sábado, 30 de novembro de 2013

"Quando recebo notícias ruins, na hora fico frio como um advogado. Uma hora e meia depois é que a coisa toda acontece aqui dentro de mim (nesse país que sou eu), as reverberações se iniciam lentamente até me tomarem até a raiz (ou a alma). Foi assim, por exemplo, quando meu pai morreu (ah, meu pai...), quando minha avó de parte de pai morreu, quando a irmã do meu pai morreu (tia Júlia), quando meu avô de parte de mãe morreu, quando meu primo de parte de mãe morreu (meu melhor amigo até os 13 anos), quando minha primeira professora morreu, quando Raul Seixas morreu, quando Kurt Kobain morreu, quando Tancredo morreu, quando Airton Senna morreu, quando meu gato Leleco morreu e, agora, quando morreu o amor dela por mim (mas na verdade aqui posso dizer bem assim “quando morri” ou “quando morreu ela”)."
   - livro ESSAS MOÇAS QUE ME CAUSAM VERTIGENS

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