quinta-feira, 18 de dezembro de 2014

Relações maduras



Reprodução



Observo muitas pessoas dizendo que o amor se prova pela distância e tempo. Acredito que não estejam erradas, mas há ressalvas. A distância, muitas vezes, não precisa ser literal, mas o tempo é fiel. Já o amor quando é verdadeiro vence mesmo barreiras. Soa piegas, mas não é mentira. Mas vai além do que muitos compreendem como ‘vitória’ no amor, se é que há alguma. Li em algum lutar que o amor não precisa ser disputado. Muitas relações são pautadas no amor e o fim também deveria. Quando se ama muito também é preciso dizer adeus. Observo que muitos se fazem mal insistindo numa relação fracassada, em que um já não é capaz de fazer o outro feliz. E o que é o amor, senão a associação com a felicidade? Quando me refiro a felicidade cito a plena, aquela que nos faz melhor por inteiro. E quando já não somos o suficiente é muito honesto reconhecer isso. Reconhecer que não seremos o suficiente para as expectativas criadas e que o outro merece muito mais que as ‘migalhas’ que estamos dispostos a dar, que o outro precisa viver uma felicidade que não podemos dar. Aprendemos com o tempo que uma relação não é uma soma de metades, e sim de inteiros para ser completo. E quando não somos completos não podemos nos doar e equilibrar a equação. E passamos a fornecer ao outro ‘migalhas’, pequenas porções – amostras – de nossos afetos e atenção, sendo que todos merecemos um banquete. Não seria egoísta manter quem dizemos que amamos numa dieta emocional desnecessária? Maturidade emocional é permitir que seu amor seja feliz de verdade, mesmo com outra pessoa. Essa é uma forma de zelar, cuidar, do seu amor à distância. Precisamos repensar as relações. Amadurecer. Abrir mão é a maior prova de nosso despreendimento do ego. A maior maneira de demonstrar que nos importamos com o outro. Essa decisão nos causa muita dor. Uma dor necessária. Saudade é consequência.

Nenhum comentário:

Postar um comentário