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Observo muitas pessoas dizendo que o amor
se prova pela distância e tempo. Acredito que não estejam erradas, mas há
ressalvas. A distância, muitas vezes, não precisa ser literal, mas o tempo é
fiel. Já o amor quando é verdadeiro vence mesmo barreiras. Soa piegas, mas não
é mentira. Mas vai além do que muitos compreendem como ‘vitória’ no amor, se é
que há alguma. Li em algum lutar que o amor não precisa ser disputado. Muitas relações
são pautadas no amor e o fim também deveria. Quando se ama muito também é
preciso dizer adeus. Observo que muitos se fazem mal insistindo numa relação
fracassada, em que um já não é capaz de fazer o outro feliz. E o que é o amor,
senão a associação com a felicidade? Quando me refiro a felicidade cito a plena,
aquela que nos faz melhor por inteiro. E quando já não somos o suficiente é
muito honesto reconhecer isso. Reconhecer que não seremos o suficiente para as
expectativas criadas e que o outro merece muito mais que as ‘migalhas’ que
estamos dispostos a dar, que o outro precisa viver uma felicidade que não
podemos dar. Aprendemos com o tempo que uma relação não é uma soma de metades,
e sim de inteiros para ser completo. E quando não somos completos não podemos nos
doar e equilibrar a equação. E passamos a fornecer ao outro ‘migalhas’,
pequenas porções – amostras – de nossos afetos e atenção, sendo que todos
merecemos um banquete. Não seria egoísta manter quem dizemos que amamos numa
dieta emocional desnecessária? Maturidade emocional é permitir que seu amor
seja feliz de verdade, mesmo com outra pessoa. Essa é uma forma de zelar,
cuidar, do seu amor à distância. Precisamos repensar as relações. Amadurecer. Abrir
mão é a maior prova de nosso despreendimento do ego. A maior maneira de
demonstrar que nos importamos com o outro. Essa decisão nos causa muita dor.
Uma dor necessária. Saudade é consequência.
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