sábado, 6 de setembro de 2014

Alunos raspam a cabeça em solidariedade à professora de literatura


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Esse é daqueles gestos inesquecíveis que servem de exemplo de civilidade não só no Brasil, mas no mundo.
Alunos de ensino médio de um colégio carioca ( Escola Carolina Patrício) resolveram mostrar seu afeto à professora de Literatura Norma do Carmo, que foi diagnosticada com câncer de mama, obrigada a se submeter à quimioterapia: os estudantes rasparam a cabeça como gesto de solidariedade.
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Mais: os alunos vão agora fazer doação de cabelos a entidades que fazem perucas para vítimas de câncer.

 Fonte: Catraca Livre

sexta-feira, 5 de setembro de 2014

Na Intensidade

        
 
   Se tudo fosse mais fácil... Não valeria a pena viver.
     Se não fosse para sentir dor, não inventariam a curiosidade.
     E o nosso coração ficaria num lugar fechado e frio...
     Porque até o calor é um sinal de esperança...
     Que nos alimenta e nos conforta...

 - Richards Mauro

quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Órfão de geração

Foto: ÓRFÃOS DE GERAÇÃO
Arte de Juan Sánchez-Cotán

Fabrício Carpinejar

E quando você descobre que seu pai é racista, o que fazer?

Quando você percebe que seu pai acha absolutamente normal chamar alguém de macaco, que seu pai acredita que negro é preto, que é absolutamente contra cotas, onde colocar seu desespero?

Aquele pai amoroso, afetivo, preocupado, atento, dedicado, que trabalhou o tempo inteiro para que pudesse viver bem, tem um outro por dentro e é um outro por fora. 

Qual o desencantamento quando você entende que ele é seu pai biológico, mas não é seu pai ideológico, muito menos seu pai espiritual, que não concorda com nenhuma de suas convicções sociais?

Ele é uma aberração para a sociedade resmungando daquele jeito no almoço. Não difere de um nazista defendendo a discriminação enquanto procura retirar com os dentes a carne do osso da costela.  

Não usa guardanapo para falar, assim como usa para comer. 

Eu não imagino o quanto o filho deve sofrer. Não é somente decepção, é uma humilhação interminável. 

Pela distância de geração, não tem como convencê-lo. Ele se considera pai e superior, ele se considera pai e sábio, ele se considera velho e esclarecido. Grita e gesticula suas verdades equivocadas como se fossem naturais. 

Espera que obedeça e concorde, mas é impossível ser indiferente. 

Você apenas não consegue encaixar aquele pai educado e gentil com aquele pai preconceituoso e criminoso. 

Mas são a mesma pessoa. A mesma gente. 

Você tem amigos negros, já teve namoradas negras, o preconceito dói em si como se arrancasse sua pele, e seu pai encarna o que mais abomina: o ódio burro, a raiva escravocrata.

Como continuar sendo seu filho? Como cortar o cordão umbilical do abraço? 

Não sei a resposta. Não sei o que dizer.

É um desencanto maior do que a morte.

Como separar os momentos felizes paternos das palavras coléricas e espantosamente injustas contra toda uma cultura? 

Como falar depois disso que seu pai é ótimo, é sensível, é perfeito? Como escrever cartões elogiando sua emoção? 

É igual com a mãe que é homofóbica.

E homofóbica quando o próprio filho é homossexual. Não tenho ideia o quanto sangra alguém rejeitado pela família. Alguém que precisa disfarçar seu temperamento, sua escolha afetiva, seus namorados, para não se opor à monstruosidade caseira. 

Aquela mãe que colocou você no colo, que cativou sua adoração por histórias, que ensinou a cordialidade, que é cúmplice e delicada, vira uma fascista ao falar de gays. Confia piamente que sexo e amor só podem ser realizados entre homem e mulher, que a homossexualidade é doença, que a homossexualidade tem que ser tratada pela psiquiatria. 

É tão comum testemunhar filhos que amam seus pais, mas que não tem como amar o que seus pais acreditam. O que fazer? Como prantear essa distância filial? Como enterrar a admiração pelas pessoas mais importantes de sua vida?

Arte de Juan Sánchez-Cotán


Fabrício Carpinejar

E quando você descobre que seu pai é racista, o que fazer?

