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Espaço com expressõs de mentes anônimas e famosas. Aqui você encontra músicas, filmes, poesias, crônicas, pesquisas, frases ou todas elas na mesma postagem. Doses diárias de reflexão para você que tem a sensibilidade de compreender que a vida é uma arte sem fim.
quarta-feira, 14 de setembro de 2016
Das despedidas
domingo, 5 de junho de 2016
Receita da felicidade

sábado, 16 de janeiro de 2016
Reaproxime-se de alguém que ficou distante (...)
Deixe de lado pré-julgamentos e picuinhas, disponha-se a ouvir com atenção plena e cultive interesse por aqueles que, (...), ficaram longe
* * *
Eu tenho um péssimo defeito que é usar a brincadeira de ser cria de uma família italiana para me desculpar com coisas que faço de errado. Uma delas é a davendetta, a vingancinha burra e silenciosa muito praticada no cotidiano.
Precisamos nos lembrar a todo instante que não somos um floco de neve belo e único, pessoas especiais que necessitam de atenção especial pelo simples fato de ocupar o tão cobiçado umbigo do mundo. Você, assim como eu, não é importante. Mas tem vezes que isso me pega de jeito e faço a famosa picuinha de esfriar a relação, me afastar propositalmente, ser mais áspero ou desatento. Me torno, por mesquinharia, indisponível.
Ainda bem que o primeiro passo é sempre admitir. Sabendo dessa faceta e tendo plena noção de que minha linhagem carcamana nada tem a ver com isso, constantemente me policio para voltar a dar abertura e atenção para as pessoas que se afastam em minhas relações.
Não se esqueçam, elas sempre seguem.
Se colocar disponível
Em vez de reencontrar alguém que mantém uma relação distante com cobranças – "poxa, cê tá sumido, hein", "Orra, cê não é mais o mesmo, cara" – ou justificativas – "Ah, eu dei uma sumida, né" –, apenas se coloque disponível e atento, aberto para escutá-la. As pessoas querem ser ouvidas, acolhidas.
Coloque-se em uma posição de interesse.
As pessoas se alegram com nosso florescimento
Quando avançamos nas coisas que fazemos e vivemos de modo mais amplo, com abertura, a aproximação também acontece. Todos queremos melhorar e nos aproximamos do que vai nos facilitar esse processo.
Prosperamos, expandimos nossas vidas e deixamos espaço aberto para quem quiser trocar e absorver e as pessoas vão imediatamente querer avançar também, desenvolver-se junto conosco.
Como se reaproximar de alguém que ficou distante (...)
O interesse pode surgir naturalmente ou com direcionamento, lembrando de alguém ou procurando pessoas que se afastaram (...). A grande sacada é não ficar com opiniõezinhas ou julgamentos, mas apenas com a abertura genuína de interesse.
"Como será que está essa pessoa?"
Pergunte isso a ela. Se interesse por suas proezas e dramas, apenas como ouvinte. Você não precisa resolver o problema de ninguém, muito mais interessante é deixar a postura aberta pra ela trocar, se ver acolhida na conversa. Não há necessidade de adulação nas conquistas, apenas ouvido aberto e olhos vigilantes, estar com a mente presente no que está sendo falado.
Disponha-se.
Volta pra me contar. Gostaria muito de escutar os relatos de vocês com suas impressões sobre ele.
Grande abraço!
É escritor e editor do Papo de Homem. Seu livro de contos é o Ela Prefere as Uvas Verdes. Está no Facebook, no Instagram e escreve semanalmente sua newsletter, a Meio-Fio, com contos/crônicas e uma curadoria cultural todas às sextas, direto no seu e-mail.
terça-feira, 12 de janeiro de 2016
Amizade sem trato
Dei pra me emocionar cada vez que falo dos amigos. Deve ser a idade, dizem que a gente fica mais sentimental. Mas é fato: quando penso no que tenho de mais valioso, os amigos aparecem em pé de igualdade com o resto da família. E quando ouço pessoas dizendo que amigo, mas amigo meeeesmo, a gente só tem dois ou três, empino o peito e fico até meio besta de tanto orgulho: eu tenho muito mais do que dois ou três. São uma cambada. Não é privilégio meu, qualquer pessoa poderia ter tantos assim, mas quem se dedica?
