Muitas são as crises que vivemos pelo longo
curso da vida. Leonardo Boff acredita que toda crise é uma oportunidade de
crescimento, que nem sempre é uma tragédia. Muitos tentam escapar de suas
crises das formas mais criativas. Uns protelam, outros procuram ‘jogá-las’ para
o futuro, ainda outros se defender em soluções ‘escapistas’. Bem sabemos que
tudo que ameaça nossa zona de conforto nunca é algo bem aceito. Não é sábio permitir
que qualquer crise, seja ela emocional, amorosa, econômica, política, social,
corroa nossa Esperança. Afinal, a esperança é o segundo sentimento que nos faz
crer que o futuro será sempre melhor (o primeiro é a Fé).
No momento de crise perdemos nosso ponto de orientação, o que nos leva
ao estado de desespero. Mas é sábio aguardar que a turbulência passe. As
palavras de Y. Congar são oportunas, ‘àquele que sabe esperar, todas as coisas
acabarão por lhe serem reveladas, contanto que tenha a coragem de não renegar
nas trevas o que divisou na luz’. Há realmente momentos em que para se elevar é
preciso descer à crise. É importante compreender que o amanhã será sempre melhor
que o agora, isso nos manterá firmes. Nada será um obstáculo tão grande se
pararmos para refletir, ponderar. Isso tem de ser feito com sinceridade, sem
máscaras, sem nos enganar. Ser sincero e leal a nós mesmos é o que nos tornará
fortes e serenos. A turbulência não passará de uma oportunidade para uma pausa
nas atividades mecânicas, ou para as que já não realizamos por amor.
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Imagem encontrada em pesquisa na internet |
A crise nos prepara para um total envolvimento com o que nos propomos a
realizar, para uma purificação, acrisolamento, a dar mais de nós ao próximo. Encontraremos pelo caminho muitas pedras.
Pedras que, como Drummond foi inspirado a poetizar, nossas retinas fatigas, ou
não, jamais se esquecerão. Lembre-se: se
deseja ‘percorrer um caminho de dez mil passos’, mesmo com obstáculos no
caminho, ‘ começa por dar o primeiro passo’, dizia sabiamente Mao Tsé-Tung. Sem o primeiro passo jamais chegaremos aos
dez mil. Afinal, é como afirmava Platão, "ta megála pánta episfále", ou seja, "todas as coisas grande acontecem na crise, no turbilhão".
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