terça-feira, 26 de novembro de 2013

Sobre convivência



As pessoas não se visitam mais. Não parece, mas isso é muito grave. Poucas são as pessoas que recebem amigos em casa, nesse novo formato de sociedade. Estamos mais distantes uns dos outros? Frios? Com medo? Receber alguém em sua casa é como abrir as portas do seu coração.  Numa vida em grupo a coisa mais íntima que temos é o nosso lar. Estar com alguém nesse ambiente é como dizer: ‘Entre e instale-se em minha vida para todo o sempre!’
Devido a toda arrogância, ignorância, violência, preconceito do mundo que vivemos, tentamos de todas as maneiras nos defender do que nem mesmo sabemos. Estamos constantemente em estado de alerta, ou pavor. Temos medo do desconhecido e dos conhecidos. Não nos entregamos mais a qualquer relação integralmente, de forma incondicional. Há tempos não ouço mais essa expressão (incondicional) nas rodas de conversa. Tachamos, muitas vezes, erroneamente os outros sem um embasamento real. E não injustamente, podemos ser vítimas do mesmo erro.
Alguém disse que quando negamos o amor, ou o bem, a outro estamos agindo contra nós mesmos. Nunca discordei dessas palavras. Por medo nos envolvemos num casulo muito difícil de se romper.  Se continuarmos a agir a assim a humanidade será apenas de violência e tudo estará perdido, como disse certa vez Charles Chaplin. Grande Chaplin! Mais que inteligência, precisamos de doçura, simpatia e afeição.
Nosso ‘lar’ precisa estar aberto para ‘visitação’. Dessa forma, nossas experiências de vida serão mais agradáveis e satisfatórias. Não estaremos protegidos de decepções, mas a vida terá muito mais graça, será mais leve. O medo não tem permitido que vivamos como realmente gostaríamos. Talvez por isso Aristóteles tenha dito: ‘A coragem é a primeira das qualidades humanas porque garante todas as outras.’

Nenhum comentário:

Postar um comentário