Em alguns anos o movimento antitabagista vem ganhando força, alcançando
resultados significativos, tanto na prevenção da incidência e da prevalência
do tabagismo quanto nos hábitos da população. Há 10 anos, aproximadamente, o ato
de fumar era visto de forma positiva para a maioria da população onde era comum
ouvir: “Nossa! Como seu filho cresceu já esta até fumando, hein?!” Fumar representava
a maturidade alcançada, liberdade, independência, charme. Atualmente, tudo mudou
de figura, muitos dos tabagistas sentem até vergonha do hábito de fumar e todo esse
avanço foi possível através de duas grandes conquistas na última década. A
primeira, em 2000, uma lei que proibira a publicidade de fumígenos nas grandes
mídias, permitidas somente em cartazes e banners, mesmo assim dentro dos locais
de vendas. Outra em 2003 que mesmo em eventos esportivos e culturais
internacionais ficaria proibido a publicidade dos mesmos e logo veio a proibição
do consumo em locais públicos e privados com exceção das áreas destinadas a esse
fim.
Foram desenvolvidas várias
pesquisas para desenhar o perfil do tabagista onde foi descoberto que dentre os
analfabetos, 72% são tabagistas, dos que estão no primário 52%, dos que estão no
secundário 47% e dos universitários 46%, ou seja quanto maior a escolaridade
menor a prevalência do consumo de tabaco. Outro dado importante é que 90% dos
tabagistas adquiriram o hábito antes dos 19 anos. A idade média de iniciação do
consumo é de 15 anos. Por isso, as ações do
Programa de Controle do Tabagismo contemplam, com prioridade, jovens na faixa
de 15 e 17 anos.
Quanto aos fumantes passivos, muitos dizem que eles
têm mais prejuízos à saúde que o próprio tabagista, o que não é verdade, até
porque além de respirar a mesma fumaça que o fumante passivo o tabagista inala
a fumaça da tragada que possui mais 4000 tipos de substâncias tóxicas. Isso não
significa que não faça mal à saúde do fumante passivo e sim que a interpretação
do fato está errada, onde comparamos a saúde do não fumante à saúde do fumante
passivo contrariando o que as pessoas na maioria pensam ser. Considere o
exemplo, o risco da esposa não fumante de marido fumante ter um acidente
coronariano é 25% maior que em esposas não fumantes com marido não fumante. No
caso de crianças que são fumantes passivas há 14% maior risco de ataque de asma,
se for o pai o fumante, ou 38% se for à mãe fumante. Se ambos forem fumantes o
risco sobe para 48%, comparado à criança não fumante passiva.
Hoje no
município de Barbacena temos dois pontos de tratamento ao tabagismo na UBS
Santo Antonio, e na UBS Santa Cecília e estamos trabalhando para que a nossa
UBS, Funcionários, também tenha o grupo de atenção ao tabagista. O fato é:
fumar não está com nada! Caso queira parar de fumar nos procure na Unidade de Saúde,
ou vá a mais próxima de sua casa. Estratégia Saúde da Família por uma cidade
sem cigarro!
Texto: Sávio Madeira Enfermeiro ESF- Funcionários II
Barbacena - MG
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