Há algum tempo temos observado a deterioração do humor através de suas
piadas cada vez mais pesadas, chocantes e ofensivas. Recebo tais apresentações
com total desgosto e desprezo. O espetáculo supracitado, como de praxe na arte do
Ponto de Partida, busca a origem, um humor inofensivo, suave, com críticas
construtivas, sem exageros, sem estereótipo degradante, respeitoso e pontual. A
faxineira, que bem poderia ser minha mãe, retrata o dia a dia de muitas
mulheres simplórias que estão por todos os cantos deste país. Seus filhos, que
também poderiam ser meus irmãos – e até certo momento pensem que fossem, são os
filhos da ‘classe c’, outra diferenciação, que assim como o grande Criolo, não
concordo com a classificação, mas é a maneira que a vasta maioria da sociedade
compreende a origem social. São os meninos que veem na propaganda os filhos da ‘classe
média alta’ dar presentes a seus pais e, muitas vezes, se perguntam de onde vão
tirar dinheiro, sem pedir a seus genitores, para presenteá-los. E estes acabam
arrumando artimanhas questionáveis para agradá-los. Eis o momento de incutir valores
nesses pequeninos. Nem que o meio usado seja ameaçar de os ‘partir ao meio’.
Nos faz refletir: A luta diária da mulher brasileira é digna de muito aplauso e
admiração.
Por fim, Regina Bertola, em suas breves e valiosas palavras, nos atentou
para uma reflexão necessária: trabalhar, contribuir, para uma cidade melhor.
Sim! Um ambiente harmonioso, começando por nosso lar. Que tal fazer e cuidar de
um jardim em sua casa? Valorizar a história de sua cidade, sua família? Que
referência deixará para seus descendentes a respeito de seu passado? O limpará
como se nunca tivesse existido? Como contribuirá para um amanhã melhor? Cederá
às imposições das grandes redes de entretenimento e desvalorizará a verdadeira
arte? Culpará sempre os políticos locais, ou nacionais, pelas mazelas que você
permite que ocorra? Muitos questionamentos pertinentes. Apesar de muitos não
reconhecer, a arte nos faz refletir sobre quem realmente somos e o que
queremos. Basta sensibilidade. Mais uma vez: Obrigado, Ponto de Partida!
Obrigado, Artistas (no sentido original da palavra)! Parabéns sempre! E quem
quiser assistir e conhecer ‘Grória Figena’, não perca a oportunidade de
conhecer uma mulher cômica, respeitosa e sincera. Indico!
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