O
medo de amar é geralmente o medo de "não dar conta". É verdade que não
podemos ter a certeza de que seremos correspondidos "na mesma medida",
que não podemos ter a garantia de que "vai dar certo". Mas o que é "na
mesma medida", o que é "dar certo"? O amor tem inúmeros caminhos,
inúmeras medidas, inúmeros "certos" e inúmeros "errados". Aí está seu
poder de atração: o fato do amor ser sempre uma aventura. Nesse caminho,
não são as garantias que contam; elas realmente não existem. É a
vontade de permanecer junto o que cria e sustenta as condições para "dar
certo", seja lá o que isso significa para cada um, para cada dois. No
amor existem sempre três: eu, o outro e o vínculo. Este, só pode ser
sustentado por dois. Dois que querem, podem muito. É suficiente. Como
tudo na vida, o amor não é gratuito. Mas pode render... desde que nos
rendamos a ele.
(Evelin Pestana, Casa Aberta - Página, Psicanálise, Artes, Educação).
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