Quando você percebe que seu pai acha absolutamente normal chamar alguém de macaco, que seu pai acredita que negro é preto, que é absolutamente contra cotas, onde colocar seu desespero?

Aquele pai amoroso, afetivo, preocupado, atento, dedicado, que trabalhou o tempo inteiro para que pudesse viver bem, tem um outro por dentro e é um outro por fora.

Qual o desencantamento quando você entende que ele é seu pai biológico, mas não é seu pai ideológico, muito menos seu pai espiritual, que não concorda com nenhuma de suas convicções sociais?

Ele é uma aberração para a sociedade resmungando daquele jeito no almoço. Não difere de um nazista defendendo a discriminação enquanto procura retirar com os dentes a carne do osso da costela.

Não usa guardanapo para falar, assim como usa para comer.

Eu não imagino o quanto o filho deve sofrer. Não é somente decepção, é uma humilhação interminável.

Pela distância de geração, não tem como convencê-lo. Ele se considera pai e superior, ele se considera pai e sábio, ele se considera velho e esclarecido. Grita e gesticula suas verdades equivocadas como se fossem naturais.

Espera que obedeça e concorde, mas é impossível ser indiferente.

Você apenas não consegue encaixar aquele pai educado e gentil com aquele pai preconceituoso e criminoso.

Mas são a mesma pessoa. A mesma gente.

Você tem amigos negros, já teve namoradas negras, o preconceito dói em si como se arrancasse sua pele, e seu pai encarna o que mais abomina: o ódio burro, a raiva escravocrata.

Como continuar sendo seu filho? Como cortar o cordão umbilical do abraço?

Não sei a resposta. Não sei o que dizer.

É um desencanto maior do que a morte.

Como separar os momentos felizes paternos das palavras coléricas e espantosamente injustas contra toda uma cultura?

Como falar depois disso que seu pai é ótimo, é sensível, é perfeito? Como escrever cartões elogiando sua emoção?

[...]

É tão comum testemunhar filhos que amam seus pais, mas que não tem como amar o que seus pais acreditam. O que fazer? Como prantear essa distância filial? Como enterrar a admiração pelas pessoas mais importantes de sua vida?

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Entrevista Edgar Morin: é preciso educar os educadores


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“Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade,
mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.” – Edgar Morin

Edgar Morin, sociólogo e filósofo francês, retorna ao Brasil para conferência magna no evento Educação 360, que acontece no Rio de Janeiro, nos dias 05 e 06 de setembro, e conta com outros convidados como Pierre Lévy e Shukla Bose. Em entrevista ao O Globo, Morin critica o modelo ocidental de ensino e diz que o professor tem uma missão social, por isso, segundo ele, “é preciso educar os educadores”. Leia abaixo:



O Globo: Na sua opinião, como seria o modelo ideal de educação?
Edgar Morin:
 A figura do professor é determinante para a consolidação de um modelo “ideal” de educação. Através da Internet, os alunos podem ter acesso a todo o tipo de conhecimento sem a presença de um professor. Então eu pergunto, o que faz necessária a presença de um professor? Ele deve ser o regente da orquestra, observar o fluxo desses conhecimentos e elucidar as dúvidas dos alunos. Por exemplo, quando um professor passa uma lição a um aluno, que vai buscar uma resposta na Internet, ele deve posteriormente corrigir os erros cometidos, criticar o conteúdo pesquisado.
É preciso desenvolver o senso crítico dos alunos. O papel do professor precisa passar por uma transformação, já que a criança não aprende apenas com os amigos, a família, a escola. Outro ponto importante: é necessário criar meios de transmissão do conhecimento a serviço da curiosidade dos alunos. O modelo de educação, sobretudo, não pode ignorar a curiosidade das crianças.

O Globo: Quais são os maiores problemas do modelo de ensino atual?
Edgar Morin: O modelo de ensino que foi instituído nos países ocidentais é aquele que separa os conhecimentos artificialmente através das disciplinas. E não é o que vemos na natureza. No caso de animais e vegetais, vamos notar que todos os conhecimentos são interligados. E a escola não ensina o que é o conhecimento, ele é apenas transmitido pelos educadores, o que é um reducionismo. O conhecimento complexo evita o erro, que é cometido, por exemplo, quando um aluno escolhe mal a sua carreira. Por isso eu digo que a educação precisa fornecer subsídios ao ser humano, que precisa lutar contra o erro e a ilusão.