Fulano é meu amigo, Sicrana é minha amiga. É nada. São conhecidos. Gente que cumprimentamos na rua, falamos rapidamente numa festa, de repente sabemos até de uma fofoca sobre eles, mas amigos? Nem perto. Alguns até chegaram a ser, mas não são mais por absoluta falta de cuidado de ambas as partes.Amizade não é só empatia, é cultivo. Exige tempo, disposição. E o mais importante: o carinho não precisa – nem deve – vir acompanhado de um motivo. As pessoas se falam basicamente nos aniversários, no Natal ou para pedir um favor – tem que haver alguma razão prática ou festiva para fazer contato. Pois para saber a diferença entre um amigo ocasional e um amigo de verdade, basta tirar a razão de cena. Você não precisa de uma razão. Basta sentir a falta da pessoa. E, estando juntos, tratarem-se bem.Difícil exemplificar o que é tratar bem.
Se são amigos mesmo, não precisam nem falar, podem caminhar lado a lado em silêncio. Não é preciso trocar elogios constantes, podem até pegar no pé um do outro, delicadamente. Não é preciso manifestações constantes de carinho, podem dizer verdades duras, às vezes elas são necessárias. Mas há sempre algo sublime no ar entre dois amigos de verdade. Talvez respeito seja a palavra. Afeto, certamente. Cumplicidade? Mais do que cumplicidade. Sintonia?Acho que é amor. Só mesmo amando para você confiar a ele o seu próprio inferno. E para não invejarem as vitórias um do outro. Por amor, você empresta suas coisas, dá o seu tempo, é honesto nas suas respostas, cuida para não ofender, abraça causas que não são suas, entra numas roubadas, compreende alguns sumiços – mas liga quando o sumiço é exagerado. Tudo isso é amizade com trato. Se amigos assim entraram na sua vida, não deixe que sumam.
Porém, a maioria das pessoas não só deixa como contribui para que os amigos evaporem. Ignora os mecanismos de manutenção. Acha que amizade é algo que vem pronto e que é da sua natureza ser constante, sem precisar que a gente dê uma mãozinha. E aí um dia abrimos a mãozinha e não conseguimos contar nos dedos nem doisamigos pra valer. E ainda argumentamos que a solidão é um sintoma destes dias de hoje, tão emergenciais, tão individualistas. Nada disso. A solidão é apenas um sintoma do nosso descaso.
Martha Medeiros
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
O que não fazer para ter (uma boa vida)
Por Fernanda Young
Roteirista de séries como Os Normais, Fernanda Young preparou uma lista de coisas que você precisa deixar para trás (na vida).
…
Não repetir os mesmos erros. (Dia) novo, erros novos. Burrices, todo mundo faz, mas pouca gente sabe aprender com elas. Figurinhas e burrices: troque as repetidas.Não tirar selfie fazendo bocas que você não faz quando não faz selfie.Não trollar os posts dos outros, aproveitando o anonimato da internet. É feio. Mais feio que qualquer foto feia. Lembre-se da lei do (retorno): tudo que você faz volta para você, algum dia.
Não comprar uma coisa só porque é tendência. Tendências tendem a desaparecer rapidamente e as pessoas tendem a ficar ridículas usando tendências.
(...) E lembre-se que a internet é que nem tatuagem: depois que botou não tem como tirar.
Não colocar a culpa de tudo nos outros. Mesmo sabendo, como nós sabemos, que a culpa de tudo é dos outros mesmo.
Não empurrar as coisas com a barriga. Aliás, não ter barriga para empurrar as coisas seria um conselho melhor ainda, mas está provado que as barrigas vieram para ficar e barriga negativa é pura ilusão de ótica. Barrigas são positivas — apenas cuidado para não exagerar na positividade.
Não exigir demais de você. Mas também não exigir de menos.
Não deixar que a preguiça atrapalhe seus planos. Ela vai vir, e vai tentar de tudo para te convencer, mas você tem que ser forte. Desistir é sempre mais fácil, mas a facilidade é a morte da paixão.
Não fazer barulhos que atrapalhem a vida dos outros. Nosso mundo anda muito barulhento, cultive um pouco de silêncio. Cuidado, especialmente, com a tentação de fazer obras desnecessárias em seu apartamento. Perturbar o vizinho é sabotar a própria paz.
Não fazer cobranças (a menos que você trabalhe no departamento de cobranças de uma empresa). Todos reagimos de maneiras diferentes às coisas, aí que está a graça da coisa. Se você espera que as pessoas reajam como você reagiria, pode se preparar para se decepcionar diariamente. Quando você cobra uma atitude de alguém, você perde a razão e uma boa oportunidade para ficar calado. Cada um tem seu jeito, e seu tempo.
Não se levar muito a sério. Saiba encontrar a graça até na própria desgraça, ela está lá em algum lugar. Você vai ter dias bons e dias ruins (...) então não estresse mais do que o necessário (...). Toda tragédia, depois de um tempo, vira comédia.
