"Mas
se a gente acreditar, numa luzinha que mora no fundo do dentro da gente, a
gente vorta a sonhá e vorta a saber que nóis, que gente foi feita pra inventar
o mundo de novo, pra mudar e desmudar carregando alegria"
- Fulgêncio
(personagem de um dos grandes espetáculos do Grupo Ponto de Partida,
interpretado por Lido Loschi)
Os ‘filhos da dor’
exalaram amor na última sexta-feira (28/06). Impossível?! Os convidados ao
espetáculo do Coral São Miguel Arcanjo presenciaram algo fabuloso.
Aproximadamente trinta crianças e adolescentes com histórias dignas da atenção
especial de toda a sociedade, acolhidas pela generosidade de Marco Roberto Bertoli,
deram um show de interpretação, cantando e dançando com prazer e desenvoltura. Segundo
Bertoli, ‘a Sociedade São Miguel Arcanjo nasceu da indignação, teimosia,
miséria, dor, abandono e esperança’, o que justifica a beleza da apresentação
do Coral. Se o originador dessa instituição foi capaz de transformar tantos
sentimentos ruins em uma obra fascinante, que dirá de seus ‘filhos adotivos’
vendo este exemplo!
O espetáculo nos remete à
consideração pertinente de Gilberto Freyre, de que a miscigenação brasileira produziu uma sociedade
singular, caracterizada principalmente pela convivência pacífica entre etnias
diversas. Os ‘filhos do Brasil’, de uma
sociedade decadente, sem amor, sem estrutura e privadas tantas outras
características fundamentais para uma vida digna, mostraram através da arte que
podemos crer num mundo agradável. O que muitos precisam é de oportunidade e um
olhar, gesto, carinhoso, um bom exemplo a seguir. Algo que desperte o que há de
melhor, que ‘amontoe neles brasas acesas’.
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Imagem: Arquivo pessoal |
Vida longa aos preparadores
vocais – João Melo e Heitor Araújo, à percussionista e ritmista Betânia Discacciatti,
ao músico Pitágoras Silveira, Ercília Faria – confecção de figurinos, Waldir
Damasceno – iluminação, aos produtores Edson Brandão e Suzana Moraes, à
administradora Aparecida Moraes, secretária Márcia Mendes e às educadoras
Edriana Savá e Michele Dias! Fizeram um trabalho exemplar.
Às crianças, – Aldair,
Alessandro, Bruna, Bruno Nascimento, Bruno Silva, Cássio, Ellen, Fabrício,
Geovane, Guilherme, Leandro, Maria Luiza, Nathaly, Ramon, Rick, Samira, Thiago,
Victor, Wallas, Warley, Wellisson, Wallinsson, Yasmin, Cláudio, Edson, Maycon e
Rafael – resta desejar que a vida seja generosa com todos! Que possam continuar
motivando, e ensinando, outros a viver e despertar o que há de melhor na vida,
pessoas e ambiente onde habitam. Parabéns ao Sr. Bertoli por cativar nessas
crianças algo prazeroso!
Notamos que a arte possibilita a
conquista da identidade, dignidade, resgata a harmonia do espírito. Quem os escuta se sente iluminado e entende
que há uma imensa riqueza dentro de cada ser humano.
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