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Talvez
eu não mereça amar. Mas todos merecem. Dizem por aí. Então talvez eu
não saiba amar. Mas todos já nascem sabendo. Dizem por lá. Já sei, então
talvez eu não saiba descobrir o amor entre as paixões que me passam
sorrindo. É isso. Sorrisos lindos já me deram bom dia, mas, nem sempre
dei oportunidade deles me darem boa noite. Talvez por medo, receio de um
amanhã farto de mais do mesmo, ou por achar que, por mais gostoso que
esteja, ainda falte algo. Mas será que falta?
Minha vida é ilusão e filme. Choro e riso. Medo e vontade. Dúvida e
sonho. Confesso que volta e meia me perco em amores que não existem. A
vida nos guia, as concessões são necessárias, o dia a dia cria os amores
e desafetos, as perfeições são utopia, todos sabem, mas, hoje, é
exatamente isso que eu quero: sonhar com um amor que não existe.
Diferente de idealizar, sonhar é gostoso e saudável. Qual seria a
graça da minha infância se eu não sonhasse em ser astronauta, ou, se eu
não pudesse lutar contra os dragões de duas cabeças que insistiam em
querer roubar meu sucrilhos? Sonhos não geram frustrações, expectativas
geram frustrações.
Deixar o coração descontrolado é uma delícia! Mas, procurar o amor é,
vezes, procurar a dor. A dor e o amor se escondem num baú de
sentimentos, um ao ladinho do outro. E quando vamos apanha-los não
sabemos o que estamos tateando. Pois, nesse baú de sentimentos, as
escolhas só podem ser feitas de olhos fechados. Os sentimentos não
permitem que sejam vistos e escolhidos pelo crivo do olhar, mas somente
pelo sentir do coração. A surpresa é eterna, mas que tenhamos sorte nas
escolhas. Independentemente do que agarrarmos, espero que os amores
façam sorriso das dores, e as dores façam querermos amar mais. Por mais
difícil que seja.
Hoje, pra mim, o amor dói. Já amanhã, espero que seja somente uma dor
que passou, um sorriso que ficou e um beijo que insiste em me acordar.
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