Não ficar checando o celular, quando estiver com alguém. Se a pessoa com quem você está não é interessante, não esteja com essa pessoa. Aliás, qualquer pessoa ao vivo, na sua frente, é mais interessante que qualquer post interessante — basta olhar direito.
Não ter medo de experimentar coisas novas. Por mais que você conheça, você não conhece quase nada. O mundo é absurdamente imenso, as possibilidades são infinitas. Ficar preso ao que você já conhece é se fechar para a maravilhosa imprevisibilidade da vida.
Não se auto-sabotar. Você é o pior inimigo que você pode ter. E nosso pequeno sabotador interno se aproveita de momentos de crise para detonar nosso amor-próprio. Saiba diferenciar auto-crítica de auto-trollação.
Não defenda ideias em que você não acredita. Seguir a opinião dos outros é a maneira mais rápida de não fazer diferença. Faça diferença, é para isso que você está aqui. Tenha a sua própria opinião, é saudável e grátis.
Não guarde rancor. Se tiver algum guardado, recicle. Rancor reciclado se transforma em energia.
Não vacile com os outros. As pessoas contam com você e vacilar com elas seria péssimo. Dê o melhor de você em tudo, é a melhor receita para não ter insônia de noite.
Não engula sapos. Sapos tem glúten, mesmo os orgânicos, com sotaque de Minas. Sabe aquela gosma em volta dos sapos? É gordura-trans. Sapos engolidos triplicam o colasterol. Enfim, invente qualquer besteira como essas, mas não engulam sapos. Não mais. Resumindo, a principal coisa para não fazer (na vida é o que de errado fez até hoje).
Obs.: Texto modificado ao original.
Fotografia: Rafael Alencar e Alice Cristina
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
Não quero te perder pra depois valorizar você
Márcio Rodrigues
Eu tenho certeza do jeito que gosto de você. E isso aconteceu quando eu pensei na sua ausência. No meio tempo entre entender se o que eu sentia por você era só uma atração ou uma vontade de dividir meus dias, eu imaginei como seria a minha vida sem a sua. Me forcei viver com o vazio da sua presença e a saudade da sua risada. E não foi bom.
Eu te valorizo hoje para não ter que te lamentar amanhã.
Eu não quero sentir o sabor da saudade por algo que eu deixei escapar. E isso quer dizer que eu não quero me ver sofrendo depois só porque eu não fiz o bastante para te deixar ficar. Por isso eu quero ser uma pessoa diferente.
Sendo tão incompleto, um pouco mais por dia você me faz mais completo. É quando me vem o som da sua risada numa hora qualquer do dia e eu me pego rindo feito bobo é que penso: eu quero ouvir muito mais! Eu quero mais momentos como esse! É na sua torcida para que a minha vida dê certo, seu incentivo para eu continuar lutando e também pelo seu puxão de orelha, é por essas e outras tantas coisas, juro, por coisas como essas que eu quero ter você sempre por perto comigo.
Lembro dos nossos bons momentos planejando outros melhores. É um sentimento crescente, um mantra pessoa sobre a vontade de continuar vivendo bons dias. Quanto mais coisas boas eu pensar para nós dois, mais longe ficaremos das ruins.
Por isso não quero te perder para depois valorizar você. Eu já sei do bem que me faz, de cada uma das coisas. Me cabe saber reconhecer isso e agradecer todos os dias pelo privilégio de ter alguém ao meu lado para me ajudar. E isso é muito mais que amor! Não é sobre alguém pra amar (...)! É sobre alguém te falar na cara que você está errado, é sobre alguém estender a mão para segurar a bronca com você, é sobre alguém preferir o “vamos” do que o “vai”.
O amor é só uma embalagem bonita do presente que é a vida. Amor sozinho não é tudo. Responder “eu também” depois de um “eu te amo” não significa tanto. Aliás, repetir “eu te amo” incansavalmente também não garante nem comprova amor nenhum. O amor é o todo dentro do tudo que se pode ter com alguém.
Só quero continuar com os nossos dias. Quero continuar riscando nossos planos e traçando novos. Quero mais cinemas e descidas lentas nas escadas rolantes. Quero prolongar os nossos bons momentos, e tudo para isso para não te valorizar só depois de te perder. Quero esbarrar na sua mão mais vezes quando for pegar pipoca no pote durante o filme.