O Globo: O senhor pode explicar melhor esse conceito de conhecimento?
Edgar Morin: Vamos pensar em um conhecimento mais simples, a nossa percepção visual. Eu vejo as pessoas que estão comigo, essa visão é uma percepção da realidade, que é uma tradução de todos os estímulos que chegam à nossa retina. Por que essa visão é uma fotografia? As pessoas que estão longe são pequenas, e vice-versa. E essa visão é reconstruída de forma a reconhecermos essa alteração da realidade, já que todas as pessoas apresentam um tamanho similar.
Todo conhecimento é uma tradução, que é seguido de uma reconstrução, e ambos os processos oferecem o risco do erro. Existe outro ponto vital que não é abordado pelo ensino: a compreensão humana. O grande problema da humanidade é que todos nós somos idênticos e diferentes, e precisamos lidar com essas duas ideias que não são compatíveis. A crise no ensino surge por conta da ausência dessas matérias que são importantes ao viver. Ensinamos apenas o aluno a ser um indivíduo adaptado à sociedade, mas ele também precisa se adaptar aos fatos e a si mesmo.

O Globo: O que é a transdisciplinaridade, que defende a unidade do conhecimento?
Edgar Morin: As disciplinas fechadas impedem a compreensão dos problemas do mundo. A transdisciplinaridade, na minha opinião, é o que possibilita, através das disciplinas, a transmissão de uma visão de mundo mais complexa. O meu livro “O homem e a morte” é tipicamente transdisciplinar, pois busco entender as diferentes reações humanas diante da morte através dos conhecimentos da pré-história, da psicologia, da religião. Eu precisei fazer uma viagem por todas as doenças sociais e humanas, e recorri aos saberes de áreas do conhecimento, como psicanálise e biologia.
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O Globo: Como a associação entre a razão e a afetividade pode ser aplicada no sistema educacional?
Edgar Morin: É preciso estabelecer um jogo dialético entre razão e emoção. Descobriu-se que a razão pura não existe. Um matemático precisa ter paixão pela matemática. Não podemos abandonar a razão, o sentimento deve ser submetido a um controle racional. O economista, muitas vezes, só trabalha através do cálculo, que é um complemento cego ao sentimento humano. Ao não levar em consideração as emoções dos seres humanos, um economista opera apenas cálculos cegos. Essa postura explica em boa parte a crise econômica que a Europa está vivendo atualmente.

O Globo: A literatura e as artes deveriam ocupar mais espaço no currículo das escolas? Por quê?
Edgar Morin: Para se conhecer o ser humano, é preciso estudar áreas do conhecimento como as ciências sociais, a biologia, a psicologia. Mas a literatura e as artes também são um meio de conhecimento. Os romances retratam o indivíduo na sociedade, seja por meio de Balzac ou Dostoiévski, e transmitem conhecimentos sobre sentimentos, paixões e contradições humanas. A poesia é também importante, nos ajuda a reconhecer e a viver a qualidade poética da vida. As grandes obras de arte, como a música de Beethoven, desenvolvem em nós um sentimento vital, que é a emoção estética, que nos possibilita reconhecer a beleza, a bondade e a harmonia. Literatura e artes não podem ser tratadas no currículo escolar como conhecimento secundário.

O Globo: Qual a sua opinião sobre o sistema brasileiro de ensino?
Edgar Morin: O Brasil é um país extremamente aberto a minhas ideias pedagógicas. Mas, a revolução do seu sistema educacional vai passar pela reforma na formação dos seus educadores. É preciso educar os educadores. Os professores precisam sair de suas disciplinas para dialogar com outros campos de conhecimento. E essa evolução ainda não aconteceu. O professor possui uma missão social, e tanto a opinião pública como o cidadão precisam ter a consciência dessa missão.

 [ Leia esta entrevista no site do O Globo ]

Assista a Morin no Fronteiras.com, inscreva-se em nosso canal do YouTube e acompanhe os novos vídeos.
 
Edgar Morin – Os limites do conhecimento na globalização | No vídeo exclusivo, Morin reflete sobre seus interesses enquanto filósofo e sociólogo: os limites do conhecimento e da razão, bem como a relação entre a poesia e a racionalidade. Ainda, questiona a possibilidade da mudança de pensamento em um mundo globalizado e acelerado. É possível sairmos de uma visão fechada em formas particulares para o pensamento complexo, capaz de ver os problemas em sua integralidade?

