeito. O laço que
nunca gostaria de ser libertado. Dizem que o amor é o avesso da dor, mas tenho
minhas dúvidas. Na verdade, o amor da atualidade mudou de roupagem. Vivo e
espero um amor do século XVIII, que é extremamente retrógrado. As pessoas falam
constantemente de amor e acabaram o banalizando. Tentativas, foi nisso que esse
sentimento se equiparou. Não quero tentar, quero que dê certo para todo o
sempre. Sabe a pessoa que sorri com os olhos?! Então! Está por aí... Em algum
aeroporto, precisando de um celular emprestado, sofrendo por um amor que não a
valorizou, esperando por alguém que diz seu nome de maneira diferente e que
também dirá o seu dessa forma. Talvez já tenha cruzado com tal pessoa pelas
ruas, enquanto atravessava a faixa de pedestre distraidamente, ou no encontro
de carros num trânsito caótico.
Um amor que não seja apenas
uma forma de enganar sua carência, que saiba mostrar uma imensidão de cores no
olhar, que transforme, transborde, o faça cantar e leva a qualquer lugar. O
verdadeiro amor não engana, não é possessivo, não é medíocre. Pode ser secreto
e doer, de vez em quando. Mas é chegado um momento em que ele se revelará.
Afinal, “não se represa um rio, não se engana a natureza,
faça a represa que quiser, pois o rio cedo ou tarde vai arranjar um jeito de
rasgar a terra, abrir um caminho,
e voltar a correr em seu leito de origem",
já dizia Fernando Pessoa. O amor há de chegar algum dia!
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