sexta-feira, 18 de abril de 2014

Entre Nós – uma versão particular



‘Cuidado com aquele reencontro da turma dez anos depois. Ele pode ter mais fios desencapados do que se imagina’ essa é a opinião de Matheus Pichonelli sobre reencontro de amigos de escola. ‘Fios desencapados’ temos por todos os lados, mas parece que quando o assunto é o passado o choque pode ser letal. Dose anos se passaram e muita coisa mudou, ou não. Os sinos da igreja tocaram diferente enquanto me dirigia para o reencontro. Talvez uma forma celestial de dizer que aquele momento seria marcante, ou uma cisma minha de que tudo parece ser um sinal quando na verdade são apenas coincidências da vida. Provavelmente, essa ansiedade tenha sido gerada devido a outras ocasiões em que falharam as tentativas de reunir o povo e colocar os papos em dia.
‘As perguntas são sempre as mesmas – lidamos com elas todas as horas de todos os dias em todos esses anos, e não precisamos das lupas alheias envelhecidas em baús de dez anos atrás para concluir que, sim, estamos mudados, e não, não conseguimos tirar do papel nem metade dos planos que anunciávamos quando éramos alegres e jovens – ou, como em outra música, “quando o cansaço era rio e rio qualquer dava pé”’, como expressou o já citado Pichonelli.  Mas percebi que nossos fios estão encapados. O entrosamento, amizade, admiração, piadas, apelidos, entre outras características ficaram como que congelados. Como se a nossa separação material tivesse ocorrido há dose horas atrás, foi apenas aquele descanso 'pós-festa' de formatura. Durante as horas de conversa agradável voltamos no tempo, aliás não houve medição de tempo, exceto quando comentamos sobre quem casou, morreu, enlouqueceu ou paralisou sua vida.
Continuamos com a alma jovem, apesar do corpo não dizer o mesmo e ao falar do Colégio Salesianos usar o prefixo extinto, o que já nos envelhece décadas. Realizamos muitos dos nossos sonhos. Esfregamos na face de quem merecia 'pré-julgamentos' inconvenientes. Nos casamos, separamos, permanecemos solteiros, experimentamos de tudo, ou nada, continuamos inocentes, tivemos filhos e sobrinhos, brigamos com que menos imaginávamos. Enfim, vivemos! Concluí que fomos, somos e continuaremos felizes, cada um dentro da sua realidade. Agora uma volta para o Japão, outro para a capital, ainda outro com o desejo que sair viajando pela América Latina e continuar sua vida em outro lugar, aquele um destacado, simpático e promissor representante comercial, outras voltam para sua vida de mãe, esposa, companheira, estudiosa, trabalhadora, sonhadora e realizadora (me pergunto como as mulheres podem ser tantas coisas ao mesmo tempo). Mas ‘reafirmo’, todos com uma alegria contagiante. Os sinais realmente anunciavam momentos inesquecíveis. Os sonhos permanecem, outros mudam com o tempo. Será que se tornarão realidade?  Filhos, carreira profissional, vida amorosa. O tempo responderá!

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