Fonte: Site EntendaOsHomens
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
A VIDA SERIA MAIS SIMPLES SE AS PESSOAS NÃO VOMITASSEM FELICIDADE FALSA
por Sílvia Marques
A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas. Se elas olhassem nos olhos dos outros e falassem sobre seus problemas, seus medos. A vida seria mais simples se a gente não precisasse provar que é bem-sucedido o tempo todo. Seria mais simples se a gente pudesse gostar das pessoas independentemente da vida que elas levam. Se a gente pudesse dizer sem constrangimento algum que está se sentindo um monte de merda e que a vida pode ser bem complicada sim. Talvez, se admitíssemos mais o caos que é viver, não sofreríamos tanto. Talvez, se desfocássemos mais daquilo que dizem que é importante , mas que não faz sentido para nós, fôssemos mais bem sucedidos num sentido mais amplo.
Sim, a vida seria bem mais simples e espontânea se as pessoas não vomitassem felicidade falsa nem tentassem o tempo todo provar um equilíbrio que elas não têm. Ninguém acorda super bem todos os dias. Ninguém se sente disposto para uma cerveja depois do expediente todos os dias. Ás vezes a gente fica mal mesmo, lembra de um monte de fatos trash e quer chorar na cama que é lugar quente. Ás vezes as coisas não parecem fazer muito sentido e a gente quer ficar fechadinho dentro da gente mesmo.
A gente não é obrigado a ficar feliz e comemorar porque é (determinaram que tal dia é especial). A gente não precisa necessariamente sorrir e querer curtir porque faz sol, porque a gente está na praia ou porque disseram que a vida é simples e é o ser humano que complica.
A gente não precisa rejeitar a tristeza como se fosse uma doença pestilenta. Ela faz parte da vida como a alegria. Só precisamos tomar cuidado para não transformá-la em um hábito ou nos esconder atrás dela por medo de ser feliz ou ainda dar importância demais a problemas e principalmente à pessoas pequenas. Este é um exercício e tanto que pode levar anos ou a vida inteira. Mas me parece que vale a pena.
A vida seria mais simples se as pessoas fossem mais elas mesmas. Se elas olhassem nos olhos dos outros e falassem sobre seus problemas, seus medos. A vida seria mais simples se a gente não precisasse provar que é bem-sucedido o tempo todo. Seria mais simples se a gente pudesse gostar das pessoas independentemente da vida que elas levam. Se a gente pudesse dizer sem constrangimento algum que está se sentindo um monte de merda e que a vida pode ser bem complicada sim. Talvez, se admitíssemos mais o caos que é viver, não sofreríamos tanto. Talvez, se desfocássemos mais daquilo que dizem que é importante , mas que não faz sentido para nós, fôssemos mais bem sucedidos num sentido mais amplo.
Talvez se mostrássemos mais os nossos rostos demaquilados e nossas almas nuas, se não nos defendêssemos tanto uns dos outros, se não nos importássemos tanto em mostrar que somos melhores do que os outros, pudéssemos ser mais unidos, mais solidários, mais amados, mais amantes.
Se a gente entendesse que todo mundo está no mesmo barco...Rogo pelo dia em que as mulheres casadas se assumam sozinhas e mal amadas. Rogo pelo dia em que as mulheres solteiras confessem que uma companhia faz falta sim e que fazer tudo sozinha pode ser muito triste. Rogo pelo dia em que os homens tanto casados como solteiros afirmem com todas as letras que morrem de medo das mulheres e que nunca deixam de ser meninões. Rogo pelo dia em que as mães gritem desesperadas o quanto estão cansadas e as que não têm filhos lamentem esta lacuna em suas vidas. Que os (cegados) reclamem dos grilhões da fé (mal direcionada) e que os ateus lamentem não crer. Que todos se assumam meio perdidos, meio sozinhos nesta vida louca. Rogo para que as pessoas assumam como o passado é doloroso e o futuro incerto. E depois de tantas confissões acaloradas, que elas possam respirar fundo, sorrir umas para as outra e seguir em frente cheias de coragem. Que depois de tudo, a gente pudesse cantar juntos I will survive e nos sentir intimamente ligados ao outro por meio da nossa vulnerabilidade, por meio da nossa capacidade irrestrita e desgovernada de dar e receber amor.
Paulistana, escritora, idealista, bacharel em Cinema, cinéfila, professora universitária com alma de aluna, doutora em Comunicação e Semiótica, autodidata na vida, filósofa de botequim, amante das artes , da boa mesa, dos vinhos, de papos loucos e ideias inusitadas. Serei uma atleta no dia em que levantamento de xícara de café se tornar modalidade esportiva. Sim, eu acredito realmente que um filme possa mudar a sua vida! Autora do blog Garota desbocada. Este mês lança pela Cia do Ebook o romance O corpo nu..
Saiba como escrever na obvious.
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* Expressões entre parênteses '()' são adequações ao texto original.