Fonte: Fronteiras

terça-feira, 2 de setembro de 2014

Jiddu Krishnamurti: desapegue-se




“Quando condenamos ou justificamos, não podemos ver com clareza, e também não podemos fazê-lo quando nossa mente está a tagarelar incessantemente; não observamos então o que é; só olhamos nossas próprias "projeções". Temos, cada um de nós, uma imagem do que pensamos ser ou deveríamos ser, e essa imagem, esse retrato, nos impede inteiramente de vermos a nós mesmos como realmente somos.”
     - Krishnamurti -

Imagem: Reprodução






Por que confundimos ser, amar e estar com possuir? Vivemos um estado de apego, sem conseguir olhar de fato para a delicadeza do que temos a volta.
Somos apegados ao que fomos, ao que aprendemos, ao que queríamos, ao que desejaram para nós. Somos possuidores de projeções.
O apego ao que possuímos é a ligação do prazer e do medo. O pensador indiano Jiddu Krishnamurti afirmou que somos aquilo que possuímos. É preciso atenção ao que possuímos.
O que possuímos realmente? Não possuímos nada além de nós mesmos. Não temos propriedade de coisa alguma, mas sim a possibilidade de experimentar por um tempo, ainda que infinito, um amor, um filho, um amante, uma música.
A experimentação de algo que dura pelo tempo de toda nossa vida não significa sua posse; significa estar de maneira nova a cada tempo desta infinitude.
Desapegar-se é estar atento ao que somos, é preparar-se para o novo, inclusive para o novo que há em nós. Aprender sobre nós mesmos é ter a chave que liberta nossas asas, porque é um aprender infinito e presente, em constante movimento; este aprender não pode estar envolvido em juízos e valores, porque é um experimentar com suavidade.
É preciso uma mente livre com a capacidade de ver e escutar. É difícil olhar com simplicidade. Olhar com simplicidade é olhar diretamente, sem medo. É também a capacidade de olhar para nós mesmos sem nenhum astigmatismo, é a capacidade de dizer que mentimos quando mentimos; de aceitar nossos erros, conhecer nossas ilusões e vaidades. Olhar com simplicidade é desapegar-se. Desapegar-se é abrigar nossas despedidas como um novo encontro. Desapegar-se é receber asas.

© obvious: http://lounge.obviousmag.org/luciana_chardelli/2014/06/desapegue-se.html#ixzz3C7jHXNm5
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segunda-feira, 1 de setembro de 2014

32 fotos tiradas na hora certa de crianças brincando ao redor do mundo.



Mesmo quem não tem muitas lembranças da infância já deve ter percebido que uma criança não precisa de muito para se divertir.
Criança não precisa de brinquedos caros porque a imaginação e a inocência juntas são capazes de criar inúmeras brincadeiras.
Em uma crítica certeira à introdução descontrolada de brinquedos tecnológicos na vida de crianças, o pessoal do Bored Panda selecionou essas fotografias mágicas de crianças brincando.
Da Indonésia à Itália, você também vai se divertir com esses pequeninos.

Indonésia

1.

Crianças brincando (1)

2.

Crianças brincando (2)

3.

Crianças brincando (3)

4.

Crianças brincando (4)

Rússia

5.

Crianças brincando (5)

6.

Crianças brincando (6)

Burkina Faso

7.

Crianças brincando (7)

Myanmar

8.

Crianças brincando (8)

Tajiquistão

9.

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Índia

10.

Crianças brincando (10)

11.

Crianças brincando (11)

12.

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Vietnã

13.

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Gana

14.

Crianças brincando (14)

Estônia

15.

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Tailândia

16.

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17.

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18.

Crianças brincando (18)

África do Sul

19.

Crianças brincando (19)

20.

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Peru

21.

Crianças brincando (21)

Etiópia

22.

Crianças brincando (22)

Itália

23.

Crianças brincando (23)

Israel

24.

Crianças brincando (24)

Estados Unidos

25.

Crianças brincando (25)

Indonésia

26.

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27.

Crianças brincando (27)

28.

Crianças brincando (28)

29.

Crianças brincando (29)

Uganda

30.

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Romênia

31.

Crianças brincando (31)

Rússia

32.

Crianças brincando (32)
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