Relacionamentos superficiais, comunicação digital e
um monte de gente dizendo nada. Faltam verdades, olhos nos olhos e valores
reais.
Vivemos
em um mundo de egos inflados, de umbigos gigantes que contestam a teoria de
Galileu e giram em torno de si mesmos. Fotos lindas, pessoas sorridentes e
pratos perfeitos! Brindes, risadas, amores, tudo devidamente registrado e
compartilhado.
Momentos
reais, perdidos em fotografias… Antes registrávamos para lembrar, hoje
lembramos só para registrar.
A música
parou de tocar, não ouvimos mais nada além dos nossos próprios desejos.
Almejamos cada vez mais coisas, queremos ser outras pessoas, não para ser
melhores, mas para nos mostrarmos para aquela pessoa ou aquele grupo.
Vivemos
um eterno contar de horas, dia após dia, esperando as sextas-feiras, as férias,
o fim de ano ou algum acontecimento qualquer que venha nos salvar de nossas
vidinhas medíocres e nos traga a tão esperada felicidade.
Então,
nos poucos momentos em que a sentimos (a tal felicidade), ela fica ali,
registrada, nas redes sociais, para rapidamente ser substituída (ou
substituível)… Felicidade perecível, volátil, vazia.
Pregamos
a paz gritando aos quatro cantos valores que não cultivamos, fazendo guerra.
Falamos sobre desapego como virtude maior quando, na verdade, não abrimos mão
nem das pequenas coisas. Queremos amores verdadeiros, mas sem ter que renunciar
a nada. Queremos que o outro nos aceite, mas na verdade preferíamos que ele não
existisse…
Cada um
no seu mundo, todo mundo online, conectados a milhares, porém cada vez mais
sozinhos, perdendo o que Deus, ou seja lá a força que for, nos deu de mais
valioso: a vida.
por Laura Barreto
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