segunda-feira, 16 de novembro de 2015

O ar gélido da amizade social

 



Às vezes, quase sempre, me pego pensando como é ruim, na era da tecnologia, das redes sociais, de quem tem mais seguidor, ver as pessoas felizes e não poder compartilhar. Não esse compartilhar que se transformou num botão gélido que nem se quer você o toca, até nisso há uma distância. Gostaria tanto de comentar que o seu sorriso é tão doce e sua companhia agradável, mas não nessa parede chamada popup e curtir, ah! esse se transformou num joinha. Valores inversos fazem a nossa sociedade. Mudaram as chamadas no portão por um bip que avisa que chegou mensagem, trocaram as cartas por um bom dia, boa tarde e boa noite de grupos no whatsapp, assim eu falo com todos e não esqueço de ninguém, como nos tornamos tão frios! 

As vezes, pensando pelo lado capitalista e insensível da humanidade, creio que ter dinheiro é bom. Por que só assim você vai ter o que quiser. Isso mesmo! Ter o que quiser, posso pagar uma pessoa pra me dar atenção, outra pra me fazer companhia e por aí vai. Por que aquela parte de se doar, amar, valorizar, se tornou clichê. Até pra crianças ganharem presentes se compartilha uma foto e faz a campanha de quantos likes se precisa pra ela (pobre coitada) ganhar uma bicicleta, um carrinho, uma boneca.

Até quando seremos dominados por essa rede, que de social não vejo nada tá mais pra rede de arrasto, que exclui as pessoas de aproveitarem um sorriso, um abraço, um aperto de mão, até perdem a oportunidade de enxugar a lágrima que cai daquele que ama, se perde e por ali ficamos.

Troque o bom dia virtual por um abraço surpresa, troque os grupos de whatsapp por um grupo de baralho, uma roda de samba. Lembranças virtuais por uma visita inesperada. Tem tanta gente presa nessa 'rede' que se assustam quando vê [a] gente.

Junior Ribeiro

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